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Guarará

De Atlas Digital da América Lusa

Guarará

Geometria

Coleção Levy Pereira


Guarará

Região de montes próximos ao litoral e situados entre o 'Iauapóatá' (Rio Jaboatão) e o 'Taijĩbĩpiô' (Rio Tejipió).


Natureza: região.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nome atual: Monte Guararapes.


Nome histórico: Guarará.

  • Nessa região ocorreram as batalhas decisivas para a expulsão dos neerlandeses do Brasil, a 17-19 de abril de 1648 e a 17-19 de fevereiro de 1649.
  • Nela, no sudeste, hoje situa-se o Parque Histórico Nacional dos Guararapes, monumento nacional brasileiro.
  • Na época essa região já dispunha de caminhos que interligavam a Várzea e a cidade do Recife às freguesias do sul da Capitania, tendo assim importância estratégica.

Citações:

►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, desenhada, região montuosa, 'Guarara', a oeste de 'Melckhuy'.

(Pereira da Costa, 1951), Volume 3, Ano 1648, pg. 319-320:

«ABRIL 19 — Primeira batalha dos montes Guararapes.

"Situou a natureza os montes Guararapes três para quatro léguas do Arrecife, caminhando de norte a sul, escreve um cronista do tempo; três do nosso Arraial, quase para o poente. Do monte, onde se começa a empinar a terra até o mar, haverá distância de três quartos de légua de leste a oeste, campina rasa, de muitos lodaçais e alagadiços. Do monte para o sertão vão continuando as serranias com mais ou menos altura, de cujas eminências se descobrem dilatadas e férteis campinas por grande distância; e olhando para a parte do mar, se vêem muitas de costa. O terreno destes montes em partes é saibro, em partes terra solta, com areia; em muitas, pedras desunidas, tão ponderosas e maciças, que, pela cor e peso, querem parecer ferro, razão por que as águas das invernadas têm feito neles quebradas, grutas e barrancos em tanto número e altura, que se não olham sem medo e sem perigo. Todos são escalvados, e tão escassos, que se criam alguma árvore é infrutífera e agreste. As fraldas destes montes, porém, são cultivadas. Guararapes, na língua do gentio, é o mesmo que estrondo ou estrépito, que causam os instrumentos de golpe, como sino, tambor, atabale e outros; e o rumor que fazem as águas pelas roturas e concavidades dos montes lhes deu o nome de Guararapes. O último destes montes, saindo para o mar, pela parte do sul, tem aí em frente uma campina e um dilatado alagadiço, de onde parte uma faixa de terra sólida, que terá de largura pouco mais de cem passos, e chega até ao monte, para a qual se entra por um boqueirão que formou a natureza".».

(Silva, 2005):

@ pg. 281, em "1648: Guararapes, o começo do fim", onde, narrando as ações da primeira batalha (17-19 de abril de 1648), escreve:

«Francisco Barreto de Menezes, que se encontrava no Arraial Novo do Bom Jesus, resolveu reunir seu conselho de oficiais que, por sua vez, decidiu ir ao encontro das tropas invasoras nos Montes Guararapes. Reunindo 2.200 homens marcharam por três léguas em busca das três colinas que se erguiam nas margens do caminho onde as tropas holandesas teriam de passar em busca da Muribeca, ou de Nazaré do Cabo, deixando 300 homens na guarnição do Arraial Novo.

As tropas luso-brasileiras chegaram a Guararapes "no sábado à tarde, e pelas 10 horas da noite se acabaram de situar em troços, em uma baixa e planície que está ao pé do último monte, que vulgarmente chamam Outeiro", distante três léguas do Arraial Novo e uma légua da Muribeca. Restava ao inimigo uma passagem de pouco mais de cem passos de largo, cerca de 100 metros, entre o monte e um terreno alagadiço que o contornava. Estacionavam assim os lusos-brasileiros, escondidos entre a vegetação e o manguezal, "em sítio acomodado, não só para reprimir o ímpeto do inimigo, mas ainda para destruí-lo.».

@ pg. 290, em "1649: Guararapes, outra vez", narrando os acontecimentos da segunda batalha (17-19 de fevereiro de 1649):

«Ao chegarem aos Guararapes, pelas quatro da tarde, já lá se encontravam as tropas invasoras, ocupando a baixa e o boqueirão onde acontecera a primeira batalha, "com nove esquadrões formados, postos a vista em som de batalha com uma soberba ostentação e bizarria de sua artilharia, bandeiras e mais aparatos de guerra".

Fazendo alto no morro do Oitizeiro, onde se formou a cavalaria sob o comando do capitão Antônio da Silva, auxiliado pelos capitães Domingos Gomes de Brito e Manuel de Araújo, as tropas luso-brasileiras fizeram uma parada a fim de escutar o conselho de guerra.

...

Ao amanhecer do dia 19 de fevereiro, uma surpresa vislumbrou-se perante os exércitos da Companhia das Índias Ocidentais. Os luso brasileiros haviam contornado o campo de batalha e se apresentavam, como no ano anterior, ao sul e não ao norte dos montes Guararapes, como estavam sendo esperados.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Guarará". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Guarar%C3%A1. Data de acesso: 29 de março de 2024.


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