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S. Antº (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Antº (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Antº

Engenho de bois com igreja, na várzea entre o 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe) e o rio 'Iequea' (Rio Jequiá).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho Santo Antônio (S Ant; St. Antõ; St. Antº.); Engenho de Francisco de Brito; Engenho do Brito; possivelmente, engenho de D. Cosma.


Nome atual: o engenho está destruído e sua área reocupada - bairro Engenho do Meio, cidade do Recife-PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'St. Antº.', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'St. Antõ', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'S Ant', na várzea do 'Capiibari'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.87:

"56. Engenho de Francisco de Brito, presente; é de bois e mói. ".


(Dussen, 1640), pg. 142:

"60) Engenho Santo Antônio, pertencente a Francisco de Brito Pereira, é engenho de bois e mói. São lavradores:

Manuel Branquo Gaifar 40 tarefas

Miguel Dias de Sá 25

Cosmo de Abreu Pereira 12

_________________

77 tarefas".


(Broeck, 1651), relatando eventos ocorridos em 16 de agosto de 1645, véspera da batalha de Casa Forte (Engenho Nassau), possivelmente (*) é citado como 'engenho de D. Cosma', pg. 23-24:

"16. — Parti do Recife a cavalo para o engenho Nassou afim de seguir para o engenho Rotterdam (onde era o meu alojamento), e que daquele dista somente meia légua, pois ali tinha que fazer. No acampamento do nosso exército soube que o capitão Blaer saíra com sua companhia de arcabuzeiros. Voltou à tardinha, trazendo três mulheres portuguesas, a saber: a de Francisco Beranger, sogra de João Fernandes Vieira, a de Antônio Bezerra e a de Amaro Lopes, as quais, segundo ele disse, seriam remetidas ao Recife e ali mantidas até que a sua mulher e a do capitão Hick lhes fossem restituídas. Deixara o seu tenente com seis ou sete homens brancos, e cinco ou seis indígenas, fora do quartel, para passarem a maior parte da noite no engenho do Sr. Stadt-houder; voltaram eles à seguinte ante-manhã ao quartel. Este mesmo dia avançaram André Vidal, João Fernandes Vieira, Camarão e Henrique Dias com todas as suas forças, para a Várzea, o sendo noite chegaram ao engenho de D. Cosma, sito a menos de um quarto de hora do engenho do Stadt-houder. Pretendem alguns que eles tiveram notícia de lhes haver o capitão Blaer levado as mulheres (17), pois que, se assim não fora, não ter-se-iam aproximado. Do dito engenho partiram ante-manhã.".

(*) geograficamente é o engenho mais próximo ao engenho do Sr. Stadt-houder (engenho 'Scot' no BQPPB).


►Pereira, José Hygino Duarte, in (Broeck, 1651), pg. 24, Notas:

"(17) É exato. Vide Callado, pag. 217; Fr. Rafael de Jesus, liv. 7, n. 28.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 237-238, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Várzea do Capibaribe

...

Engenhos que estão a monte nesta freguesia

...

- E o de Francisco de Brito, a dois por cento.".


(Nieuhof, 1682), citando o relatório do Capitão Klaes Klaenz, de 15 de novembro de 1645, com a estimativa dos efetivos luso-brasileiros acantonados na Várzea, pg. 265:

"Os soldados vindos da Bahia estavam aquartelados em torno deste forte, com exceção da companhia sob o comando de João Magalhães que estava aquartelada em Barreta com quatro companhias holandesas a saber: os holandeses que estiveram no engenho de Bierboom, os comandados pelo Capitão Pedro Cavalcanti e Antônio Jacomo; duas ou três Companhias de portugueses provenientes da Bahia estavam aquarteladas no Engenho do Brito (329).".


►Nota, de José Honório Rodrigues, em (Nieuhof, 1682), pg. 265:

"(329) Na freguesia da Várzea existia o engenho de Francisco de Brito (cf. Breve Discurso, XV, p. 150).".


(Pereira da Costa, 1951), Volume 4, Ano 1678:

@ pg. 157-158:

"As terras de Beberibe, conjuntamente com as da Casa Forte e uma parte das da Várzea formando uma só e extensa data, foram doadas pelo primeiro donatário de Pernambuco, Duarte Coelho, a Diogo Gonçalves, auditor da gente de guerra da capitania, a título de dote, por ocasião do seu casamento com D. Isabel Fróis, afilhada ou protegida da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, cuja senhora viera de Portugal em 1535 em companhia de D. Brites de Albuquerque, esposa do referido donatário, quando veio ele fundar a colônia, com recomendações daquela rainha para — a sua acomodação, — ao que generosamente satisfez D. Brites, casando-a com o dito auditor, e dando-lhe em dote as terras de Beberibe, onde fundou ele os engenhos de Santo Antônio da Várzea, da Casa Forte e o de Beberibe, para cada um dos seus três filhos.".


(Gonsalves de Mello, 2000):

@ pg. 54:

"Ao mesmo tempo [João Fernandes Vieira] contraía dívidas enormes: tomou à sua conta os engenhos comprados a crédito por [Jacob] Stachouwer e por este em sociedade com Nicolaes de Ridder, que eram os Engenhos do Meio, Sant'Ana e Ilhetas, comprometendo-se a pagar por eles o total de 119.000 florins; adquiriu a Jacques Hack (o «Jacques Moca» da verba do seu testamento) o Engenho Nossa Senhora do Rosário, depois São João, que não pagou de todo, como escreveu no testamento; e comprou a Isabel Gonçalves Fróis e seus genros, entre eles Charles de Tourlon, o moço, casado com D. Ana Pais, o Engenho Santo Antônio, que pagou à vista (53).

...

(53) Dag. Notule de 30 de Junho de 1642, IAP, coleção cit., e «Testamento» cit., in RIAP, n.° 25, pp. 28-29, e n.° 26, pp. 147-148.".

@ pg. 361, arrolando os engenhos que João Fernandes Vieira possuiu:

4) Engenho Santo Antônio, da Várzea, comprado a Isabel Gonçalves Fróis (9).

...

(9) «Testamento», cit., pp. 147 e 148, Dag. Notule, cit., e PEREIRA DA COSTA, «Arredores», cit., pp. 139-140.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 65-66, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«11) SANTO ANTÔNIO. Sito à margem direita do Capibaribe. Engenho de bois. Pagava 2% de pensão. Levantado na sesmaria de Diogo Gonçalves, natural de Aveiro (Beira Litoral), filho de lavradores e auditor da gente de guerra da capitania. Em 1593, ele residia no seu engenho do Salvador, em Beberibe, o qual fora fundado pelo primeiro donatário, Duarte Coelho, e ainda existia em 1609, quando pertencia a Leonardo Fróis, filho de Diogo Gonçalves e mercador em Lisboa, embora já não existisse ao tempo da ocupação holandesa. Markgraf, contudo, registrou sua localização. Em 1575, Diogo Gonçalves residia em Beberibe, sendo "morador antigo", pelo que recebeu sesmaria em Tapacurá. Noutra sesmaria, que ganhou na várzea do Capibaribe, Diogo Gonçalves construiu dois engenhos, o Santo Antônio e o Nossa Senhora das Necessidades, depois Tourlon. Em 1593, o Santo Antônio pertencia a Cristóvão Pais d'Altro, natural de Viana (Minho), filho do licenciado Gomes Pais d’Altro; e também arrematador do contrato dos dízimos. Em 1609, há referência ao engenho como pertencente a Julião Pais; em 1623, a Jerônimo Pais d’Altro, produzindo 12110 arrobas. Ocupado pela tropa holandesa quando do sítio do Arraial em 1633, safrejava em 1637 e 1639, sendo arrolado como pertencente a Francisco de Brito Pereira, que, na realidade, era apenas o rendeiro, uma vez que o Santo Antônio pertencia então à viúva de Jerônimo Pais, Isabel Gonçalves Fróis. Contava com três partidos de lavradores, num total de 77 tarefas, sem partido da fazenda, equivalentes a 2695 arrobas. Em 1642, João Fernandes Vieira adquiriu o engenho, "quase todo arruinado", a Isabel Gonçalves Fróis em "dinheiro de contado", dando-lhe ainda "dois negros pescadores", presenteando sua filha, Ana Pais d’Altro, para que consentisse na venda, com "um colar de duzentos mil-réis", e compensando as filhas de Francisco de Brito Pereira com duas moedas de 4 mil-réis cada uma pelo prazo ainda não expirado do arrendamento, além de "uma moleca, com o que tudo ficou aquietado e concluído". Em 1655, o engenho estava a monte.(11)».

@ pg. 175, Notas:

«(11) "Livro do tombo", p. 488; DB, p. 555; DP, pp. 50, 205, 214, 421; RPFB, p. 204; CGS, p. 298; FHBH, I, pp. 28, 87, 153, 238; RCCB, p. 47; VWIC, IV, p. 177; NP, II, p. 258; Pereira da Costa, Arredores do Recife, pp. 133-4; Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira, I, pp. 53, 60.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Antº (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Ant%C2%BA_(engenho_de_bois). Data de acesso: 25 de abril de 2024.


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