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N S. de Montƒerato (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

N S. de Montƒerato (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


N S. de Montƒerato

Engenho de bois com igreja, na m.e. do 'Ĩúna' (Rio Una).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Vila Formosa de Sirinhaém (ou Freguesia do Una, em alguns documentos).


Nomes históricos: Engenho de (do) Una; Engenho Nossa Senhora de Montserrat (N S. de Montƒerato; N. S. di Montferato); Engenho Nossa Senhora de França; Engenho Nossa Senhora da Guia; Engenho São Gonçalo (Gonsaluo).


Nome atual: Usina Barreiros.

  • Vide mapa IBGE Geocódigo 2601409 Barreiros-PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado com o símbolo de engenho, "Ԑ. St. Gonsaluo", na m.e. do 'Rº. Huna'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado com o símbolo de engenho, 'N. S. di Montferato', na m.e. do rio 'Tuna' (Rio Una).


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 83:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Em Sirinhaém

18. Engenho de Una, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia. Pertenceu a Diogo Paes Barreto, e lhe foi confiscado por estar ausente. Não foi vendido, e este ano não moerá".

►(Dagelijkse Notulen der Horge Regeering in Brazilie 1635-1654 - Nótulas Diárias do Alto Governo Neerlandês no Brasil - fonte: UFPE - LIBER - Monumenta Hygina [1]), Volume 4, Ano 1638, denomina esse engenho de 'engenho Nossa Senhora de França':

"19 de maio O engenho que se chama Nossa Senhora da França, situado em Ilhettes perto do rio do Una e que pertenceu a Diogo Paes do qual o filho morreu foi ocupado por sua mãe como proprietária de direito. A Companhia tem interesse neste engenho, porque seu filho morreu entre os inimigos e ela também se encontrava ao meio deles no momento em que ele faleceu. Porisso seu filho Philipe Paes foi convocado e isto lhe foi relatado e finalmente entramos em um acordo com ele que terá que pagar pelo engenho e isto lhe foi feito por um preço mais ameno, levando em consideração que ele e sua mãe já se encontram a muito tempo em nosso meio e também que estas pessoas já tiveram muitos prejuízos. A família contava com 9 irmãos e irmãs, e cada tinha herdado um engenho de seu pai, e o filho mais velho herdou dois e que por causa de sua ausência tinham sido confiscados pela Companhia. Também Philipe Paes, que possuía junto com sua esposa o engenho de Santo André, o que era da propriedade de seu sogro, perdeu o engenho citado por meio de confiscação. Em seguida, sua mãe estava velha e ficando senil que antigamente sofreu muito e que por caridade não queremos fazemos sofrer mais. Entramos em acordo com eles que o engenho deverá ser pago pela soma de 18000 florins, dividido em 4 parcelas de 4500 florins cada, dos quais o primeiro pagamento cairá no dia um de janeiro do ano 1641. Por isto sua mãe deverá receber este engenho com as terras que a ele pertencem assim como alguns pastos que também lhe pertenceram e que se encontram aos arredores, e o comprador que for encontrado, e um fabrica parecida. Sem contar com os negros e bois que eles não poderão vender e também as terras onde o povoado de Una se encontra que fica como propriedade da Companhia. Por esta soma Philipe Paes paga especialmente este engenho e o que nele se encontra em mais em geral todos os seus bens.".

  • NOTA: Essa Dag. Notule situa-o incorretamente em 'Ilhetes'.


(Dussen, 1640), pg. 160:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Na jurisdição de Sirinhaém

...

105) Engenho Nossa Senhora da Guia.".


(Broeck, 1651), relatando eventos de 18 de Setembro de 1645, pg. 46:

"18. — Chegamos à povoação de Una, onde encontramos em armas muitos indígenas e camponeses, o que nos meteu novo medo. À noite pernoitamos no engenho de Diogo Paes.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 242:

"Engenhos da freguesia do Una

...

- E o engenho de São Gonçalo de Una pagava a mesma pensão.(*)".

(*) pagava de pensão vinte mil réis em dinheiro de contado.


(Pereira da Costa, 1951), Volume 3, Ano 1636:

@ pg. 52-53:

"OUTUBRO 18 — O capitão Martins Soares Moreno ocupa o posto do rio Una, aonde pouco antes estivera o tenente-general Manuel Dias de Andrade à frente de uma forte guarnição. Esse posto ficava à margem direita do rio, servindo de quartel uma casa fortificada situada em frente do engenho de Una, pertencente a Diogo Pais Barreto, e à vista da povoação ou aldeiamento de S. Gonçalo de Una, assim chamado do orago da sua capela.".

@ pg. 54:

"Nada consta sobre a época da instituição da freguesia; mas segundo informações do Vigário Vicente Férrer de Melo, em 1827, como escreve Figueira de Melo, — "parece ter-se verificado esta nos princípios do século XVII, porque, em 1624 para 1625, Diogo Pais Barreto fez doação do monte em que está situada a matriz do glorioso S. Gonçalo, padroeiro da mesma, para seu patrimônio". — Tirara o doador essas terras do seu Engenho Una, sob a invocação de N. S. da Guia, e que o abandonando à entrada dos holandeses, foi por eles confiscado em 1637.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 133-134, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Sirinhaém-Una:

«16) NOSSA SENHORA DA GUIA. Também designado por Nossa Senhora da Penha de França; e por São Gonçalo no mapa de Golijath, Sito à margem esquerda do rio Una. Engenho d'água. Foi uma das fábricas levantadas por João Pais Barreto, o Velho. Pagava de pensão 20 mil-réis em espécie. Em 1623, pertencia a seu filho, Diogo Pais Barreto, produzindo 6549 arrobas. Diogo militou na guerra de resistência como oficial da cavalaria. Em 1636, campanhistas luso-brasileiros ocuparam o engenho. Com a vitória holandesa e a retirada de Diogo Pais, foi confiscado, sem, contudo, encontrar comprador. Em 1636, tinha "cerca de uma milha de terra com uma grande várzea [...] e pode anualmente produzir 3 mil a 4 mil arrobas de açúcar [...]. A casa de purgar e a casa das caldeiras são totalmente novas". Tanto este quanto o engenho vizinho, Ilhetas, foram incendiados pela tropa neerlandesa. Diogo Pais faleceu solteiro ao retirar-se com sua mãe, d. Inês Guardês de Andrade, e irmãos. Mas parte da família logo regressou a Pernambuco e d. Inês ocupou o engenho como herdeira de Diogo, embora a WIC alegasse direito à propriedade, uma vez que fora inicialmente abandonada. Dado tratar-se de família havia muito estabelecida na terra e que incorrera em pesados prejuízos em decorrência do confisco de vários de seus engenhos, o governo do Recife negociou com o irmão de Diogo, Felipe Pais Barreto, que, dando a garantia dos seus bens, obteve que sua mãe permanecesse à frente da propriedade ao preço "mais suave" de 18 mil florins, em quatro prestações anuais, salvo os escravos e animais que ainda ali se encontrassem e o terreno onde se erguera a povoação do Una. Provavelmente, o engenho não voltou a safrejar, uma vez que não é mencionado em 1655.(102)».

@ pg. 186, Notas:

«(102) FHBH, I, pp. 30, 69, 83, 160; RCCB, p. 58; MDGB, p. 203; VWIC, IV, pp. 227, 289; DN, 19.V.1638; HGP, p. 44; NP, II, p. 32.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "N S. de Montƒerato (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/N_S._de_Mont%C6%92erato_(engenho_de_bois). Data de acesso: 29 de março de 2024.


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