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Siriji del Rey (cidade)

De Atlas Digital da América Lusa

Siriji del Rey (cidade)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Siriji del Rey

'Seregippe del Rey' no MBU, no vale do 'R. Vazabazes'.

Cidade na m.e. do 'Piranupama' (Rio Paramopama).


Natureza: cidade.


Mapa: PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma.


Capitania: CIRÎÎĬ.


Nomes históricos: Siriji del Rey; Seregippe del Rey; SԐrgipԐ ∂Ԑl RԐÿ; Sergipe ∂el Rÿ; Cidade de S. Cristovaõ; St Cristoffel.

Fundada por Cristóvão de Barros, em 1 de Janeiro de 1590, é a quarta cidade mais antiga do país.


Nome atual: São Cristóvão-SE.

Citações

►Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI, plotada, assinalada com a letra D, 'D - povoaçaõ noua a que chama .Cidade de S. Cristovaõ.', na m.d. de afluente sem nome da m.e. do 'Rio de Vazabaris', reconhecível como o Rio Paramopama.

►Mapa BA (IAHGP-Vingboons, 1640) #36 CAPITANIA DO BAHIA DE TODOS SANCTOS, plotado, 'SԐrgipԐ ∂Ԑl RԐÿ', na m.d. de afluente sem nome da m.e. do 'R. vasabaris'.

►Mapa Y-21 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen Toore de Gracidave ende Rio Vassabara, plotado, símbolo de cidade, 'Sergipe ∂el Rÿ:', na m.d. de afluente sem nome da m.e. do 'Rº: vasabara:'. Próximo tambem está plotada, com símbolo de igreja, 'St Cristoffel:'.

(Moreno, 1612), pg. 49, citando as relocações da povoação:

"Tem o Rio Sergipe uma povoação de casas de taipa cobertas de palha pequena, a qual chamam a cidade de saõ Cristovaõ; primeiro foi fundada no ponto A que se vê na carta desta capitania, a folha ..., depois a fundaram no ponto C, e logo daí a pouco anos a situaram no ponto D, despovoando-se as demais, e com tudo até hoje não tem tomado por assento por que cada um dos moradores, como que de governança, logo trata de levar a cidade à porta do seu curral; no ponto A já nomeado estão as ruínas de um forte que fez Cristovaõ de Barros para guarda da barra, e como de feito se houvera outros cômodos, aquele (como se vê) é sítio para passagem dos que caminham a Pernambuco, e dos que vêm de mar em fora; o segundo lugar no ponto C, donde a povoação a segunda vez se passou, tinha mais comodidade para a vivenda dos moradores, e vigiando a costa, mas com tudo fica sendo a pior eleição, porquanto estão no Rio de vaza barris, que tem pior barra, e por necessidade se passarão mais pela terra adentro no ponto D, ficando mais perto de suas fazendas, porem no Rio Sergipe no ponto D entrou a nau de grauiel soares e é melhor porto tomado em conjunção todos os desta capitania, que não saem ao presente mais que de barcos.".

(Coelho, 1654), descreve-a ao citar os acontecimentos de 31 de março de 1637, pg. 249a-249b no original, pg. 510-511 CD BECA:

"O conde de Banholo, marchando as 25 léguas que havia de São Francisco à cidade de Sergipe d'El-Rei, chegou a ela a 31 do mesmo mês. Esta povoação, com o nome de cidade de S. Cristóvão, dista do mar cinco léguas, em altura de onze graus e um terço, sem porto a não ser o de um rio (por onde se comunica) chamado incorretamente Seregipe, sendo o verdadeiro Serigp. Está numa planície e tem tanto de circuito como uma praça; não chega a 500 vizinhos. Uma igreja matriz e um convento de poucos religiosos do Carmo, e uma Casa de Misericórdia; num monte próximo, uma ermida de S. Gonçalo. No que compreende a sua jurisdição, que é para o Norte, até o Rio São Francisco, 25 léguas, e para o Sul, até o rio Tapicuru, 20. Tem oito engenhos de açúcar e muitos currais de gado que ali se dá bem pelos bons pastos. Seu governo civil, exercia-o o cabido, ou magistrado, com nome de juizes e regedores, eleitos cada ano. O criminal, um auditor sem letras, dando apelação para a Bahia. O militar (sem haver soldados, senão alguns poucos vizinhos), uma pessoa que lá enviava o rei, tendo este tão débil governo por anos limitados; e ficando da Bahia 66 léguas.".

  • Nota: ela está à m.e. do 'Piranupama' (Rio Paramopama) - é ponto de atenção essa citação ao rio de nome ' Seregipe, sendo o verdadeiro Serigp'. A memória de Duarte Coelho o traiu?

(Nieuhof, 1682), pg. 35:

"Existiu outrora certa cidade, chamada Sergipe-d'El Rei, um pouco mais para cima do rio Vasabarris em lugar muito desolado, cidade essa de área extensa, bem construída, com três boas igrejas e um mosteiro de franciscanos, mas sem fortificações alguma. Mais para cima dessa cidade, pode-se ainda ver uma capelinha dedicada a São Cristóvão, para onde os católicos romanos se dirigem em peregrinações.".

(Pudsey, circa 1670), relatando eventos ocorridos em 1638:

@ pg. 123, Fólio 28r.:

"No começo do mês seco do sobredito ano marchamos com 32 companhias para Sergipe d'El Rei, onde o Conde de Bagnoli, tendo obtido inteligência de nossa vinda, fugiu com seu exército para a Torre,367 a 12 léguas da Bahia. Queimamos a cidade e o interior de Sergipe d'El Rei. O sargento-mor Mansfeld, tomando consigo os atiradores e brasileiros,368 marchamos para o rio Real,369 e ali queimamos um engenho de açúcar chamado Itapicuru,370 matando gado e diariamente destruindo plantações.371 Depois de um curto tempo voltamos ao exército, que estava ocupado com as mesmas ações, queimando engenhos de açúcar e casas de moradia. Feito isto, pusemos fogo na cidade, com a finalidade de limpar a região de seus habitantes, propositadamente para manter a região limpa das inconveniências dos pelotões inimigos e para a finalidade de, em nosso regresso, podermos levar em segurança o exército a várias partes da região, para a melhor conveniência tanto do bem da região como dos soldados. Feito isto, tínhamos para o sul a região limpa por 150 léguas, de modo que o inimigo não podia causar-nos dano senão com pequenos bandos de brasileiros, que vieram pilhar os camponeses depois que dali saímos.".

►Nelson Papavero in (Pudsey, circa 1670), NOTAS:

@ pg. 183:

«367- "Fled wth his army to le Tour, 12 leagues from the Baye", no original. Trata-se da famosa "Casa da Torre" dos Garcia d'Ávila, situada próxima ao litoral no norte da atual cidade de Salvador. Outros comentários sobre a retirada de Bagnoli podem ser obtidos em autores como Varnhagen (1871).

368- "Srjant Major Mansfeild, takinge wth him the fyrelocks and Brasselians," no original. Referências a esse militar podem ser encontradas em autores como Barlaeus (1647) e Southey (1810-19). Vide também notas 1 e 221

369- "Rea Riall," no original.

370- "A sugar mylne called Tappakarowe", no original. Acreditamos ser esse o verdadeiro nome do engenho mencionado por Pudsey, que teria recebido semelhante designação por estar localizado nas proximidades do rio Itapicuru, curso d'água que desemboca ao sul do rio Real.

371- Vide nota 353.».

@ pg. 182:

«353- "The next day we m'ched toe a dorpe Called Pynnedo, on this syde of the greate rivver of Saint ffrancisco", no original. Segundo Varnhagen (1871), enquanto Sigemundt van der Schkoppe marchava para o sul com parte das tropas, Maurício de Nassau embarcava em Barra Grande com o resto das forças holandesas, seguindo por mar até Jaraguá e daí por terra até o Rio São Francisco, que teria sido alcançado em 27 de março de 1637. Em um morro que dominava o povoado do Penedo de São Pedro, Nassau fez construir um forte ao qual deu o nome de Maurício, ocupando o restante da margem do grande rio com outros postos fortificados. A julgar pelo relato de Pudsey, os soldados do antigo governador Sigemundt van der Schkoppe teriam precedido as forças de Nassau nesse avanço, tendo atingido a vila de Penedo dois dias antes.».

(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 134, comentando a invasão nerlandesa em 1637:

"Nas represálias aos ataques súbitos os flamengos assaltaram S. Cristóvão, incendiando casas, engenhos, destruindo plantações, cortando árvores de fruto e voltando, com o raid feito, ao forte Maurício. Era preciso criar uma zona árida, incapaz de sustentar tropa militar. O holandês arrasou, em léguas, tudo que vivia. Bagnuolo levara milhares de cabeças de gado para S. Cristóvão e daí para Bahia.".

@ pg. 135, ainda sobre a invasão em 1637:

"Quando o holandês saqueou S. Cristóvão, Sergipe contava quatrocentos currais, oito engenhos de açúcar. A sede tinha cem fogos, uma Casa de Misericórdia e dois conventos.".

@ pg. 136, a respeito da situação de terra arrasada em Sergipe:

"Nem a mandaram vigiar por capitão de fama quando o conde da Torre reunia a imensa esquadra na Bahia, para o desastre de janeiro de 1640. Nesse ano retomam S. Cristóvão, o que restava, em escombros e solidão melancólica.

...

Nassau, em lua-de-mel com o marquês de Montalvão, não esqueceu, em 1641, aproveitando as tréguas, de mandar retomar S. Cristóvão,, a cidade rebelde e tenaz. A posse foi imediata e o Governador Geral português queimou um protesto inócuo como todos os protestos dos fracos.".

@ pg. 143, comentado os caminhos desenhados no BQPPB:

"Os caminhos partem de S. Cristóvão em várias direções. Para Santa Maria, para S. Gonçalo, para Sirigi del Rei. Sobem até margens do Vasa-Barris. Um, passando por Piranupama (Piramopama) atravessa o Icaperangu, indo acima.".

@ pg. 144, ainda comentando caminhos:

"Daí, pelo Tapuruçu, entre Moiubama, varando o boqueirão e voltando a rearticular-se, depois de estirão em terra branca de topônimos e cortada pelo Jacarecica, com a estrada, que de Sirigi del Rei, olhando casas esparsas, residência de Capuchinhos (Capucins huys), reencontra-se, num ponto inominado, na mesopotâmia do Ciriri com o Lourenço de Souza (Ganhamoroba).".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Siriji del Rey (cidade)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Siriji_del_Rey_(cidade). Data de acesso: 20 de abril de 2024.


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