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A Mina

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 18h45min de 19 de julho de 2016 por Levypereira (disc | contribs)

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Coleção Levy Pereira


A Mina

Morros próximos e a oeste da foz do 'R. de Iataboca' (Rio Tabocas), na 'ITAPVÁMA' (Região de Itabaiana).


Natureza: morros.


Mapa: PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma.


Capitania: CIRÎÎĬ.


Nome histórico: A Mina.


Nome atual: possivelmente Serra das Minas.

Localiza-se nas proximidades do povoado Serra das Minas, município de Campo do Brito-SE - vide mapa IBGE Geocódigo 2801009 Campo do Brito-SE.

Citações

►Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI, plota os locais citados abaixo por (Moreno, 1612), assinalado com a letra E, 'E - as campinas de tabanha de infinito gado', e a letra F, 'F - as serras de tabanha', nas cabeceiras do 'Rio Sirigipe del Rey' (Rio Sergipe) e 'Rio de Vazabaris' (Rio Vaza Barris).

(Moreno, 1612), pg. 50:

"No Rio de Saõ Miguel, que se vê na dita carta no ponto E vive o Caramarú que é o que assegura haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte, sendo pouco o que vai pela terra dentro.".

Notas:

a) O Caramaru é, conforme abaixo citado por [Câmara Cascudo, Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru.

b) A citação do "Rio de São Miguel, que se ve no ponto E" no Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) pode ser indício de que o Rio de São Miguel seja o mesmo o 'R. dos pedras' do BQPPB, atual Rio das Traíras, todavia, há, na m.e. do 'Rio Reall', nesse mesmo mapa, indicado pela letra L, 'L - fazendas do Caramaru perto das serras da prata', o que pode dar margem a outra interpretação.

c) Diogo de Campos Moreno cita "haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte", o que gera alguma confusão, pois F é 'F - as serras de tabanha' e a bacia do Rio Real não está nas suas proximidades.

Pode haver algum lapso na redação dessa frase, se considerarmos que o Caramaru residia numa região nas cabeceiras do Rio Real, no local assinalado no mapa SE (Albernaz, 1626/1627) com a letra 'L - fazendas do Caramaru perto das Serras da prata', e que há, entre o 'Rio Real' e o 'Rio de Vazabaris' a serra assinalada com a letra M, 'M - Serras do Rio Real'.

(Barléu, 1647):

@ pg. 211:

"Se não me engano, só o escritor português Nicolau de Oliveira enumera o Sergipe entre as capitanias. ... Possuía a região vários currais de gado, que, achando-se em ruínas, podem sei restaurados pelo cuidado dos governadores. Quanto à pesca é afamada a região, por estender-se à beira-mar. Entretanto, foram os holandeses burlados nas suas esperanças de minas ali, pois os minérios cavados em vários sítios não contêm prata nem valem rada, segundo declara Pedro Mortammer, a quem se confiara a pesquisa deste segredo.".

@ pg. 332-333, excertos das exposições de Nassau aos Diretores da GWC (Companhia das Índias Ocidentais) quando do seu regresso do Brasil aos Países Baixos:

"Sergipe. ...

Depois de frequentes análises, verificou-se que nenhum valor têm os minérios que se apanham nas montanhas do Sergipe (chamam-lhes Itoabouhanas). Dizem que foram descobertos esses minérios, durante o governo de D. Luiz de Sousa, por um mameluco Melchior Dias, o qual, lançando casualmente os olhos a umas pedrinhas brilhantes, supôs que encerravam prata. Referido o caso ao rei da Espanha, Sousa, a quem ele mandara explorar os montes e desvendar-lhes os segredos, enviou ao seu soberano vãs esperanças e a notícia do trabalho perdido.".

(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 132:

"Na sedução fora a bandeira-da-prata, com o mistério das minas de Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru, endoidando várias gerações.".

@ pg. 133:

"A Casa da Torre seguiu, esse sonho, no rumo de Itabaiana, com Guilherme Joosten Glimmer. E para aí voltaram, em 1655, os manos Calhelhas. No governo holandês rebuscaram-na curiosidades interesseiras e autorizadas pelo Supremo Conselho. Essas caçadas eram, inesperadamente, alargamentos para a fronteira geográfica. Barléu registra, convencional, essa Itaberaba onde as pratas deviam estar dormindo. E não sendo possível localizar, escreveu, difusamente, minas, minas ...".

@ pg. 145-146:

"O Rio das Pedras, afluente maior para a corografia flamenga, inflete-se para leste, transpondo um boqueiaró (boqueirão), dividindo-se após em caudais. Uma que sobe atravessando o varjão onde os holandeses acreditavam existir minérios preciosos e onde diziam jazer ouro e salitre. É a zona indicada pêlo sonho de Belchior Dias Moreia, as minas de prata.

Barléu anotou, cuidadoso, mina, mina. Aí, era 1643, andou catando, por ordem da Companhia, o oficial Niemeyer, numa afanosa jornada inutilíssima.".


Nota:

José de Almeida Bispo, em 28/01/2014, comentou:

"Serra das Minas, povoado do município e Campo do Brito, local onde o governador geral do Brasil, D. Luiz de Souza, mandou cavar, sob indicação de Melchior Dias Moreia, este sob tortura, em busca da mina de prata.".


Citação deste verbete

Autor do verbete: Levy Pereira

Como citar:PEREIRA, Levy. "A Mina". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/A_Mina. Data de acesso: 28 de março de 2024.



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