Ações

Caio Prado Júnior

De Atlas Digital da América Lusa

(Diferença entre revisões)
 
(3 edições intermediárias de um usuário não apresentadas)
Linha 1: Linha 1:
Caio da Silva Prado Júnior (1907-1990) foi um importante intelectual brasileiro, com ampla e prestigiosa obra sobre história do Brasil Colonial, especialmente, [[Formação do Brasil Contemporâneo]], publicada pela primeira vez em 1942.
+
{{Verbete
 +
|nome=Tiago
 +
|sobrenome=Gil
 +
|verbete=Caio da Silva Prado Júnior (1907-1990) foi um importante intelectual brasileiro, com ampla e prestigiosa obra sobre história do Brasil Colonial, especialmente, [[Formação do Brasil Contemporâneo]], publicada pela primeira vez em 1942.
  
 
== Biografia==
 
== Biografia==
Linha 9: Linha 12:
  
 
Em 1954, candidatou-se à Catedra de Economia Política da Faculdade de Direito da USP, sua antiga escola, tendo sido aprovado como livre-docente. Esta posição no ensino lhe foi também cassada, em 1968, em momento de forte repressão do Regime Militar. Publicou ''A Revolução Brasileira'', em 1966, que lhe valeu o Prêmio Juca Pato, e ''História e desenvolvimento'', em 1968. Neste mesmo ano foi indiciado em um inquérito policial-militar e acabou se refugiando por alguns meses no Chile. Retornou ao Brasil em 1970, quando se apresentou ao Tribunal Militar. Isso lhe valeu a prisão, até 1971, quando foi inocentado. Durante este período na cadeia foi gestada a obra ''O estruturalismo de Levi-Strauss e o marxismo de Louis Althusser'', publicada em 1971, na qual dialogava com duas leituras muito populares naquele momento e com as quais Caio Prado não manifestava concordância. Afastado o meio intelectual, recebeu, em 1988, o prêmio ''Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia'', do CNPq (considerado o Nobel brasileiro).  <ref>IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982</ref> Morreu em 11 de fevereiro de 1990, aos 83 anos.<ref>[http://www.al.sp.gov.br/web/acervo2/caio_prado/Perfil_biografico/perfil_biografico.htm Caio Prado Júnior um perfil biográfico. Assembléia Legislativa de São Paulo]</ref>.
 
Em 1954, candidatou-se à Catedra de Economia Política da Faculdade de Direito da USP, sua antiga escola, tendo sido aprovado como livre-docente. Esta posição no ensino lhe foi também cassada, em 1968, em momento de forte repressão do Regime Militar. Publicou ''A Revolução Brasileira'', em 1966, que lhe valeu o Prêmio Juca Pato, e ''História e desenvolvimento'', em 1968. Neste mesmo ano foi indiciado em um inquérito policial-militar e acabou se refugiando por alguns meses no Chile. Retornou ao Brasil em 1970, quando se apresentou ao Tribunal Militar. Isso lhe valeu a prisão, até 1971, quando foi inocentado. Durante este período na cadeia foi gestada a obra ''O estruturalismo de Levi-Strauss e o marxismo de Louis Althusser'', publicada em 1971, na qual dialogava com duas leituras muito populares naquele momento e com as quais Caio Prado não manifestava concordância. Afastado o meio intelectual, recebeu, em 1988, o prêmio ''Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia'', do CNPq (considerado o Nobel brasileiro).  <ref>IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982</ref> Morreu em 11 de fevereiro de 1990, aos 83 anos.<ref>[http://www.al.sp.gov.br/web/acervo2/caio_prado/Perfil_biografico/perfil_biografico.htm Caio Prado Júnior um perfil biográfico. Assembléia Legislativa de São Paulo]</ref>.
{{Citar|nome=Tiago|sobrenome=Gil}}
+
}}
[[categoria:Historiadores]]
+

Edição atual tal como 06h48min de 5 de dezembro de 2014

por Tiago Gil


Caio da Silva Prado Júnior (1907-1990) foi um importante intelectual brasileiro, com ampla e prestigiosa obra sobre história do Brasil Colonial, especialmente, Formação do Brasil Contemporâneo, publicada pela primeira vez em 1942.

Biografia

Nascido em 11 de fevereiro de 1907, dentro de uma importante família paulistana que continha entre seus membros políticos, fazendeiros e homens de negócios, Caio Prado fez seus primeiros estudos em casa, como era comum nessas famílias.[1] O secundário foi cursado em 1918, em uma escola jesuítica, o Colégio São Luís, em São Paulo, tendo passado uma temporada no Chelmsford Hall, em Heasborn, Inglaterra. Entre 1924 e 1928 cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.[2]

Em 1928, ingressa no Partido Democrático (que reunia uma parcela da elite paulista não alinhada com o Partido Republicano Paulista, tendo entre os fundadores um tio-avô de Caio, Antonio Prado), em franca oposição ao tradicional PRP. Em 1930, apoia, com seus companheiros de partido, a Aliança Liberal, movimento de Getúlio Vargas. Atua, dentro da revolução, como delegado em Ribeirão Preto, onde esperava apurar os erros e desvios do passado [3] Decepcionado, Caio Prado ingressa no Partido Comunista em 1931 e, em 1932, manifesta-se contra o levante constitucionalista de São Paulo. Em 1933, publicou sua primeira obra, Evolução Política do Brasil. Neste mesmo ano, fez uma viagem para a União Soviética, experiência que resultou na obra URSS, um novo mundo. Foi preso, sem culpa formada, entre 1935 e 1937, no contexto da Lei de Segurança Nacional. Em 1937, um habeas-corpus lhe deu liberdade e Caio Prado embarcou para a França, onde teria atuado, junto ao Partido Comunista Francês, no suporte à República Espanhola, até 1939, quando retornou ao Brasil.[4]

Em meio à guerra, publica, em 1942, sua obra mais difundida: Formação do Brasil Contemporãneo. Em 1947, foi eleito Deputado Estadual em São Paulo pelo Partido Comunista, para ser cassado no ano seguinte, junto com todos os outros comunistas em todo o Brasil.[5]

Em 1954, candidatou-se à Catedra de Economia Política da Faculdade de Direito da USP, sua antiga escola, tendo sido aprovado como livre-docente. Esta posição no ensino lhe foi também cassada, em 1968, em momento de forte repressão do Regime Militar. Publicou A Revolução Brasileira, em 1966, que lhe valeu o Prêmio Juca Pato, e História e desenvolvimento, em 1968. Neste mesmo ano foi indiciado em um inquérito policial-militar e acabou se refugiando por alguns meses no Chile. Retornou ao Brasil em 1970, quando se apresentou ao Tribunal Militar. Isso lhe valeu a prisão, até 1971, quando foi inocentado. Durante este período na cadeia foi gestada a obra O estruturalismo de Levi-Strauss e o marxismo de Louis Althusser, publicada em 1971, na qual dialogava com duas leituras muito populares naquele momento e com as quais Caio Prado não manifestava concordância. Afastado o meio intelectual, recebeu, em 1988, o prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, do CNPq (considerado o Nobel brasileiro). [6] Morreu em 11 de fevereiro de 1990, aos 83 anos.[7].


[editar] Referências

  1. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982. p.13
  2. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982; Caio Prado Júnior um perfil biográfico. Assembléia Legislativa de São Paulo
  3. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982. p.14
  4. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982; Caio Prado Júnior um perfil biográfico. Assembléia Legislativa de São Paulo
  5. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982
  6. IGLÉSIAS, Francisco. Um historiador revolucionário. IN: PRADO Jr., Caio. História. São Paulo: Ática, 1982
  7. Caio Prado Júnior um perfil biográfico. Assembléia Legislativa de São Paulo



Citação deste verbete
Autor do verbete: Tiago Gil
Como citar: GIL, Tiago. "Caio Prado Júnior". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Caio_Prado_J%C3%BAnior. Data de acesso: 28 de março de 2024.



Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando

BiblioAtlas recomenda o ZOTERO

(clique aqui para saber mais)

Informar erro nesta página