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S. Antº (engenho de bois sem igreja)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Antº (engenho de bois sem igreja)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Antº

Engenho de bois sem igreja, na m.e. do 'Paraiba' (Rio Paraíba).


Natureza: engenho de bois sem igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Jurisdição: Prefeitura da Paraiba.


Nomes históricos: Engenho Santo Antônio, Engenho Van der Dussen (Dussen, Dusse, ∂ussĭ, duße).


Nome atual: ao sul deste local, na m.d. do Rio Paraiba, está a Fazenda Santo Antônio.

  • Vide mapa IBGE Geocódigo 2513703 SANTA RITA - PB.


Citações

►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado como engenho, 'Ԑ ∂ussĭ', na m.e. do 'R. Pharayba.'.


►Mapa PB (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotado como engenho, 'duße', na m.e. do 'R. Parayba'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 93:

"8. Engenho Santo Antônio, pertenceu ao dito Manuel Pires; vendido a Jan van Ool; é de bois e mói.".


(Herckmans, 1639), pg. 21 :

"Na mesma direção (sudoeste) e a uma pequena meia légua de Sta. Lúcia (engenho Santa Luzia) se acha o engenho de S. Antônio, que é movido por bois. No tempo do rei foi seu proprietário Manoel Pires Correia; mas, tendo ele retirado em razão da conquista desta Capitania, passou o engenho para a Companhia (WIC), e por parte dela o Supremo Conselho o vendeu a um mercador de Rotterdam chamado João Cornelisz Jongeneel, que é ainda o seu dono, e lhe deu o nome de van der Dussen.".


(Dussen, 1640), pg. 172:

"152) Engenho Santo Antônio, agora Dusse, pertencente a Jan Cornelisz Jongeneel, é engenho de bois e mói. São lavradores:

Partido da fazenda 55 tarefas

Francisco Pinto 50

Pedro Fagundes 40

Mateus Fernandes 20

_______________

165 tarefas".


(Laet, 1644), Décimo Terceiro Livro, 1936, pg. 928-929, reportando-se aos fatos ocorridos ao 'dia seguinte' a 15 de outubro, quando o conselheiro político, presbítero e então governador neerlandês da Paraíba foi morto em combate nesse engenho:

"Entretanto, sucedeu que o conselheiro politico Eyssens, que residia na Paraíba, foi surpreendido e assassinado pelo inimigo, sobrevindo essa desgraça da seguinte forma: apesar dos boatos insistentes da vinda do inimigo e pânico, o conselheiro Eyssens saiu a cavalo da Paraíba com 25 soldados e alguns jovens comerciantes e vários índios para o seu engenho, que pertencia antigamente a Manuel Pires. Mal estava lá havia meia hora quando Rebelinho surgiu de improviso e começou a fazer fogo violentamente contra a casa e os nossos índios não podendo entrar nela puseram-se a fugir. Os que estavam dentro, tanto os soldados como os comerciantes, defenderam-se valentemente, mas com tal imprudência, que dentro de uma hora queimaram toda a sua pólvora, o que sendo notado pelo inimigo, este os atacou mais fortemente; mas foi, no entanto, repelido por essa vez. Indo então por debaixo da casa, atearam fogo ali, sem que os nossos o pudessem impedir e viram-se forçados pelo fogo e fumaça a sair abrindo caminho e combatendo por entre o inimigo. Ali morreu o conselheiro Eyssens depois de se haver defendido valentemente, juntamente com o seu secretário, e pereceram mais nove dos nossos, entre soldados, negros e índios, sendo uns poucos levados prisioneiros e escapando-se os restantes.".


(Coelho, 1654), pg. 472-473 (pg. 230a-230b), reportando-se a 16 de outubro de 1636:

"O capitão Rabelo, que deixamos em sua marcha, deu no engenho que deixou Manuel Peres Corrêa, cinco léguas por terra da cidade da Paraíba, em 16 de outubro; junto dele encontrou o governador Enses, que o era de três praças: aquela e as do Rio Grande e de Itamaracá. Era pessoa na qual não só o inimigo tinha confiança, mas também a tinham os da Bolsa e Companhia Ocidental, tendo-o como um de seus correspondentes e que representava sua ausência; como deixaram a ele e a outros Matias Vancol e João Guezelin, quando se foram à Holanda.

Este importante homem pois, para seu mal acertou de estar naquele engenho, promovendo a moagem com 70 homens e 130 indios daqueles distritos. Inesperadamente foi investido pelos nossos. Não pôde fazer mais que retirar-se às casas do próprio engenho, de onde resistiu com muito valor. Nem o mostrou menos quando se viu obrigado a retirar-se delas, porque pusemos fogo. Degolou-nos seis homens, entre eles o capitão Bento de Castro e o alferes Jacinto de Lima. Feriu-nos 16, dentre eles o capitão João Lopes Barbalho. Mas, por fim, não pôde resistir, e ali foi morto, com um capitão e 40 soldados. Prisioneiros foram sete, um deles cunhado de Estacor, que se chamava André Bolcho e servia de comissário de abastecimento. Morreram, também, 19 de seus índios e ficou preso Cosme de Almeida, um mulato natural da Paraíba. A este, o capitão Rabelo mandou arcabuzar, porque por livre vontade servia o inimigo.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 162, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, III - Capitania da Paraíba:

«8) SANTO ANTÔNIO. Rebatizado Dussen. Sito à margem esquerda do Paraíba. Engenho de bois. Levantado após 1623 por Manuel Pires Correia. Confiscado e revendido a Jan e Cornelis van Olen, juntamente com o Espírito Santo (Paraíba), que também pertencera a Manuel Pires Correia, ambos ao preço de 97,6 mil florins em seis prestações anuais de 16266 florins. Moía em 1637 e 1639, com três partidos de lavradores e com o partido da fazenda (55), num total de 165 tarefas (5775 arrobas). Os irmãos Olen repassaram-no em 1638 a Jan Cornelisz Jongeneel, filho de comerciante de Roterdã e acionista da WIC. Jongeneel foi comissário da Companhia na Paraíba, função de que se desligou em 1637. Jongeneel rebatizou o engenho em homenagem ao irmão da madrasta, Adriaan van der Dussen, membro do Alto Governo do Brasil holandês. Em 1640, seus canaviais foram incendiados por Vidal de Negreiros, exceto os partidos de Damião Afonso e Antônio Fernandes. Em 1644, Jongeneel, na condição de lavrador de um dos engenhos de Jorge Homem Pinto, assinou contrato de encampação das dívidas com o governo do Recife, uma vez que devia então a particulares a quantia de 39474 florins. Embora só apresentasse um único fiador, subornara a autoridade holandesa com "um cavalo do valor de oitocentos florins". Evacuado em 1646. Em 1647, Jongeneel vivia no Recife. Em 1663, Jan e Cornelis van Olen deviam 29163 florins por conta da aquisição dos dois engenhos.(8)».

@ pg. 191-192, Notas:

«(8) FHBH, I, pp. 32, 92, 172; II, pp. 49, 76, 110; RCCB, pp. 74-5; DN, 3.II e 15.VI. 1637; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 53; BB, p. 144; interrogatório de J. C. Jongeneel, 12.II.1647, ARA, OWIC, n. 62; R. Bylsma, "Rotterdams Amerikavaart in de eerst helft der Zeventiende eeuw", Bijdragen voor Vaderlandsche Geschiedenis en Oudheidkunde, 3 (1916), pp. 105, 114; Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira, I, p. 120; Cornelis Ch. Goslinga, The Dutch in the Caribbean and on the Wild Coast, 1580-1680, Assen, 1971, p. 98; Regina Célia Gonçalves, Guerras e açúcares, p. 247.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Antº (engenho de bois sem igreja)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Ant%C2%BA_(engenho_de_bois_sem_igreja). Data de acesso: 25 de abril de 2024.


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