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PROBLEMA IX - Medir as posições de um terreno proposto

Geometria

Medir as posições de um terreno proposto.

Suponho que o terreno tem dez lugares, e que queremos saber [49] ... as suas posições, ou distancias para se notarem em uma Carta: os lugares são A, B, C, D, E, F, G, H, I, L (Figura undecima, estampa segunda) e suponho se não podem saber as distancias destes lugares sem instrumento.

Figura Undecima

Será necessário medir o mais exatamente que for possível, e do modo que a diante diremos no Capitulo VI. Uma das distancias dos ditos lugares. Como por exemplo de A até B, e esta medida se deve escrever no caderno de lembrança, ou borrador: mas se nenhum dos lados, ou distancias se pudesse medir por causa de alguns obstáculos, como ribeiras, lagos, matos fechados, tapadas, etc., seria necessário escolher um sitio plano em toda extensão do terreno, e nele medir um lado (quanto mais comprido melhor) entre duas [50] ... bandeirolas, como 400. ou 500. braças, etc., e desses dois pontos, como se fossem dois lugares, medida exatamente a sua distancia, se principiará a Carta.

Suponho que a distancia entre A, e B se pode exatamente medir, se escreverá esta medida, e posto o instrumento em A, pelo Problema IV. se tomará a posição F, cruzando-a do ponto B, e por que esta distancia AF, é mais comprida que a base AB, mudaremos de base, e nos serviremos dela para os pontos, ou lugares G, H e I, de um aparte, e para a outra o lugar C: e para tomar os lugares D, E, será melhor servi-se de base BF, finalmente o lugar L se tomará, fazendo base AI.

Note-se que não tomamos todos os pontos, que podíamos tomar, de base AF, como por exemplo [51] ... , os lugares ED, porque os ângulos fariam muito agudos ; e é necessário observar que as posições, em que os ângulos são, ou muito agudos, ou muito obtusos, os lugares assim tomados não ficam em suas justas distancias; e nisto deve por grande cuidado quem quiser obrar com exação, procurando que os ângulos formados pelos raios visuais dos instrumentos sejam racionáveis, isto é, nem muito obtusos, nem muito agudos.

Para transferir estas operações ao papel, e fazer a Carta, havendo notado tudo com distinção no caderno, ou borrador, se orientará a Carta, isto é, se porá de sorte, que se possam por ela saber os lugares, que ficam para o Norte, para o Sul, para o Nascente ou Poente, Etc.

Isto se faz com uma boa Bússola,[52] ... , ou agulha de marcar, observando se se ajusta com alguma das bases tomadas a sua direção, ou por quantos graus difere, e para maior exação se emenda a variação da agulha por uma linha meridiana, como em seu lugar diremos.

Os Geógrafos costumam nas suas Cartas por a linha do Norte paralela ao lado do papel, e obrando por longitudes, e latitudes nas Cartas gerias, a base do papel e paralela ao equador ; e o lado do papel paralelo ao primeiro meridiano nas Cartas de graus iguais. O modo de transferir o papel as posições é o mesmo, que o dos Problemas antecedentes.

Estas são as operações, ou práticas mais ordinárias do Circulo, ou Semicírculo dimensório, e o que basta para a fatura das Cartas [53] ... Geográficas; o que se deve advertir, usando deste instrumento é, que esteja bem firme no joelho, e quanto puder ser horizontal; e que a régua móvel, ou Alidada ande livre ; porque se andar muito apertada, é necessário fazer força, e perde o instrumento a sua situação : e se andar muito devassa, não se segurará bem na graduação precisa. O primeiro defeito é mais sujeito a erros, do que o segundo ; e para se certificar depois de apontados os graus com a Alidada, se tornará a ver pelas pínulas fixas, ou óculo se enfiam justamente o objeto tomado na base de estação.

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Ficha técnica da Fonte
Autor: Manuel de Azevedo Fortes
Data: 1722.
Referência: ..
Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal.
Transcrição: Carlos Antonio Pereira de Carvalho.
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