Bertha Lutz - temas

Anything in here will be replaced on browsers that support the canvas element

O falecimento do cientista Jean Baptiste Charcot

Na sessão de 17 de setembro de 1936, a deputada Bertha Lutz, apoiada por outros parlamentares, apresentou representação à Mesa para registrar o falecimento do cientista francês Jean Baptiste Charcot, em decorrência de naufrágio do navio que conduzia uma expedição científica às águas do Ártico.

O cientista Jean Baptiste Charcot

O cientista Jean Baptiste Charcot

Ao encaminhar a representação, Lutz discursa elogiando o professor, os avanços das mulheres no campo cientista francês e faz saber aos ouvintes que ela também é cientista, formada na mesma Universidade de Paris onde Charcot atuava. Um perfil feminino pouco usual para os padrões da época e que, jaeger lecoultre replica certamente, causava impressão entre os deputados.

Moção de pesar pelo falecimento de cientista

Matriz Feminismo

Este post contem a descrição do movimento feminista….

A “Federação Brasileira pelo Progresso Feminino” e seus fins

A convite do jornal “Correio da Manhã”, a Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino organiza um suplemento dominical em que se discute o progresso da mulher e do feminismo em geral. O suplemento saiu no dia 29 de outubro de 1930.
Como nos demais posts, basta você clicar duas vezes para poder ler a matéria com nitidez.

a FBPPF e seus fins

Propaganda feminista

A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino tornavam públicas as suas atividades de várias formas. Regularmente, as feministas se quotizavam para publicar no jornal “O Paíz” um suplemento dominical contendo notícias políticas. Aqui, mostramos o audemars piguet replica registro de campanha de propaganda feminista. Os objetivos eram atrair ativistas para a entidade e promover a consciência política feminina. O jornal “Diário Carioca” publica com destaque as iniciativas de Bertha e de suas colaboradoras em 29 de abril de 1930.
Clique na imagem para visualizá-la melhor!

Propaganda feminista! [Origem: Arquivo Histórico do Senado Federal]

Propaganda feminista!
[Origem: Arquivo Histórico do Senado Federal]

Feminismo laranja??

Pode causar espanto a alguém habituado à estética atual dos feminismos ver um site dedicado a uma ativista em que o laranja toma o lugar do lilás ou do rosa. São teimosias de historiador: cremos que as pessoas de uma época devem ser compreendidas conforme a mentalidade que prevalecia ao tempo de suas vidas. Nada mais anacrônico, portanto, do que um site sobre Bertha Lutz em lilás.
A escolha do laranja, associado ao preto, tem uma história na vida da Federação. Aconteceu durante a Segunda Convenção Feminina Nacional, reunião que as feministas da Federação convocaram em junho de 1934 para definir as estratégias políticas diante do quadro do país. Discutiram-se teses e planos de ação, mas também decidiu-se padronizar os rituais dos encontros feministas. As filiadas passaram a cantar um hino composto pela maestrina Joanídia Sodré, além de enfeitar as mesas com calêndulas de cor laranja.
Respeitar as escolhas estéticas das feministas da FBPF talvez pareça tolice, ou exagero de minúcias, mas hoje se reconhece que os grupos políticos se fortalecem com as experiências partilhadas e as lembranças dos rituais. Sem o saberem, as feministas da Federação cultivavam o que relojes replicas os grupos feministas atuais conhecem bem: o sentimento de pertencer a uma comunidade de eleição e de apoio.

A flor calêndula

A flor calêndula

Eis o refrão do hino da FBPF:

“Todas juntas na conquista
Deste novo e sagrado mister
Que é essência do ideal feminista,
Tudo à mulher, pela mulher!

[Origem: Boletim da FBPF, out.-nov./1934]

As mulheres votam no Brasil, finalmente!

Aos 38 anos, Bertha finalmente tem a satisfação de fazer o seu registro eleitoral. E mais: vota nos pleitos de 3 de maio de 1933 e em 14 de outubro de 1934.
Clique nas imagens duas vezes!

Título de eleitor(a): 1933 [Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Título de eleitor(a): 1933
[Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Votei, sim! [Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Votei, sim!
[Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Bertha vota no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro [Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Bertha vota no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro
[Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Registros de eleições entre 1958 e 1974. [Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Registros de eleições entre 1958 e 1974.
[Origem: Museu Nacional/Projeto Semear]

Outros feminismos: o Partido Republicano Feminino de Leolinda Daltro

Antes de Bertha voltar da França em 1918 e iniciar a articulação de seu grupo feminista, a professora Leolinda Daltro era a referência dos cariocas quando o assunto eram manifestações femininas. Ora tratada com gentileza, ora tratada com escárnio pela imprensa, Leolinda polarizava opiniões.
Nesta nota, o jornal Gazeta de Notícias registra a tentativa de Leolinda, e de colaboradoras, de entregar ao Presidente da República um manifesto em favor da entrada do Brasil na guerra. Assim como tantos associavam o direito ao sufrágio à defesa da pátria, Leolinda defendia as duas causas: que as mulheres deviam votar e que podiam colaborar com o esforço de defesa. Exemplo disso era o treinamento de tiro que ela promovia às suas alunas e a quem mais o desejasse. Fazia isso há bastante tempo já, desde que sua amiga, Orsina da Fonseca, mulher do Presidente Hermes da Fonseca, a apoiara.

Solenidade de inauguração da Escola Orsina da Fonseca. [O Malho, 24/6/1911]

Solenidade de inauguração da Escola Orsina da Fonseca. [O Malho, 24/6/1911]


Em 1910, Daltro reuniu-se a dezenas de colaboradoras, a maior parte delas professoras como ela, para formar uma associação civil denominada Partido Republicano Feminino. Sete anos depois, manifestações como esta registrada pelo jornal Gazeta de Notícias mostram que Leolinda se empenhava para manter viva a causa.Clique nas imagens para ampliá-las.
Revista da Semana, 30/9/1911

Revista da Semana, 30/9/1911

Bertha Lutz e Cartas de Mulher

Como estratégia política, Bertha Lutz ocupava os espaços na imprensa para construir o consenso em torno das teses feministas que ela defendia. Neste artigo publicado na “Revista da Semana”, em 1919, Lutz compara o feminismo brasileiro ao do exterior. Ela menciona o episódio do concurso ao cargo de diplomata, em que a primeira colocada, Maria José Souza, por pouco não toma possa. Foi preciso a intervenção de Rui Barbosa em defesa da concursada.
Outro aspecto digno de nota é a insistência de Bertha em se manter distante das “sufragettes”, ou seja, as ativistas em defesa do voto feminino que ocupavam as ruas em manifestações e, se fosse preciso, entravam em confronto com as forças de repressão. Isso ela não fazia! Seu sufragismo era de salão. Funcionou…
Você sabe: para ler o texto, basta clicar na imagem duas vezes.Cartas de mulher

Assembléia da FBPF, 1924.

As pautas da Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino são reportagem do jornal “O Paiz” de 22 e 23 de dezembro de 1924.

A FBPPF assembleia geral

Joaquim Francisco de Assis Brasil: um antifeminista convicto

O diplomata e jurista Joaquim Francisco de Assis Brasil foi um resistente adversário do voto feminino. Ainda em 1891, fez publicar em Buenos Aires este pequeno livro em que critica a ideia da extensão do voto às mulheres. Com a ascensão de Vargas ao poder, Assis Brasil publicou a obra “Democracia representativa: do voto e do modo de votar” em 1931, onde expõe suas ideias sobre o sistema representativo e reafirma sua rejeição ao voto feminino. Nomeado para a comissão responsável por redigir o código eleitoral, juntamente com Bertha Lutz, Assis Brasil mostrou-se um adversário difícil. Ao fim, a tese do voto feminino prevaleceu no código editado em fevereiro de 1932 o que permitiu às mulheres votar pela primeira vez. Para tanto, as feministas da Federação neutralizaram as resistências de homens influentes como Assis Brasil mantendo diálogo com o próprio Vargas.
Clique abaixo para ler o livro “Democracia Representativa”, de 1891:

1 – democracia_representativa
Origem: Biblioteca Pedro Aleixo; Obras Raras da biblioteca da Câmara dos Deputados.