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Pto. dos busios Pĩranhi

De Atlas Digital da América Lusa

Pto. dos busios Pĩranhi

Geometria

Coleção Levy Pereira


Pto. dos busios Pĩranhi

'R. Peringy' no MBU.

Porto, na barra do rio 'Piranhĩ', entre 'En∫. Tagoatinga' (Enseada de Tabatinga) e 'Pto. dos toures' (porto na enseada da Ponta do Flamengo).


Natureza: porto.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: RIO GRANDE.


Nomes históricos: Pto. dos busios Pĩranhi; Pº. ∂os Bugios; Rº. Pirangÿ; R. Peringy; Porto dos buzios; ߪ: boÿsisies; Porto dos Búzios; Ponta dos Búzios.


Nomes atuais: Pirangi, Buzios.


Etimologia:

Pto dos busios - termos de origem portuguesa, Porto dos Búzios. O porto de Búzios fica entre o atual Pirangi do Sul e a praia de Búzios;

Piranhĩ, termo de origem tupi, combinando piranha,o voraz peixe fluvial, e ĩ, rio.

(Margrave, 1648), pg. 164-165, descreve a piraya e piranha.

(Câmara Cascudo, 1968), pg. 115, explana:

"PIRANGI:- ... De piã-gi-pe, no rio das piranhas. Em documento de 1564 encontra-se referência ho dito porto dos Buzios que pella limguoa dos imdios se chama PYRAMGYPEPE. ...

PIRANHAS:- ... De pir-ãi, o que corta a pelo, o esfaimado e feroz peixe fluvial, Pygocentrus e Serrasalmus.".

Citações:

►Mapa RG (Albernaz, 1626/1627), plotado como 'Porto dos buzios', na barra do 'Rio Pirangi'.

►Mapa RG (IAHGP-Vingboons, 1640) #51 CAPITANIA DE RIO GRANDE - estão plotados:

- 'Pº. ∂os Bugios', o porto entre 'ߪ. ∂Ԑ Jan ∂Ԑ Stua' (Baía nas duas antigas barras do Rio Trairi, Barreta e Barra de Camurupim) e 'Rº. Pirangÿ' (barra do Rio Pirangi), e

- 'Rº. Pirangÿ' (barra do Rio Pirangi).

►Mapa Y-51 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen Rio Jan desta en cabo Roques, plotado como baía, 'ߪ: boÿsisies:', entre 'Rº de Jan ∂e Sta:' (antigas barras do Rio Trairi, Barreta e Barra de Camurupim) e 'Pº: Negro:' (Ponta Negra).

(Sousa, 1587):

@ CAPÍTULO IX - Em que se declara a costa do cabo de São Roque até o porto dos Búzios, pg. 49-50:

"Do rio Grande ao porto dos Búzios são dez léguas, e está em altura de cinco graus e 2/3; entre este porto e o rio estão uns lençóis de areia como os de Itapuã, junto da baía de Todos os Santos. ... Neste porto dos Búzios entram caravelões da costa num riacho que neste lugar se vem meter no mar.".

@ CAPÍTULO X - Em que se declara a terra e costa do porto dos Búzios até a baía da Traição, e como João de Barros mandou povoar a sua capitania, pg.51:

"Do porto dos Búzios a Itacoatigara são nove léguas, e este rio se chama deste nome por estar em uma ponta dele uma pedra de feição de pipa como ilha, a que o gentio por este respeito pôs este nome, que quer dizer "ponta da pipa". Mas o próprio nome do rio é Garatuí, o qual está em altura de seis graus. Entre esta ponta e porto dos Búzios está a enseada de Tabatinga, onde também há surgidouro e abrigada para navios em que detrás da ponta costumavam ancorar naus francesas e fazer sua carga de pau de tinta.".

(Laet, 1637):

@ Interrogação de Bartolomeu Peres, e situação ao redor e perto de Pernambuco, tanto ao sul como ao norte, pg. 121:

"No Porto dos Búzios, cinco léguas a sul do Rio Grande, ele tomou na Páscoa a presa do vinho. O porto tem dentro três braçadas de profundidade, também na entrada, mas por fora há escolhos. Lá há algumas casas, mas faltam os engenhos.".

@ Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, pg. 137:

"A uma légua de Tareyrick encontra-se um riacho de água fresca onde não moram portugueses, chamado Pirangi ou Porto dos Búzios. Aqui, perto do mar, há pau-brasil. Lá mora um francês (*) que pesca para os portugueses. E aqui não há montanhas, de maneira que seria fácil obter o pau, e dista apenas cinco léguas do Rio Grande.

A cinco léguas de Pirangi há um grande rio: Rio Grande, e em brasiliano chama-se Potengi;1 onde na entrada a beira do rio e do lado de Pirangi está uma fortaleza construída de pedra com uma guarnição de 40 soldados e 9 peças de metal.

...

1 No manuscrito: Poterug.".

(*) O navarrês (a Baixa Navarra fica na França) João Lostão Navarro.

(Medeiros, 1997), A COSTA POTIGUAR EM 1587, DESCRITA POR GABRIEL SOARES DE SOUZA, comentando o texto acima, de outra fonte, pg. 17 e 19:

"O Roteiro Geral, com Largas Informações de toda a Costa do Brasil, de autoria de GABRIEL SOARES DE SOUZA, publicado sob o título Tratado Descritivo do Brasil em 1587, também descreve o litoral da Capitania do Rio Grande (1).

...

O porto de Búzios ficava localizado na barra do rio Pirangi, distanciado do Potengi cerca de 5 léguas, e não 10 como informa o cronista Soares de Souza.

...

(1) SOARES DE SOUZA, Gabriel ● Tratado Descritivo do Brasil em 1587, pp. 24-26.".

(Medeiros, 1998), O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, comentando o documento acima citado, de outra fonte (tradução), pg. 16-17-19:

"Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):

...

Plrangu ou Porto de Bujios, um pequeno rio d'água doce, sem portugueses.'

Era o porto de Búzios ou Piranhi de Marcgrave. Corresponde aquele ponto à barra do rio Pirangi.

...

Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.

(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.".

(Câmara Cascudo, 1955), pg. 30-31, discorre:

"O PORTO DE BÚZIOS

O Porto dos Búzios, Ponta dos Búzios, praia abandonada, foi muito citada nos documentos da primeira metade do sec. XVI pela abundância de búzios que eram procurados, valendo dinheiro para permutas comerciais: (Artur Nehl Neiva, PROVENIÊNCIA DAS PRIMEIRAS LEVAS DE ESCRAVOS AFRICANOS, Anais do IV Congresso de História Nacional, vol. IV, Rio de Janeiro, 1950). Na Índia, China, levados para África pelos traficantes árabes, o búzio Cuprea moneta, Linneu (moneta, moeda) valia dinheiro corrente e comum, denominado Cauri. Os escravos vindos do Congo para o Brasil diziam njimbu ao búzio, provindo a popular sinonímia de gimbo aplicada ao dinheiro em moeda. Jimbó ou zimbo divulgou-se fácilmente entre os comerciantes portugueses na Africa. No Brasil há outras espécies, não sendo encontrada a Cypraea moneta e sim a exanthema. João de Barros, o nosso Donatário, em março de 1564 obtinha do Rei autorização para mandar buscar da Índia trezentos quintais de búzios. Indígenas usavam o búzio como ornamento precioso e para troca. Stradelli conta o ciúme dos indígenas amazonenses pelos seus colares de conchas, recusando a permuta com espingardas de dois canos e munição. Na Bahia cita-se uma Praia do Zimbo ao norte de Itapoã. A nossa praia e antes Porto dos Búzios era lugar de colheita. João de Barros arrendava-o por quinhentos cruzados e dava autorização difícil. Recebia mesmo, pela mão do seu procurador Antônio Pinheiro, residente em Igaraçu, os búzios como pagamento das anuidades do arrendamento ou da licença para ir apanhá-los. Já não os encontrei quando visitei a deserta praia dos Búzios.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Pto. dos busios Pĩranhi". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Pto._dos_busios_P%C4%A9ranhi. Data de acesso: 24 de abril de 2024.


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