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S. Gonçalo (povoação)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Gonçalo (povoação)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Gonçalo

Povoação na m.e. do 'Ĩúna' (Rio Una).


Natureza: povoação.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nomes históricos: S. Gonçalo (São Gonçalo); São Gonçalo do Una; N. S. da Purificação de Una; N. S. da Purificação; S. Gonçalo Garcia; Freguesia de Una; Una (Huna).


Nome atual: cidade de Barreiros-PE.


Nota:

O núcleo histórico da cidade de Barreiros desenvolveu-se inicialmente nas proximidades da igreja de São Gonçalo do Amaral, que presentemente está em ruínas. A posição da igreja, assumida neste estudo como a posição dessa povoação, foi confirmada, em 18/jun/2013, pelo sr. Rodrigo Bernardo.

Citações

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotada com o símbolo de povoação, 'Huna', na m.e. do 'Rº. Huna'.

►Mapa Y-31 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen Rio St. antonij Mimijn ende Cabo St. aúgústijn, plotada com o símbolo de povoação, sem nome, na m.e. do 'Rº huna:'.

►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotada com o símbolo de povoação, 'S. Gonçalo', na m.e. do rio 'Tuna' (Rio Una).

(Laet, 1637):

@ "Declaração de Manuel Vieira.", pg. 133:

"A aldeia do Una fica a dez léguas espanholas de Pernambuco, légua e meia

terra adentro. Lá há dois engenhos. O rio se chama Una, pelo qual os

barcos entram até o primeiro engenho; o outro fica meia légua terra

adentro. Os açúcares são transportados até o rio em carros. O rio tem

uma profundidade de apenas seis pés.".

@ "Do relatório de Joannes van Walbeeck.", pg. 152:

"Segue-se a Povoação de São Gonçalo do Una, com dois engenhos e bom número de habitantes, que igualmente se ocupam da produção dos produtos acima referidos. Aqui - e iguamente em todos os lugares acima mencionados (*) - produz-se algodão, que também é de vez em quando exportado para Portugal.".

(*) farinha, tabaco e gado.

(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 81:

"Segue-se a Jurisdição de Sirinhaém, que se estende do Pirasununga ao Sul até o Rio Marcaípe ao Norte, e está perfeitamente extremada com marcos e pedras fincadas. A esta jurisdição pertence uma parte da freguesia de Pojuca, desde os currais de Marcaípe, compreendendo os engenhos de Francisco Soares Canha e de Miguel Fernandes de Sá, e a freguesia de Una.".

(Dussen, 1640), pg. 141:

"CIDADES DE PERNAMBUCO

Na Capitania de Pernambuco há as seguintes cidades: Vila Antiga de Igarassu, Vila de Marim de Olinda, Vila de Olinda, Maurícia, que abrange o Recife e Antônio Vaz, Vila Bela de Ipojuca, Vila Formosa de Sirinhaém, ao todo 5 cidades e mais as povoações como sejam: Muribeca, São Lourenço, Santo Antônio, Santo Amaro, etc., na jurisdição de Olinda, Una na jurisdição de Sirinhaém, além das povoações de Porto Calvo, das Alagoas do Norte, das Alagoas do Sul, das quais algumas delas são como pequenas cidades.".

(Margrave, 1640), ITINERÁRIO, pg. 200, registra que os caminhos:

- do 'Rio Itaguaçabita ou Rio das Ilhetas', que passa-se sobre uma ponte, até o 'Riozinho sem nome', percorre-se em 1/4 h;

- do 'Riozinho sem nome', que atravessa-se a vau, até o 'Povoado de São Gonçalo de Una', percorre-se em 1 h;

- do 'Povoado de São Gonçalo de Una', até o 'Rio Una', percorre-se em 1/2 h.

(Bullestrat, 1642), pg. 157-158, comentando sua visita a Una em dezembro de 1641:

"A 21 do mesmo mês parti de Serinhaém para Una, e em caminho fui bem acolhido por Roelant Carpentier, no engenho Rio Formoso, chegando a Una à tarde.

Em Una há pedido de um consolador de enfermos e um mestre escola, pois ali há uma companhia [de soldados] e alguns neerlandeses residentes.

Visitei as paliçadas e a fortificação e achei-as muito arruinadas, embora o Capitão Cock já tenha refeito uma boa parte dela. Incumbi-o de prosseguir nas obras, de regularizar o parapeito e de reparar o alojamento dos soldados (36).

A 22 do mesmo passei em revista a companhia do Capitão Cock e verifiquei que se encontra como a lista anexa indica.

O armazém de víveres e de materiais do trem foi por mim visitado e achado em ordem.

...

O capitão pediu duas pequenas peças de artilharia ou alguns pedreiros, visto que os portugueses ali residentes são audaciosos e, ainda mais, durante a festa de São Gonçalo reúnem-se ali entre 3 a 4.000 pessoas (38). Prometi fazer menção disto e ainda de que começam a chegar ali moradores em número razoável e constroem casas de modo irregular. Dei ordem ao comandante para que as fizesse ordenar em arruamentos regulares, segundo o modo que lhe indiquei (39).

O comandante anunciou que os moradores desejam que o armazém, que foi levantado na praça em frente à igreja, seja mudado, para desimpedir o quadrilátero da praça. Incumbi-o, no caso dos moradores quererem contribuir com as despesas, de levantá-lo no lugar que lhe indiquei, onde estará em maior segurança.".

(Nieuhof, 1682), pg. 38:

"A Capitania de Pernambuco é das maiores e mais importantes do Brasil holandês. ... Divide-se ela em 11 distritos pequenos, habitados pelos portugueses a saber: a cidade de Olinda, Iguarassu, Recife, Muribeca, Santo Antônio, Ipojuca, Serinhaém, São Gonçalo de Una, Porto Calvo, Alagoas do Norte e Alagoas do Sul, dentre as quais Olinda e Iguarassu são as principais.

...

A aldeia de São Gonçalo de Una está a 20 milhas do Recife; possue 5 engenhos de cana.".

(Pereira da Costa, 1951), Volume 3, Ano 1636:

@ pg. 52-53:

"OUTUBRO 18 — O capitão Martins Soares Moreno ocupa o posto do rio Una, aonde pouco antes estivera o tenente-general Manuel Dias de Andrade à frente de uma forte guarnição. Esse posto ficava à margem direita do rio, servindo de quartel uma casa fortificada situada em frente do engenho de Una, pertencente a Diogo Pais Barreto, e à vista da povoação ou aldeiamento de S. Gonçalo de Una, assim chamado do orago da sua capela.

O aldeiamento vinha do princípio do século XVII e naturalmente fundado pelos padres franciscanos, coube então dirigi-lo por quatro anos o religioso F. Luis da Anunciação, perfeito conhecedor da língua dos índios, como narra Jaboatão; e segundo o padre Antônio Vieira, na sua Ânua da província do Brasil, a aldeia de Una existia já em 1625, dirigida por um sacerdote secular, passando então, a requerimento dos índios, à direção dos missionários jesuítas. Com a ocupação dos holandeses em Pernambuco, foi extinto o aldeiamento, dispersos os seus habitantes, e quando invadiram eles a localidade em 1636, nada escapou do que restava, nem mesmo a própria igreja, que deixaram saqueada e bastante danificada, e fora do altar, e aos pedaços, a imagem do seu padroeiro, que o tenente-general Andrade recolheu, e a colocou de novo no seu lugar, até que se fizesse uma outra.".

@ pg. 54:

"Com o estabelecimento do aldeiamento de Una, surgiu uma povoação, contemporaneamente, que teve tal desenvolvimento, que foi logo constituída em paróquia, que documentadamente encontramos designada com as encontradas invocações de S. Gonçalo de Una, N. S. da Purificação de Una, N. S. da Purificação e S. Gonçalo Garcia, ou simplesmente Freguesia de Una.".

@ pg. 55:

"A povoação de Una está situada à margem esquerda do rio do mesmo nome, a pouca distância da sua foz no Oceano, nos limites da comarca de Barreiros; e a sua antiga matriz, graças à moderna reconstrução que teve em 1873, é um templo espaçoso e de apurada beleza, tanto interna como externamente.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Gonçalo (povoação)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Gon%C3%A7alo_(povoa%C3%A7%C3%A3o). Data de acesso: 18 de abril de 2024.


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