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Mina (morros)

De Atlas Digital da América Lusa

Mina (morros)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Mina

Morros na m.e. e próximos à foz do 'R. de Iataboca' (Rio Tabocas), na 'ITAPVÁMA' (Região de Itabaiana).


Natureza: morros.


Mapa: PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma.


Capitania: CIRÎÎĬ.


Nome histórico: Mina.


Nome atual:

Localiza-se nas proximidades do povoado Mundo Novo (ou Fazenda Mundo Novo), município de Itabaiana - vide mapa IBGE Geocódigo 2802908 Itabaiana-SE.

Pela tradição local, possivelmente estava situado na área da pedreira da empresa Anhanguera - vide nota baixo. Essa área foi explorada à procura de minas de prata e localiza-se nas proximidades do povoado Mundo Novo (ou Fazenda Mundo Novo), município de Itabaiana.

Citações

►Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI, plota os locais citados abaixo por (Moreno, 1612), assinalado com a letra E, 'E - as campinas de tabanha de infinito gado', e a letra F, 'F - as serras de tabanha', nas cabeceiras do 'Rio Sirigipe del Rey' (Rio Sergipe) e 'Rio de Vazabaris' (Rio Vaza Barris).

(Moreno, 1612), pg. 50:

"No Rio de Saõ Miguel, que se vê na dita carta no ponto E vive o Caramarú que é o que assegura haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte, sendo pouco o que vai pela terra dentro.".

  • Notas:

a) O Caramaru é, conforme abaixo citado por Câmara Cascudo, Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru.

b) A citação do "Rio de São Miguel, que se ve no ponto E" no Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI pode ser indício de que o Rio de São Miguel seja o mesmo o 'R. dos pedras' do BQPPB, atual Rio das Traíras, todavia, há, na m.e. do 'Rio Reall', nesse mesmo mapa, indicado pela letra L, 'L - fazendas do Caramaru perto das serras da prata', o que pode dar margem a outra interpretação.

c) Diogo de Campos Moreno cita "haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte", o que gera alguma confusão, pois F é 'F - as serras de tabanha' e a bacia do Rio Real não está nas suas proximidades.

Pode haver algum lapso na redação dessa frase, se considerarmos que o Caramaru residia numa região nas cabeceiras do Rio Real, no local assinalado no mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI com a letra 'L - fazendas do Caramaru perto das Serras da prata', e que há, entre o 'Rio Real' e o 'Rio de Vazabaris' a serra assinalada com a letra M, 'M - Serras do Rio Real'.

(Barléu, 1647):

@ pg. 211:

"Se não me engano, só o escritor português Nicolau de Oliveira enumera o Sergipe entre as capitanias. ... Possuía a região vários currais de gado, que, achando-se em ruínas, podem sei restaurados pelo cuidado dos governadores. Quanto à pesca é afamada a região, por estender-se à beira-mar. Entretanto, foram os holandeses burlados nas suas esperanças de minas ali, pois os minérios cavados em vários sítios não contêm prata nem valem rada, segundo declara Pedro Mortammer, a quem se confiara a pesquisa deste segredo.".

@ pg. 332-333, excertos das exposições de Nassau aos Diretores da GWC quando do seu regresso do Brasil aos Países Baixos:

"Sergipe.

...

Depois de frequentes análises, verificou-se que nenhum valor têm os minérios que se apanham nas montanhas do Sergipe (chamam-lhes Itoabouhanas). Dizem que foram descobertos esses minérios, durante o governo de D. Luiz de Sousa, por um mameluco Melchior Dias, o qual, lançando casualmente os olhos a umas pedrinhas brilhantes, supôs que encerravam prata. Referido o caso ao rei da Espanha, Sousa, a quem ele mandara explorar os montes e desvendar-lhes os segredos, enviou ao seu soberano vãs esperanças e a notícia do trabalho perdido.".

(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 132:

"Na sedução fora a bandeira-da-prata, com o mistério das minas de Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru, endoidando várias gerações.".

@ pg. 133:

"A Casa da Torre seguiu, esse sonho, no rumo de Itabaiana, com Guilherme Joosten Glimmer. E para aí voltaram, em 1655, os manos Calhelhas. No governo holandês rebuscaram-na curiosidades interesseiras e autorizadas pelo Supremo Conselho. Essas caçadas eram, inesperadamente, alargamentos para a fronteira geográfica. Barléu registra, convencional, essa Itaberaba onde as pratas deviam estar dormindo. E não sendo possível localizar, escreveu, difusamente, minas, minas ...".

@ pg. 145-146:

"O Rio das Pedras, afluente maior para a corografia flamenga, inflete-se para leste, transpondo um boqueiaró (boqueirão), dividindo-se após em caudais. Uma que sobe atravessando o varjão onde os holandeses acreditavam existir minérios preciosos e onde diziam jazer ouro e salitre. É a zona indicada pêlo sonho de Belchior Dias Moreia, as minas de prata.

Barléu anotou, cuidadoso, mina, mina. Aí, era 1643, andou catando, por ordem da Companhia, o oficial Niemeyer, numa afanosa jornada inutilissima.".


Nota:

José de Almeida Bispo, estudioso residente em Itabaiana-SE, em e-mail de 28/01/2014, comentou:

"No local hoje funciona uma pedreira de extração de granito, da empresa Anhanguera. A exploração da mina foi tentada exclusivamente pelos holandeses, seguindo as orientações de Domingos Calabar, como possível mina de prata. (Calabar estivera na região em 1628, acompanhando Francisco Dias d'Ávila).".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Mina (morros)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Mina_(morros). Data de acesso: 20 de abril de 2024.


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