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Ca∫teel Keulen

De Atlas Digital da América Lusa

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"O eclipse de número 4, de 14 para 15 de abril de 1642, foi observado por Marcgrave não do Recife, pois ele estava numa expedição, mas do Forte Ceulen (Fig. 68), a atual Fortaleza dos Reis Magos, em Natal, RN, na foz do Potengi, conhecido então como Rio Grande, que deu nome à capitania e ao atual Estado. Também em Natal a visibilidade desse eclipse foi total. As observações foram feitas com um sextante portátil de 0,5 m, aquele que era montado no martelo polonês. O tempo, que tinha sido bom até o primeiro contato da Lua com a sombra, tornou-se chuvoso. O eclipse só pôde ser observado quando a Lua já estava obscurecida 10 dígitos (-83%), mas o início da totalidade pôde ser bem observado. Depois nuvens impediram a observação até o fim da totalidade. Em seguida o céu abriu novamente até o fim do eclipse. A altura da Lua era favorável às observações. Marcgrave mediu a altura de Procyon, Antares e a do Sagitário nos instantes críticos. Desta vez o número de observações foi menor e a média do erro temporal foi +3 minutos e 6 segundos indicando uma tendência de a observação ser atrasada. Talvez essa inversão de tendência em relação ao eclipse de número 2 esteja ligada a condições desfavoráveis do tempo.".
 
"O eclipse de número 4, de 14 para 15 de abril de 1642, foi observado por Marcgrave não do Recife, pois ele estava numa expedição, mas do Forte Ceulen (Fig. 68), a atual Fortaleza dos Reis Magos, em Natal, RN, na foz do Potengi, conhecido então como Rio Grande, que deu nome à capitania e ao atual Estado. Também em Natal a visibilidade desse eclipse foi total. As observações foram feitas com um sextante portátil de 0,5 m, aquele que era montado no martelo polonês. O tempo, que tinha sido bom até o primeiro contato da Lua com a sombra, tornou-se chuvoso. O eclipse só pôde ser observado quando a Lua já estava obscurecida 10 dígitos (-83%), mas o início da totalidade pôde ser bem observado. Depois nuvens impediram a observação até o fim da totalidade. Em seguida o céu abriu novamente até o fim do eclipse. A altura da Lua era favorável às observações. Marcgrave mediu a altura de Procyon, Antares e a do Sagitário nos instantes críticos. Desta vez o número de observações foi menor e a média do erro temporal foi +3 minutos e 6 segundos indicando uma tendência de a observação ser atrasada. Talvez essa inversão de tendência em relação ao eclipse de número 2 esteja ligada a condições desfavoráveis do tempo.".
  
===Citação deste verbete===
 
Autor do verbete: [[Levy Pereira]]
 
  
Como citar: PEREIRA, Levy. "{{PAGENAME}}". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: {{fullurl:{{PAGENAME}}}}. Data de acesso: {{CURRENTDAY}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}.
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{{citacao1}} Levy Pereira{{citacao2}} PEREIRA, Levy {{citacao3}}

Edição de 17h05min de 16 de novembro de 2012

Coleção Levy Pereira


Ca∫teel Keulen


Natureza: fortaleza


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE


Capitania: RIO GRANDE

Fortaleza na barra 'Potĩjĩ ou Rio grande' (Rio Potengi).

Fort Ceulen' no MBU.


Nomes históricos: Forte (Fortaleza) dos Reis Magos (Reis, Reys); Forte (Fortaleza) do Rio Grande, Ca∫teel (Fort) Keulen (CԐulԐn, Ceulen); Peculem.


Nome atual: Forte dos Reis Magos.


Nota:

Sua construção foi iniciada por ordem do Capitão-Mor de Pernambuco, Manoel de Mascarenhas Homem, em 1598, no dia 6 de janeiro, dia consagrado aos Santos Reis, sobre os arrecifes situados nas redondezas da chamada Boca da Barra.

Ocupada pelos neerlandeses de 12 de Dezembro de 1633 a Fevereiro de 1654, com o nome Castelo Ceulen (Kasteel Keulen), homenagem a Natthijs van Ceulen, um dos dirigentes da WIC no Brasil, que acompanhou pessoalmente a sua tomada.

Citações

►Mapa RG-N (Albernaz, 1612), plotado como 'O FORTE', na 'Barra do Rio Grande', foz do 'Rio Puttigi'.

Este mapa mostra, em desenho á parte, a 'PRANTA DO FORTE QVE DEFENDE A BARRA DO RIO GRANDE'.

►(Moreno, 1612), PG. 77-78 fornece muitos detalhes da 'fortaleza dos Reis' a explicita as razões estratégicas para sua construção.

Há transcrição em portugues contemporâneo do texto de Moreno entitulado 'RIO GRANDE, CAPITANIA DE SUA MAGESTADE', em (Galvão, 1977), pg.253-256.

►Mapa RG (IAHGP-Vingboons, 1640) #51 CAPITANIA DE RIO GRANDE, plotado como forte, 'F. CԐulԐn', na barra do, 'Rio Gran∂e'-'Rº. Potozÿ'.

►Mapa Y-51 (4.VEL Y, 1642) De Cust van Brazil tusschen Rio Jan desta en cabo Roques, plotado somente com o símbolo, na barra do 'Rio Gran∂e'.

►Mapa CE-RG (Orazi, 1698) PROVINCIE DI SEARÁ E RIO GRANDE, plotado sem símbolo, 'Peculem', entre 'R. Peringy (Rio Pirangi) e 'Cabo Negro' (Ponta Negra).

►(Verdonck, 1630), pg. 46:

"§ 21.º - O FORTE DO RIO GRANDE CHAMADO DOS TRÊS REIS MAGOS - Da cidade do Rio Grande ao forte chamado os Três Reis Magos há apenas a distância duma pequena meia milha, e esse forte é o melhor que existe em toda a costa do Brasil, pois é muito sólido e belo e está armado com 11 canhões de bronze, todos meios-canhões, muitas colubrinas e ainda 12 ou 13 canhões de ferro, estes porém imprestáveis; na entrada do mesmo forte há também 2 peças e daí chega-se ao paiol da pólvora; as muralhas podem ter de 9 a 10 palmos de espessura e são dobradas, tendo o intervalo cheio de barro; ordinariamente há poucos víveres no forte, porque entre esses portugueses não reina muita ordem; a guarnição consta habitualmente de 50 a 60 soldados pagos e com a maré cheia o forte fica todo cercado d'água, de modo que ninguém dele pode sair nem nele pode entrar. ".

►(Laet, 1637):

@ Interrogação de Bartolomeu Peres, e situação ao redor e perto de Pernambuco, tanto ao sul como ao norte, pg. 121:

"Rio Grande tem uma fortaleza com 9 peças de metal em função e também com algumas peças de ferro fundido. As peças de metal apontam o porto. A fortaleza, solidamente construída sobre um recife, não pode ser tomada pela força; mas a água doce deles pode-lhes ser cortada, uma vez que a procuram do outro lado do rio em outro riacho, que desemboca no mar ao norte, a uma distância de dois tiros de mosquete. Nesse local, a gente do castelo o tem tapado, desviando-o para o castelo. Depois de tapar a desembocadura, ele voltaria a correr pelo leito antigo. Também recebem todas suas vitualhas da terra, trazendo-as com botes. As peças também não estão bem montadas; deveria ser atacada com grande coragem. No castelo haverá uns 40 homens. Perto dele há um monte de areia; dele, depois de fortificá-lo com tábuas e provê-lo com canhões, poder-se-ia disparar sobre a gente do castelo com peças e mosquetes, para intimidá-los totalmente.".

@ Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, depoimento prestado antes de 1633, ano da tomada desse forte pelos neerlandeses, pg. 137:

"A cinco léguas de Pirangi há um grande rio: Rio Grande, e em brasiliano chama-se Potengi;1 onde na entrada a beira do rio e do lado de Pirangi está uma fortaleza construída de pedra com uma guarnição de 40 soldados e 9 peças de metal. Mas, segundo o piloto que esteve preso na Paraíba durante 33 meses,2 conta com 80 soldados e 29 peças. É preciso conquistar este lugar. Com os navios é possível chegar-se bem perto do castelo. A muralha está fundada no chão e a artilharia fica tão alta que será possível postar-se abaixo dela para demolir a muralha; o inimigo não poderia fazer mais dano que atirar pedras. A porta da fortaleza deve ser escalada por meio de uma escada. Perto dela há uma aldeia de oito casas de portugueses, além da igreja.

1 No manuscrito: Poterug.

2 Ver [223]: Declaração de Assuerus Cornelisz, preso na Paraíba de 14 de outubro de 1625 até 16 de maio de 1628.".

►(Medeiros, 1998):

@ O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, comentando o documento acima citado, de outra fonte (tradução), pg. 16-17-19:

"Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):

...

Potiug ou Rio Grande, um grande rio com um castelo sobre a costa (este, bem próximo da margem, provido de nove canhões de metal e 40 soldados. Um lugarejo com 8 casas e uma igreja, habitado por gente do engenho de açúcar, a saber: 5 portugueses e alguns negros. Os navios podem chegar muito perto do castelo. Isto está a 5 léguas de Pirangu.'

O rio Potengi, em cuja barra fora construída a fortaleza dos Santos Reis Magos. O lugarejo correspondia a Natal.

...

Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.

(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.".

►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 122-123:

"Aos fortes da Paraíba segue-se, para o Norte, o Castelo Ceulen, no Rio Grande, situado sobre o arrecife de pedra na entrada da barra. Construído de pedra de cantaria, é muito elevado, e tem muito grossas e fortes muralhas. Na frente, para o lado de terra, tem uma forma de hornaveque, isto é, uma cortina com dois meios baluartes e provido, segundo o velho estilo, de orelhões e casamatas. Diante dos outros três lados há tenalhas.

Este forte está sujeito às altas dunas que lhe ficam a tiro de arcabuz, e são tão elevadas que delas se pode ver pelas canhoneiras o terrapleno, e daí tirar à bala o sapato dos pés aos do castelo. Quando nós o cercamos, assentamos a nossa artilharia sobre as dunas, e fizemos um fogo tal que ninguém podia permanecer na muralha. Mas este defeito foi remediado, levantando-se sobre a muralha da frente, contra o parapeito de pedra, um outro de terra a prova de canhão, e com isto todo o forte da parte de cima está coberto e resguardado.

E como de maré cheia este forte fica cercado de água, e tem de resistir ao embate do mar, está um pouco danificado na parte inferior, o que se reparará construindo-se de pedra e cal uma nova base.

O Castelo está bem provido de artilharia: além das peças que nele foram tomadas, puseram-lhe mais duas de calibre 4, que estavam nas caravelas que achamos no rio, quando o fomos cercar.".

►(Câmara Cascudo, 1956), pg. 244 :

"Na primeira curva está o CASTEEL KEULEN, castelo de Keulen (67), a fortaleza dos Reis magos, vencida a 12 de dezembro de 1633 e rebatizada com o prestigioso nome de um dos Delegados da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais.".

►(Galvão, 1977), em HISTÓRIA DA FORTALEZA DA BARRA DO RIO GRANDE, apresenta, ao nosso ver, a mais completa monografia sobre essa fortaleza.

►(Matsuura, 2011), pg.124:

"O eclipse de número 4, de 14 para 15 de abril de 1642, foi observado por Marcgrave não do Recife, pois ele estava numa expedição, mas do Forte Ceulen (Fig. 68), a atual Fortaleza dos Reis Magos, em Natal, RN, na foz do Potengi, conhecido então como Rio Grande, que deu nome à capitania e ao atual Estado. Também em Natal a visibilidade desse eclipse foi total. As observações foram feitas com um sextante portátil de 0,5 m, aquele que era montado no martelo polonês. O tempo, que tinha sido bom até o primeiro contato da Lua com a sombra, tornou-se chuvoso. O eclipse só pôde ser observado quando a Lua já estava obscurecida 10 dígitos (-83%), mas o início da totalidade pôde ser bem observado. Depois nuvens impediram a observação até o fim da totalidade. Em seguida o céu abriu novamente até o fim do eclipse. A altura da Lua era favorável às observações. Marcgrave mediu a altura de Procyon, Antares e a do Sagitário nos instantes críticos. Desta vez o número de observações foi menor e a média do erro temporal foi +3 minutos e 6 segundos indicando uma tendência de a observação ser atrasada. Talvez essa inversão de tendência em relação ao eclipse de número 2 esteja ligada a condições desfavoráveis do tempo.".


Citação deste verbete

Autor do verbete: Levy Pereira

Como citar: PEREIRA, Levy . "Ca∫teel Keulen". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Ca%E2%88%ABteel_Keulen. Data de acesso: 28 de março de 2024.



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