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Cabŭroŭ aponga

De Atlas Digital da América Lusa

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Cabŭroŭ aponga
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'''Nomes históricos:''' Cabŭroŭ aponga; kabúroú Apunga; Inboduaponga; Tapirugh; Tapiruch; Piraipaba; Piraipaiba.
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● localizada na área urbana de Fortaleza-CE, possivelmente nas proximidades da lagoa Parangaba, no bairro de Parangaba, cidade de Fortaleza-CE.
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*Localiza-se na área urbana de Fortaleza-CE, possivelmente nas proximidades da lagoa Parangaba, no bairro de Parangaba, cidade de Fortaleza-CE.
  
● essa aldeia tinha uma paliçada, conforme desenhada no mapa Y-59 (4.VEL Y, 1642), o que pode ter sido o motivo de ser chamada de 'aldeia fortificada' por João Baptista Sijens em 1600.
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*Essa aldeia tinha uma paliçada, conforme desenhada no mapa Y-59 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]], o que pode ter sido o motivo de ser chamada de 'aldeia fortificada' por João Baptista Sijens em 1600.
  
'Tapiruch', 'Tapirugh', pode estar associado ao nome do bairro de Itaperi, nas proximidades.
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*O topônimo 'Tapiruch', 'Tapirugh', pode estar associado ao nome do bairro de Itaperi, nas proximidades.
  
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►Mapa CE [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #53 CAPITANIA DO ZIERA, atribuído a Jorge Margrave, plotada como 'Cabŭroŭ aponga'.
 
►Mapa CE [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #53 CAPITANIA DO ZIERA, atribuído a Jorge Margrave, plotada como 'Cabŭroŭ aponga'.
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►Mapa Y-59 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen ponto abaron en Rio Syara, plotado com o símbolo com a forma de sua planta, aldeia fortificada, cercada com paliçada retangular, 'kabúroú Apunga:'.
 
►Mapa Y-59 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen ponto abaron en Rio Syara, plotado com o símbolo com a forma de sua planta, aldeia fortificada, cercada com paliçada retangular, 'kabúroú Apunga:'.
  
►Mapa [[(GERBIER, c.1650-1663)]] La description dela contreé de CHIARA, não plota essa aldeia, contudo, representa a lagoa 'Sporangaba', assinalada com o número 11, '11 - grande Allagoa apellé Sporangaba.'.
 
  
 
►[[(Laet, 1637)]], Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, pg. 143, cita essa aldeia como:
 
►[[(Laet, 1637)]], Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, pg. 143, cita essa aldeia como:
  
a) cidade fortificada:
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a) Cidade fortificada:
  
 
"Onze léguas além encontra-se a baía Mucuru, onde esteve João Baptista Sijens,(1) que no seu diário escreve o seguinte a respeito dela:
 
"Onze léguas além encontra-se a baía Mucuru, onde esteve João Baptista Sijens,(1) que no seu diário escreve o seguinte a respeito dela:
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1 Para o Diário de 1600 de J. B. Sijens, ver pág. 57 a 59 do Roteiro de Hessel Gerritsz de 1629 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.".
 
1 Para o Diário de 1600 de J. B. Sijens, ver pág. 57 a 59 do Roteiro de Hessel Gerritsz de 1629 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.".
  
b) como a aldeia Tapirugh, pelas palavras dos brasilianos "Gaspar Paraupaba do Ceará, da idade de 60 anos; Andrés Francisco do Ceará, da idade de 50 anos; Antônio Paraupaba (2) de Tabussuram, que fica na distância de 2 dias no interior da Paraíba, da idade de 30 anos; Pedro Poti, da idade de 20 anos.":
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b) Como a aldeia Tapirugh, pelas palavras dos brasilianos "Gaspar Paraupaba do Ceará, da idade de 60 anos; Andrés Francisco do Ceará, da idade de 50 anos; Antônio Paraupaba (2) de Tabussuram, que fica na distância de 2 dias no interior da Paraíba, da idade de 30 anos; Pedro Poti, da idade de 20 anos.":
 
   
 
   
 
"A quatro horas de Mocuru fica a cidade deles: Tapirugh, com dois principais; um que se chama Kiaba e o outro Vawassouw. São tiguares de nação. Os franceses estiveram em Tapiruch, mas não foram além. Do Ceará terra adentro e a um dia de viagem de Tapirugh acima do dito está a montanha Boraguaba, onde deve haver uma mina de prata, cuja prata Gaspar e Andrés tocaram com as mãos e dizem tê-la reconhecido pela cor branca e consistência. E preciso fixar-se nisso, etc.
 
"A quatro horas de Mocuru fica a cidade deles: Tapirugh, com dois principais; um que se chama Kiaba e o outro Vawassouw. São tiguares de nação. Os franceses estiveram em Tapiruch, mas não foram além. Do Ceará terra adentro e a um dia de viagem de Tapirugh acima do dito está a montanha Boraguaba, onde deve haver uma mina de prata, cuja prata Gaspar e Andrés tocaram com as mãos e dizem tê-la reconhecido pela cor branca e consistência. E preciso fixar-se nisso, etc.
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2 No manuscrito, Wacawassoivay = ParaoePPava ".
 
2 No manuscrito, Wacawassoivay = ParaoePPava ".
  
as notas (1) e (2) acima são de autoria do prof. Benjamin Teensma, que transcreveu e traduziu os documentos em (Laet, 1637).
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*As notas (1) e (2) acima são de autoria do prof. Benjamin Teensma, que transcreveu e traduziu os documentos em [[(Laet, 1637)]].
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I - Os neerlandeses, para proteção e apoio às atividades de mineração de prata no monte Itarema, estabeleceram nova aldeia, com os brasilianos da 'Cabŭroŭ aponga', nas faldas do monte Maragoa (Maragoaba), plotada no mapa (GERBIER, c.1650-1663) La description dela contreé de CHIARA, assinalada com o número 18, '18 - Aldee Pirapεaiba environneé de Palissades', próxima ao monte 'Rapeaiba', que pode ter sido denominada 'Pirapεaiba' pelo costume dos brasilianos, ao erguerem nova aldeia, dar-lhe o nome daquela de onde se originam os seus habitantes - a 'Piraipaba', denominada 'Cabŭroŭ aponga' nos mapas MBU, 4.VEL Y-59 e CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53.
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I - Os neerlandeses, para proteção e apoio às atividades de mineração de prata no monte Itarema, estabeleceram nova aldeia, com os brasilianos da 'Cabŭroŭ aponga', nas faldas do monte Maragoa (Maragoaba), plotada no mapa (GERBIER, c.1650-1663) ''La description dela contreé de CHIARA'', assinalada com o número 18, '18 - Aldee Pirapεaiba environneé de Palissades', próxima ao monte 'Rapeaiba', que pode ter sido denominada 'Pirapεaiba' pelo costume dos brasilianos, ao erguerem nova aldeia, dar-lhe o nome daquela de onde se originam os seus habitantes - a 'Piraipaba', denominada 'Cabŭroŭ aponga' nos mapas MBU, 4.VEL Y-59 e CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53.
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II - O Diário de Mathias Beck - (Beck, 1649) - refere-se a essa nova aldeia, nas faldas da Serra de Maranguape, sem citar seu nome:
 
II - O Diário de Mathias Beck - (Beck, 1649) - refere-se a essa nova aldeia, nas faldas da Serra de Maranguape, sem citar seu nome:
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"O mesmo meu escrivão entregou-me uma cartinha do ministro Kempins comunicando-me que os índios ocupam-se presentemente na construção da nova aldeia e que não havendo mais gente para casar nem crianças para batizar e também pouca ou nenhuma gente vindo aos domingos à igreja, ao passo que no Siará havia muita gente para casar e crianças para batizar, as quais não queriam ir à aldeia velha, sendo, outrossim, a aldeia nova pouco distante do Siará e havendo no Siará uma boa casa do principal Francisco Aragiba, onde poderia alojar-se comodamente, ficando assim mais à mão, resolvera, caso eu aprovasse e julgasse conveniente, ir morar ali a fim de efetuar os referidos casamentos e batizados, mas que primeiro aguardava o meu juízo e parecer a respeito.".
 
"O mesmo meu escrivão entregou-me uma cartinha do ministro Kempins comunicando-me que os índios ocupam-se presentemente na construção da nova aldeia e que não havendo mais gente para casar nem crianças para batizar e também pouca ou nenhuma gente vindo aos domingos à igreja, ao passo que no Siará havia muita gente para casar e crianças para batizar, as quais não queriam ir à aldeia velha, sendo, outrossim, a aldeia nova pouco distante do Siará e havendo no Siará uma boa casa do principal Francisco Aragiba, onde poderia alojar-se comodamente, ficando assim mais à mão, resolvera, caso eu aprovasse e julgasse conveniente, ir morar ali a fim de efetuar os referidos casamentos e batizados, mas que primeiro aguardava o meu juízo e parecer a respeito.".
  
@ pg. 389, mais referências, em 28/julho/1649, a essa nova aldeia:
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"Por volta do meio-dia chegamos à aldeia dos índios, onde veio ao meu encontro o comissário van Ham, com o mestre mineiro Hans Simpel, e seus companheiros, vindos do monte Maragoaba com uma amostra de mineral, referindo que o mesmo monte apresenta aspecto idêntico ao de Itarema ...".
 
"Por volta do meio-dia chegamos à aldeia dos índios, onde veio ao meu encontro o comissário van Ham, com o mestre mineiro Hans Simpel, e seus companheiros, vindos do monte Maragoaba com uma amostra de mineral, referindo que o mesmo monte apresenta aspecto idêntico ao de Itarema ...".
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III - Como a construção da nova aldeia teve início em torno de 26 de julho de 1649, as seguintes referências no Diário de Mathias Beck à 'aldeia Piraipaba', datadas de 14 e 15 de abril, devem estar associadas à antiga aldeia ('Cabŭroŭ aponga'):
 
III - Como a construção da nova aldeia teve início em torno de 26 de julho de 1649, as seguintes referências no Diário de Mathias Beck à 'aldeia Piraipaba', datadas de 14 e 15 de abril, devem estar associadas à antiga aldeia ('Cabŭroŭ aponga'):
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"À tarde recebi uma carta do ministro Kempins, de Paraipaba, na qual, entre outras couzas, me participa que ...".
 
"À tarde recebi uma carta do ministro Kempins, de Paraipaba, na qual, entre outras couzas, me participa que ...".
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IV - O empreendimento neerlandês de prospecção e mineração de prata nas faldas do monte 'Maragoaba', com seus barracões e a construção da nova 'Aldee Pirapεaiba', constituíram o núcleo histórico da cidade de Maranguape-CE, a qual pode ser considerada a segunda - a primeira é Fortaleza - cidade holandesa do Ceará.
 
IV - O empreendimento neerlandês de prospecção e mineração de prata nas faldas do monte 'Maragoaba', com seus barracões e a construção da nova 'Aldee Pirapεaiba', constituíram o núcleo histórico da cidade de Maranguape-CE, a qual pode ser considerada a segunda - a primeira é Fortaleza - cidade holandesa do Ceará.

Edição atual tal como 14h16min de 12 de setembro de 2015

Coleção Levy Pereira

[editar] [Cabŭroŭ aponga]

Aldeia de índios (brasilianos), sem nome no MBU.


Natureza: aldeia de índios.


Mapa: MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ.


Capitania: Siara.


Nomes históricos: Cabŭroŭ aponga; kabúroú Apunga; Inboduaponga; Tapirugh; Tapiruch; Piraipaba; Piraipaiba.


Nome atual: aldeia extinta.

  • Localiza-se na área urbana de Fortaleza-CE, possivelmente nas proximidades da lagoa Parangaba, no bairro de Parangaba, cidade de Fortaleza-CE.
  • Essa aldeia tinha uma paliçada, conforme desenhada no mapa Y-59 (4.VEL Y, 1643-1649), o que pode ter sido o motivo de ser chamada de 'aldeia fortificada' por João Baptista Sijens em 1600.
  • O topônimo 'Tapiruch', 'Tapirugh', pode estar associado ao nome do bairro de Itaperi, nas proximidades.

[editar] Citações:

►Mapa CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53 CAPITANIA DO ZIERA, atribuído a Jorge Margrave, plotada como 'Cabŭroŭ aponga'.


►Mapa Y-59 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen ponto abaron en Rio Syara, plotado com o símbolo com a forma de sua planta, aldeia fortificada, cercada com paliçada retangular, 'kabúroú Apunga:'.


(Laet, 1637), Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, pg. 143, cita essa aldeia como:

a) Cidade fortificada:

"Onze léguas além encontra-se a baía Mucuru, onde esteve João Baptista Sijens,(1) que no seu diário escreve o seguinte a respeito dela:

«Ano 1600, 21 de novembro, chegamos à rada de Mucuripe. Encontramos grande quantidade de selvagens, dos quais 19 principais vieram a bordo do nosso navio, trazendo algumas galinhas e fios de algodão. Ouvimos falar de uma mina de esmeraldas que lá deveria estar e muito âmbar gris. Fomos terra adentro e chegamos à sua cidade fortificada, onde encontramos como que 5.000 habitantes, que lá se tinham fixado por medo dos seus inimigos. Manifestaram grande amizade: a casa se arruinou pela muita gente que queria ver os nossos. Deram-nos a cada um uma mulher em sinal de amizade. De noite saímos de lá para dormir numa aldeia mais perto da pedra, em casa do rei da terra.»

...

1 Para o Diário de 1600 de J. B. Sijens, ver pág. 57 a 59 do Roteiro de Hessel Gerritsz de 1629 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.".

b) Como a aldeia Tapirugh, pelas palavras dos brasilianos "Gaspar Paraupaba do Ceará, da idade de 60 anos; Andrés Francisco do Ceará, da idade de 50 anos; Antônio Paraupaba (2) de Tabussuram, que fica na distância de 2 dias no interior da Paraíba, da idade de 30 anos; Pedro Poti, da idade de 20 anos.":

"A quatro horas de Mocuru fica a cidade deles: Tapirugh, com dois principais; um que se chama Kiaba e o outro Vawassouw. São tiguares de nação. Os franceses estiveram em Tapiruch, mas não foram além. Do Ceará terra adentro e a um dia de viagem de Tapirugh acima do dito está a montanha Boraguaba, onde deve haver uma mina de prata, cuja prata Gaspar e Andrés tocaram com as mãos e dizem tê-la reconhecido pela cor branca e consistência. E preciso fixar-se nisso, etc.

...

2 No manuscrito, Wacawassoivay = ParaoePPava ".

  • → As notas (1) e (2) acima são de autoria do prof. Benjamin Teensma, que transcreveu e traduziu os documentos em (Laet, 1637).


NOTAS:

I - Os neerlandeses, para proteção e apoio às atividades de mineração de prata no monte Itarema, estabeleceram nova aldeia, com os brasilianos da 'Cabŭroŭ aponga', nas faldas do monte Maragoa (Maragoaba), plotada no mapa (GERBIER, c.1650-1663) La description dela contreé de CHIARA, assinalada com o número 18, '18 - Aldee Pirapεaiba environneé de Palissades', próxima ao monte 'Rapeaiba', que pode ter sido denominada 'Pirapεaiba' pelo costume dos brasilianos, ao erguerem nova aldeia, dar-lhe o nome daquela de onde se originam os seus habitantes - a 'Piraipaba', denominada 'Cabŭroŭ aponga' nos mapas MBU, 4.VEL Y-59 e CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53.


II - O Diário de Mathias Beck - (Beck, 1649) - refere-se a essa nova aldeia, nas faldas da Serra de Maranguape, sem citar seu nome:

@ pg. 387, relatando as atividades de 26/julho/1649, noticia o início da construção da nova aldeia e, para desambiguar, refere-se à 'aldeia velha':

"O mesmo meu escrivão entregou-me uma cartinha do ministro Kempins comunicando-me que os índios ocupam-se presentemente na construção da nova aldeia e que não havendo mais gente para casar nem crianças para batizar e também pouca ou nenhuma gente vindo aos domingos à igreja, ao passo que no Siará havia muita gente para casar e crianças para batizar, as quais não queriam ir à aldeia velha, sendo, outrossim, a aldeia nova pouco distante do Siará e havendo no Siará uma boa casa do principal Francisco Aragiba, onde poderia alojar-se comodamente, ficando assim mais à mão, resolvera, caso eu aprovasse e julgasse conveniente, ir morar ali a fim de efetuar os referidos casamentos e batizados, mas que primeiro aguardava o meu juízo e parecer a respeito.".

@ pg. 389, há mais referências, em 28/julho/1649, a essa nova aldeia:

"28 de julho.

Respondendo à carta do ministro Kempins, de 26 do corrente, permiti-lhe que fosse residir temporariamente no Siará até que na nova aldeia fosse construída a igreja e levantado um cruzeiro em frente à mesma, quando cumpria fosse ali habitar.".

@ pg. 392, 5/agosto/1649, mais referências à nova aldeia:

"Por volta do meio-dia chegamos à aldeia dos índios, onde veio ao meu encontro o comissário van Ham, com o mestre mineiro Hans Simpel, e seus companheiros, vindos do monte Maragoaba com uma amostra de mineral, referindo que o mesmo monte apresenta aspecto idêntico ao de Itarema ...".


III - Como a construção da nova aldeia teve início em torno de 26 de julho de 1649, as seguintes referências no Diário de Mathias Beck à 'aldeia Piraipaba', datadas de 14 e 15 de abril, devem estar associadas à antiga aldeia ('Cabŭroŭ aponga'):

@ pg. 365, relatando os acontecimentos do dia 14/abril/1649:

"Na mesma data recebi uma carta do ministro Kempins, dirigida da aldeia do principal Amunijú-pitanga, chamada Piraipaiba, na qual, entre outras couzas, me avisa ter ali chegado ...".

@ pg. 366-367, relatando os acontecimentos do dia 15/abril/1649:

"À tarde recebi uma carta do ministro Kempins, de Paraipaba, na qual, entre outras couzas, me participa que ...".


IV - O empreendimento neerlandês de prospecção e mineração de prata nas faldas do monte 'Maragoaba', com seus barracões e a construção da nova 'Aldee Pirapεaiba', constituíram o núcleo histórico da cidade de Maranguape-CE, a qual pode ser considerada a segunda - a primeira é Fortaleza - cidade holandesa do Ceará.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Cabŭroŭ aponga". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Cab%C5%ADro%C5%AD_aponga. Data de acesso: 28 de março de 2024.


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