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Os marcos (marco e linha limitrofes PARANAMBVCA-ITAMARACA)

De Atlas Digital da América Lusa

Os marcos (marco e linha limitrofes PARANAMBVCA-ITAMARACA)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Os marcos

Marcos, ou padrões de pedra, estabeleciam a Linha dos Marcos, demarcatória do limite entre as Capitanias de Pernambuco e a de Itamaracá.


Natureza: marcos e linha limítrofes.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitanias: PARANAMBVCA; ITÂMARACÂ.


Nomes históricos: Os marcos; Os marcus.


Nome atual: Marco Histórico de Igarassu, município de igarassu-PE, onde há um marco de pedra, cópia do original.


Notas:

Dessa linha divisória, somente há informação da existência do marco chantado no litoral, e não se tem notícia do marco assentado no interior, como ocorre com a as linhas demarcatórias da Capitania da Paraíba.

Há, exposto no IAHGP - Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano, Rua do Hospício, 130, Boa Vista, Recife - PE, o marco de posse chantado em 1503, na margem norte da foz do Rio Igarassu no Canal de Santa Cruz, ao lado do qual, ou próximo a ele, presumivelmente em 1535, foi chantado pelo donatário, Duarte Coelho Pereira, o marco de limite de Capitanias, o qual, presentemente, está desaparecido.

Citações

►Mapa (HET EYLANT I. TAMMARICA, 1648), plotado e assinalado com a letra D, 'D - Os marcus.', no continente e ao sudoeste da 'I. TAMMARICA', na margem do rio assinalado com letra I, 'I - Riuier du om het Eylant van I:Tammarica loopt onder water'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 89-90:

"ITAMARACÁ

À Capitania de Pernambuco segue-se a de Itamaracá que, como fica dito, com ela se limita pelo Sul a meio-rio diante da pequena cidade Schkoppe, e nos Marcos, na altura de 7º 50', corre a linha diretamente ao ocidente; ...

E tendo sido a capitania doada pelo rei (que também fez doação da de Pernambuco), a sua extensão é limitada não só no litoral como no interior ou para o ocidente, e, tanto quanto podemos saber, não se dilata mais de 25 milhas terra a dentro. ".

  • Nota: A extensão de 25 milhas refere-se à área que já estava ocupada por europeus na época. Legalmente o limite a ocidente era a Linha de Tordesilhas.


(Dussen, 1640), pg. 137:

"À Capitania de Pernambuco segue-se a de Itamaracá, cercada d'água, havendo um rio em frente à cidadezinha Schkoppe em Itamaracá, situado ao ocidente dela, e no continente foi colocado um padrão, pelo que o local é conhecido como Os Marcos.".


(Pereira da Costa, 1951), Volume 1, Ano 1535, pg. 182:

"Neste ano, talvez, foi assentado um marco à margem meridional do canal que separava as capitanias de Pernambuco e Itamaracá, de conformidade com as prescrições das respectivas cartas de doações, sobre esse particular.

Esse marco ou padrão real, que até o ano de 1888 existiu plantado no próprio sítio em que fora levantado no século XVI, cujo local por esse motivo ficou sendo chamado do Marco, ou Sítio dos Marcos, no litoral do município de Igarassu, em frente ao engenho Amparo, da ilha de Itamaracá, e a poucos passos da pancada do mar, está hoje recolhido ao museu do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, e constitui pela sua importância histórica, um monumento de inestimável valor.

O padrão é de mármore branco finíssimo e granuloso, mas pela sua muita antigüidade, e exposto ao tempo por mais de três séculos, ficou completamente enegrecido. É propriamente uma coluna, sem base, destinada a ser meio enterrada, como efetivamente foi, tendo, porém, na parte superior um escudo das armas reais portuguesas, encimado por uma coroa, ainda não fechada, como a ducal, e assim usada então pelos reis de Portugal, a qual porém, já não existia quando ocorreu a remoção do marco.

Até 1888, quando foi desenterrado para ser transportado para o Recife, a parte superior do marco, que se elevava do solo, media quatro metros e meio, ficando o escudo voltado para o lado de leste; e campeava no litoral do continente, em terras do engenho Tabatinga, entre a povoação de Itapissuma e a foz do rio Igarassu, — a uns duzentos passos do salgado, a essueste da matriz da Conceição, na ilha de Itamaracá, a esnordeste da capela do engenho Amparo da mesma ilha, ao nordeste da barra e ao sudoeste da fortaleza de Santa Cruz no extremo oriental da ilha. (V. Revista do Instituto Pernambucano ns. 36 pg. 53, e 40 pg. 99).".


►Silva, Leonardo Dantas, Coleções do IAHGP: O Marco divisório da capitania de Itamaracá, disponível no site do IAHGP - Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano:

"Referia-se o rei “ao padrão de minhas armas”, numa alusão a uma coluna de pedra, encimada pelo escudo do Reino de Portugal, que hoje se conserva no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

Até o ano de 1888 essa coluna talhada em mármore, enegrecido pelo tempo, encimada pelas armas de D. João III, encontrava-se fincada no Sítio dos Marcos, em terras do Engenho Tabatinga, município de Igarassu, de onde foi recolhido pelo Instituto Arqueológico.

O marco foi oferecido ao Instituto pelo tenente-coronel Jayme Galvão, senhor-do-engenho Tabatinga, sendo oficialmente entregue na sessão de 27 de janeiro de 1889, conforme ata publicada no n.º 36 da Revista do Instituto Arqueológico.

No local existiam dois marcos, dos quais só um chegou aos nossos dias, como demonstra José Antônio Gonsalves de Mello, descrito na época (1871), como tendo 136 centímetros, acima do solo, estando encimado pelas armas de D. Manuel, daí suspeitar-se ser esta peça anterior ao padrão de D. João III.

Uma comissão do Instituto Histórico de Goiana, designada para estudar a coluna, apresenta seu relatório, datado de 29 de setembro de 1871, no qual conclui ser “o marco colocado pela armada de seis caravelas, comandada por Cristóvão Jacques em 1503 e não o marco divisório das capitanias de Pernambuco e Itamaracá de 1534 ou 1535 [...] A coroa encontrada no marco seria semelhante à usada por D. Manoel, em retratos da época, que tinha na parte superior do círculo frontal, relevo pouco levantado. A coroa de D. João III tinha hastes levantadas, hastes que levantou mais e as fixou D. Sebastião”.

De mármore branco finíssimo e granulado, “mais parecendo a primeira vista de granito cinzento”, a coluna possuía em sua extremidade o escudo de armas, medindo 61,8 x 46,35 cm. “Acima do ovalado inferior do mesmo escudo, estão em relevo as armas reais de Portugal, com os sete castelos, e os cinco escudetes, cada um deles com cinco arrodelas.”.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Os marcos (marco e linha limitrofes PARANAMBVCA-ITAMARACA)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Os_marcos_(marco_e_linha_limitrofes_PARANAMBVCA-ITAMARACA). Data de acesso: 29 de março de 2024.


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