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S. Gonçalo (igreja - PARANAMBVCA)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Gonçalo (igreja - PARANAMBVCA)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Gonçalo

Igreja no litoral, entre as barras do dos 'R Paripoera' (Rio Suaçui) e o 'Tipioca' (Rio Feira).


Natureza: igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nomes históricos: S. Gonçalo; São Gonçalo; São Gonçalo de Paripueira; ermida de São Gonçalo; St de Consolva.


Nome atual: Capela ...


Notas:

Há em Paripueira - AL a capela próxima à praia - vide imagem no Google Earth e fotos no Panoramio.

Nessa região os neelandêses estabeleceram fortificações e acampamentos militares.

O símbolo utilizado no BQPPB neste topônimo, um circulo com uma cruz do lado esquerdo, não está descrito no 'NOTULARUM EXPLICATIO', aparentando ser um mixto das características dos símbolos de igreja e de povoação.

Adota-se, neste estudo, a interpretação de que é uma capela, por ainda não se ter encontrado nas referências menção a essa povoação na primeira metade século XVII.

Citações

(Câmara Cascudo, 1956), pg. 171:

"De S. Cristóvão até o mar, na mesopotâmia Paripoera e Guaraiguaçu só existe uma povoação, S. Gonçalo, isolada, entre Tipioca e o baixo Paripoera.".

(Bullestrat, 1642), pg. 179:

"A 13 do dito mês do ano de 1642, ...

Com meia-maré atravessamos o rio São Gonçalo aonde a Companhia já teve um forte na sua barra e outro mais para o interior; ambos, por não serem de muito préstimo, foram arrasados e abandonados (64); aí entramos pela mata, porque com a maré alta a praia não mais poderia servir de caminho; aí descansamos e permanecemos até que com o início da vazante pudéssemos reiniciar a marcha em direção ao rio Santo Antônio Grande, ...".

(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 196:

"(64) Em São Gonçalo de Paripueira foram levantados dois redutos por Arciszewsky em agosto de 1635: "em uma eminência sobre a praia e junto à ermida de São Gonçalo, pertencente aos religiosos do Carmo, levantaram um reduto e na praia outro, para estorvar-nos a comunicação com os moradores do campo" refere Duarte de Albuquerque Coelho, Memórias Diárias da Guerra do Brasil (Recife 1944) p. 214 e J. de Laet, Iaerlyck Verhael 2ª ed., 4 vols. (Haia 1931-37) IV p. 172. "

(Calado, 1648):

@ CAPÍTULO II - No qual se trata da entrada dos Holandeses na vila de Olinda, e como conquistaram toda a Capitania de Pernambuco, e quem foram os que ajudaram nesta empresa, citando eventos do segundo semestre de 1635, pg. 66-67:

"Detiveram-se os Governadores Holandeses na povoação doze dias, e deixando nela duzentos soldados de guarnição, se partiram com toda a outra gente por mar, e por terra, dizendo que iam em seguimento de Matias de Albuquerque, e chegando a Parapueira (que é um sítio na praia entre o rio de Santo Antônio o grande, e a Alagoa, fabricaram uma bizarra fortaleza de terra, e faxina, a qual guarneceram com seiscentos soldados, e boa artilharia, e deixando nela por Cabeça o Mestre de Campo Artixof, vieram fazer outro reduto no rio de Camaragibe, aonde chamam o Passo, aonde ficou com cento e vinte soldados, Jacobo Estacour, um dos que assistiam no seu supremo conselho) com o que tomaram todos os caminhos, assim por a praia do mar, como por o sertão por os quais se podia ir, e vir a Alagoa, ainda que logo os nossos soldados abriram outros por o mato.".

@ Volume 1, CAPITULO III, Das coisas que sucederam em Pernambuco depois da chegada de Dom Luís de Rojas y Borja até a hora de sua morte, indicando que forças neerlandesas comandadas pelo Mestre de Campo Crestofle d'Artischau Arciszewski estavam estacionadas em Paripuera, no flanco da investida de Dom Luiz de Roxas de Geragua ('Pta Iaragea' - Ponta do Jaraguá, na Alagoa do Norte, atual cidade de Maceió-AL) para Porto Calvo, fator determinante para a vitória neerlandesa na Mata Redonda em 18 de janeiro de 1636, pg.69:

"Tanto que o Mestre de Campo Artixof soube que Dom Luiz de Roxas era passado com sua infantaria, entendendo que o Governador Sigismundo, que estava na povoação, estaria em grande aperto, ou cercado, e que tinha pouca gente consigo, partiu da Paripoeira com mil e quinhentos soldados, e veio em seguimento de Dom Luiz de Roxas, o qual sabendo como ele era partido, e não estando certo do caminho por onde vinha marchando, mandou espias por todas as partes, e principalmente à praia, porquanto por ali lhe diziam que podia o inimigo vir com mais facilidade; e ele mesmo se abalou com toda a infantaria a esperá-lo, e nunca sua gente descansou até que soube de certo o por onde o inimigo vinha marchando; e sendo certificado de que vinha por Camaragibe, e que ali abrasara com fogo três engenhos, e todas as casas dos moradores daquele distrito, e que vinha entrando por o caminho da Mata Redonda na derrota da povoação, logo lhe saiu ao encontro com mil e trezentos infantes, e deixou na povoação ao Tenente-General Manuel Dias de Andrada com trezentos e cinqüenta soldados em resguardo da pólvora, e das mais munições, e bastimentos. ".

@ Volume 1, CAPITULO III, pg. 76, descrevendo os acontecimentos da batalha da Mata Redonda:

".. andava Dom Luiz de Roxas no meio do nosso esquadrão, animando os soldados, e provendo os postos como via ser necessário, e tendo a cara para o inimigo, eis que vem uma bala de entre o nosso esquadrão, e lhe deu por as costas, e o passou de parte a parte, caiu ele em terra, e logo se tornou a levantar, dizendo: Não é nada, adiante soldados, que o inimigo vai vencido; dêem-me o meu cavalo. E querendo pôr o pé no estribo para cavalgar, disse estas palavras: Es posible que esto se me haze estando entre fidalgos Portugueses? E logo caiu estendido em terra morto. Henrique Teles de Melo, e o Padre Frei Manuel o retiraram para um mato, e o meteram em uma quebrada, e o cobriram com folhas secas por não ser achado, e tornando para o esquadrão, que andava mui aceso na briga, correu palavra, que o Mestre de Campo General era morto, e logo os de barrigas grandes, que nos haviam acompanhado a cavalo, não para pelejar, senão para ver touros de palanque, de cima de um outeiro, logo começaram a virar os cavalos, e a fugir; e os soldados vendo isto, imaginando que o inimigo poderia ter deitado alguma manga para os acolher no meio, começaram a virar, e em breve se começaram a meter por entre os matos, e uns após outros desampararam o campo, e se vieram retirando para a povoação, cada um por o caminho, ou vereda que se lhe oferecia; e só o Capitão Camarão, e o Rebelinho saíram de dentro do mato (donde brigaram) saindo ao alto do monte, e dali com vagaroso passo, e ordem se vieram retirando, fazendo alto algumas vezes, e virando a cara ao inimigo, o qual não veio em seu seguimento, antes se deixou ficar no mesmo lugar da batalha, aonde tinha duzentos mortos, dos quais enterrou os oficiais no mato, e levou mais de quatrocentos feridos, e se tornou por o mesmo caminho por onde havia vindo, para o forte da Parapueira." .

(Pudsey, circa 1670), relatando eventos ocorridos em 1635:

@ pg. 91, Fólio 20r. e pg.93, Fólio 20v.:

"O governador marchou até um largo rio chamado Santo Antônio Grande.298 E entre esse rio e o rio de São Gonçalo299 acampou, em uma estreita passagem, tendo do lado leste o mar e do lado oeste as florestas selvagens. E como os dois rios ficam ao norte & ao sul, deixou na entrada do rio de Santo Antônio um pequeno navio para funcionar como espia, situado a cerca de uma légua ou mais de nosso aquartelamento com o exército. E no lado norte, no rio de São Gonçalo, colocou um forte com uma dupla paliçada de madeira,300 tendo o forte dois baluartes para fazer fogo sobre o rio e um outro sobre a praia.

A cerca de um tiro de canhão mais acima, sobre a passagem, foi feito um outro forte, que foi colocado no lado de trás de nosso acampamento, em direção à selva, pois havia sido confiadamente assegurado pelos habitantes da região que, sendo bloqueada essa passagem, nenhum pelotão do inimigo poderia passar para fazer dano à região, a não ser que enfrentasse nosso exército. Atrás desse forte, na praia, aquartelamos nosso exército, havendo postado baterias baixas de cada lado nosso para flanquear a praia.301".

►Nelson Papavero in (Pudsey, circa 1670), NOTAS, pg. 178:

"298- "A brode rivver called Saint Antony Grande", no original.

299- "The rivver of St de Consolva", no original. Trata-se de uma tradução tentativa, baseada inclusive na existência de uma localidade denominada São Gonçalo, próxima à margem direita do atual rio Juçara, que deságua poucos quilômetros ao sul de Paripueira.

300- "A fort wth a woodden doublett", no original. Trata-se de uma tradução tentativa, já que "doublett" seria uma expressão inglesa alusiva às placas componentes de determinadas armaduras e não a estrutura de fortificações.

301- "Havinge mayde low batteries on each syde of us to flank alongst the shoare", no original.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Gonçalo (igreja - PARANAMBVCA)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Gon%C3%A7alo_(igreja_-_PARANAMBVCA). Data de acesso: 16 de abril de 2024.


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