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Sp. Sancto (Engenho de roda d'água)

De Atlas Digital da América Lusa

Sp. Sancto (Engenho de roda d'água)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Sp. Sancto

Engenho de roda d'água com igreja, na m.e. do 'Çamuraguaĩ' (Riacho Salamargo).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Jurisdição: Prefeitura da Paraiba.


Nome atual: Fazenda Espírito Santo.


Nome histórico: Sp. Sancto, Spirito Santo, Ԑspirito St.

Citações:

►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado como engenho, 'Ԑspirito St. Ԑ', na m.d. do 'Rº. Sirimogay' (está na m.e. do 'Çamuraguaĩ' no BQPPB).


►Mapa PB (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotado como engenho, 'Spirito Santo', na m.d. do 'R. Sirimogag'.


(Carpentier, 1635), pg. 48-49:

"Diremos apenas que há nesta capitania 18 engenhos, dos quais uns são movidos a água e outros a boi e todos estão situados no rio Paraíba, sendo que nove ao sul do rio.

...

O sétimo (ao sul do rio Paraíba) é um engenho d'água e está moendo, pertence a Manuel Pires Correia. ".


(Arciszewski, 1637), pg. 111-113:

"Nesse interregno, enquanto estávamos ocupados com essas coisas no Recife e ainda não queríamos atacar o inimigo, aconteceu uma invasão do inimigo em 4 de outubro [de 1636], Primeiro surgiram boatos de que o inimigo estava novamente nas matas. Depois, chegaram rumores atrás de rumores, primeiro de um, depois de outro morador, de que um pequeno grupamento do inimigo saiu da mata e passou por sua propriedade, levando farinha e víveres. Finalmente, [enquanto eu] escrevia diariamente aos Senhores [do Conselho] sobre tais coisas que eu ouvi em São Lourenço e eles me recomendavam novamente o que já aconselharam antes, recebi a notícia de que o Senhor Ippo Eijssens, Conselheiro do Brasil e Governador da Paraíba, fora surpreendido e assassinado por Rebelinho, em 14 de outubro [de 1636], da seguinte maneira: o Senhor Eijssens, que gostava de ter um grande grupo ao seu redor, saiu para cavalgar e recrutou todos os jovens comerciantes, que conseguissem um cavalo, para irem com ele. Levou consigo também um comboio de 25 soldados com o tenente do capitão Stalpaert, da cidade Paraíba, e 25 brasilianos. Com toda essa gente, e negligenciando os rumores sobre o inimigo, saiu da cidade e se dirigiu a seu engenho, sito a sete milhas da cidade, no qual vive o mestre Micheel, antigo barbeiro (noutra ocasião fora o engenho de Manuel Pires Correia). Não havia meia hora que lá chegaram, e então chegou o Rebelinho com seus mosqueteiros e começou a atirar na casa. Os brasilianos não tiveram tempo de se juntarem aos outros no engenho, então, fugiram. Os outros, juntamente com o Senhor Eijssens, se defenderam, atirando um tanto quanto desordenadamente, e após uma hora já estavam sem pólvora. Tendo percebido o fraco tiroteio [nosso], o inimigo atacou, sendo primeiro repelido. Mas, por fim, não havendo mais disparos, ateou fogo embaixo da casa, e ficou observando pacientemente. Quando seu fogo e a fumaça diminuíram, tentaram arrombar a porta, e aí então ficaram o Senhor Eijssens e seu secretário, juntamente com mais nove pessoas, tanto soldados, quanto brasilianos e negros. Posteriormente seu corpo foi levado para a cidade da Paraíba e aí sepultado, e uns poucos ficaram feridos, outros escaparam ilesos. O tenente do capitão Stalpaert; mestre Micheel; o cunhado do Stachouwer, Block; o pintor Du Teer e o senhorzinho Caertemaker foram aprisionados sem ferimentos. Samuel Geraerts, comerciante livre, que escapou com os outros, nos relatou tudo isso.".


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 93:

"7. Engenho Espírito Santo, foi de Manuel Pires Correia que está com o inimigo. Confiscado e vendido a Jan van Ool; mói. ".


(Herckmans, 1639):

@ pg. 21 :

"A uma grande meia hora daí (casa de Luiz Mendes de Vasconcelos) fica o engenho Espírito Santo, (22) que também pertenceu ao mencionado Manoel Pires Correia e pela mesma razão foi confiscado e vendido a um mercador de Rotterdam, chamado Johan van Olen. Este, depois de o haver possuído durante dois anos, o vendeu a um mercador da Frisa chamado Mense Francen Aurenhout, que é o seu artual proprietário.".


@ pg. 50, Coutinho, Marcus Odilon Ribeiro, "Notas":

"(22) Pertence também à Cia. Usina São João. ...".


@ pg. 253 (RIAHGP, Tomo V, 1886):

"Por parte do rei o capitão dos Portuguezes era Francisco Rebello que cerca de seis semanas antes, na noite de 14 de Outubro [de 1636], assaltou de improviso o Snr. Ipo Eysens, director desta Capitania, no engenho Espirito Santo, e o matou e alguns dos seus, fazendo outros prisioneiros.".


(Dussen, 1640), pg. 172:

"151) Engenho Espírito-Santo, pertencente a Menso Fransen, é engenho d'água e mói. São lavradores:

Francisco Gomes d'Oliveira 28 tarefas

Manuel d'Almeida 45

Mateus Fernandes 50

______________

123 tarefas".


(Laet, 1644), pg. 379-380:

"No dia 15 [de outubro de 1636], os portugueses informaram ao Coronel, em S. Lourenço, que Henrique Dias chegara até o Curral de Antônio Cabral com uma tropa de cerca de 150 homens, a maior parte negros e mulatos e que Rebelinho ia na frente e eram esperadas outras forças sob o comando de Camarão. Soube também, no dia seguinte, que uma outra pequena força comandada por D. Luis de Souza chegara cerca de Nossa Senhora da Luz e que todas essas tropas tinham ordem e projetavam incendiar por toda a parte os canaviais, destruir os engenhos e arruinar o povo tanto quanto pudessem. Entretanto, sucedeu que o conselheiro politico Eyssens, que residia na Paraíba, foi surpreendido e assassinado pelo inimigo, sobrevindo essa desgraça da seguinte forma: apesar dos boatos insistentes da vinda do inimigo e pânico, o conselheiro Eyssens saiu a cavalo da Paraíba com 25 soldados e alguns jovens comerciantes e vários índios para o seu engenho, que pertencia antigamente a Manuel Pires. Mal estava lá havia meia hora quando Rebelinho surgiu de improviso e começou a fazer fogo violentamente contra a casa e os nossos índios não podendo entrar nela puseram-se a fugir. Os que estavam dentro, tanto os soldados como os comerciantes, defenderam-se valentemente, mas com tal imprudência, que dentro de uma hora queimaram toda a sua pólvora, o que sendo notado pelo inimigo, este os atacou mais fortemente: mas foi, no entanto, repelido por essa vez. Indo então por debaixo da casa, atearam fogo ali, sem que os nossos o pudessem impedir e viram-se forçados pelo fogo e fumaça a sair abrindo caminho e combatendo por entre o inimigo. Ali morreu o conselheiro Eyssens depois de se haver defendido valentemente, juntamente com o seu secretário, e pereceram mais nove dos nossos, entre soldados, negros e índios, sendo uns poucos levados prisioneiros escapando-se os restantes.".


(Coelho, 1654), pg. 230e-230d:

"Otubre 16 [1636] El Capitan Rabelo, que dexamos en su marcha, dio en el Ingenio que dexò Manuel Perez Correa, cinco leguas por la tierra de la ciudad de la Parayba, en 16 de Otubre, junto del encontrò al Governador Enses, que lo era de tres Plaças; aquella, i las del Rio Grande, i Tamaraca. Era persona de que no solo el enemigo hazia esta confiança, mas aun la teniã del los de su Bolsa, i Compañia Ocidental, teniéndole por uno de sus correspondientes, i que representava su ausencia; como lo dexaron a èl, i a otros Matías Vancol, i Iuan Gueselin, quando se fueron a Olanda. Este importante hombre, pues, por su mal acertò a estar en aquel Ingenío, procurando que moliesse, con 70. hombres, i 130. Indios de los de aquellos distritos. Insperadamente fue embestido luego de los nuestros. No pudo hazer mas de retirarse a las casas del propio Ingenio, de donde resistio con mucho valor. Ni le mostrò menos, viendose obligado a salir dellas, porque las dimos fuego. Degollònos a seis hombres, i entre ellos el Capitan Benito de Castro, i el Alferez Iacinto de Lima. Hirionos 16. de q' fueron el Capitan Iuan Lopez Barballo. Mas alfin no pudo resistir; i alli fue muerto, i un Capitan, i 40. soldados. Prisioneros siete; uno dellos cuñado de Estacor, que se llamava Andres Bolcho, i servia de Comissario de bastimentos. Murieron tambien 19. de sus Indios; i quedò preso Cosme de Almeyda, q' era un mulato natural de la Parayba. A este mandò el Capitan Rabelo arcabuzcar, porque de su gusto servia al enemigo.".

  • Nota: a data informada por Coelho, 16/10/1636, coincide com a de Joannes de Laet, e é diferente da informada por Elias Herckmans e Krzystof Arciszewski, 14/10/1636. Sugere-se, pela data dos documentos fonte ser mais próxima ao fato, que este tenha efetivamente acontecido no dia 14".


(Câmara Cascudo, 1956), pg. 219-220:

"Descendo, o Paraíba espelha casas semeadas em distâncias grandes. À direita, o engenho de Nossa Senhora de Guadalupe, o Espirito Santo (25 quilômetros da Capital) onde se erguia o engenho que o holandês Jan van Ool possuía.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 161-162, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, III - Capitania da Paraíba:

«7) ESPÍRITO SANTO. Sito à margem direita do Paraíba. Engenho d'água. Fundou-o Afonso Neto antes de 1593, o qual ainda o possuía em 1609. Em 1623, Manuel Pires Correia era proprietário do engenho, que produzia 6140 arrobas. Com a conquista da capitania em 1634, Manuel Pires retirou-se. Confiscado o engenho, o conselheiro Ippo Eyssens o fazia moer em 1635, quando foi surpreendido pelo ataque de campanhistas no qual perdeu a vida. Em 1637, moente, foi vendido a Jan e Cornelis van Olen, mercadores de Roterdã, juntamente com o Santo Antônio, ambos por 97,6 mil florins, a serem pagos em seis prestações anuais. Em 1639 os Van Olen repassaram ambas as propriedades a Menso Fransen, comerciante da Frísia. Contava então com três partidos de lavradores no total de 123 tarefas (6150 arrobas), sem partido da fazenda. Evacuado em 1646.(7)».

@ pg. 191, Notas:

«(7) DP, p. 394; RPFB, p. 194; FHBH, I, pp. 32, 93, 172; II, pp. 49, 76; RCCB, p. 74; MDGB, pp. 179, 241-2; DN, 15.VI.1637; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 53; "Livro do tombo do mosteiro de São Bento da Paraíba", p. 446; Regina Célia Gonçalves, Guerras e açúcares, p. 247.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Sp. Sancto (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Sp._Sancto_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 19 de abril de 2024.


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