Bertha Lutz - temas

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Feminismo laranja??

Pode causar espanto a alguém habituado à estética atual dos feminismos ver um site dedicado a uma ativista em que o laranja toma o lugar do lilás ou do rosa. São teimosias de historiador: cremos que as pessoas de uma época devem ser compreendidas conforme a mentalidade que prevalecia ao tempo de suas vidas. Nada mais anacrônico, portanto, do que um site sobre Bertha Lutz em lilás.
A escolha do laranja, associado ao preto, tem uma história na vida da Federação. Aconteceu durante a Segunda Convenção Feminina Nacional, reunião que as feministas da Federação convocaram em junho de 1934 para definir as estratégias políticas diante do quadro do país. Discutiram-se teses e planos de ação, mas também decidiu-se padronizar os rituais dos encontros feministas. As filiadas passaram a cantar um hino composto pela maestrina Joanídia Sodré, além de enfeitar as mesas com calêndulas de cor laranja.
Respeitar as escolhas estéticas das feministas da FBPF talvez pareça tolice, ou exagero de minúcias, mas hoje se reconhece que os grupos políticos se fortalecem com as experiências partilhadas e as lembranças dos rituais. Sem o saberem, as feministas da Federação cultivavam o que relojes replicas os grupos feministas atuais conhecem bem: o sentimento de pertencer a uma comunidade de eleição e de apoio.

A flor calêndula

A flor calêndula

Eis o refrão do hino da FBPF:

“Todas juntas na conquista
Deste novo e sagrado mister
Que é essência do ideal feminista,
Tudo à mulher, pela mulher!

[Origem: Boletim da FBPF, out.-nov./1934]