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Capitalismo Comercial

De Atlas Digital da América Lusa

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Embora não se reconheça a existência de capitalismo sem comércio, razão porque todo capitalismo é comercial, o termo capitalismo comercial é usado para indicar um período da História Européia (do século XVI ao XVIII) em que as principais atividades por meio das quais o capital se reproduzia eram mercantis, em contraste com as industriais, que o caracterizam desde o final do século XVIII.
 
Embora não se reconheça a existência de capitalismo sem comércio, razão porque todo capitalismo é comercial, o termo capitalismo comercial é usado para indicar um período da História Européia (do século XVI ao XVIII) em que as principais atividades por meio das quais o capital se reproduzia eram mercantis, em contraste com as industriais, que o caracterizam desde o final do século XVIII.
  
A reprodução do capital mercantil foi sistematizada por Marx na conhecida fórmula D-M-D’<ref>Marx, K.: O Capital – crítica da Economia Política – Volume 1, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1988. página 175.</ref>, isto é, o capitalista possuidor de dinheiro (D) adquire mercadorias (M) e as revende por um valor (D’) superior ao anteriormente adiantado. Uma vez que a criação de valor, do ponto de vista marxista, não se faz por meio da circulação de mercadorias, admite-se que apenas sob condições especiais, como sob a ausência de concorrência, o capitalista logra comprar barato e vender caro.
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A reprodução do capital mercantil foi sistematizada por Marx na conhecida fórmula D-M-D’<ref>[[Marx,1988|Marx, K.: O Capital – crítica da Economia Política – Volume 1, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1988. página 175.]]</ref>, isto é, o capitalista possuidor de dinheiro (D) adquire mercadorias (M) e as revende por um valor (D’) superior ao anteriormente adiantado. Uma vez que a criação de valor, do ponto de vista marxista, não se faz por meio da circulação de mercadorias, admite-se que apenas sob condições especiais, como sob a ausência de concorrência, o capitalista logra comprar barato e vender caro.
  
 
A ausência de concorrência é uma das características do capitalismo comercial e é um dos elementos que permitiu aos capitalistas manipular os preços das mercadorias que traficavam. Para tanto, contavam com privilégios concedidos pelo Estado o qual, por sua vez, era retribuído por meio de uma arrecadação tributária mais elevada do que na ausência das atividades mercantis, empregada para aumentar os recursos de poder estatais.
 
A ausência de concorrência é uma das características do capitalismo comercial e é um dos elementos que permitiu aos capitalistas manipular os preços das mercadorias que traficavam. Para tanto, contavam com privilégios concedidos pelo Estado o qual, por sua vez, era retribuído por meio de uma arrecadação tributária mais elevada do que na ausência das atividades mercantis, empregada para aumentar os recursos de poder estatais.

Edição de 12h17min de 11 de abril de 2013

Embora não se reconheça a existência de capitalismo sem comércio, razão porque todo capitalismo é comercial, o termo capitalismo comercial é usado para indicar um período da História Européia (do século XVI ao XVIII) em que as principais atividades por meio das quais o capital se reproduzia eram mercantis, em contraste com as industriais, que o caracterizam desde o final do século XVIII.

A reprodução do capital mercantil foi sistematizada por Marx na conhecida fórmula D-M-D’[1], isto é, o capitalista possuidor de dinheiro (D) adquire mercadorias (M) e as revende por um valor (D’) superior ao anteriormente adiantado. Uma vez que a criação de valor, do ponto de vista marxista, não se faz por meio da circulação de mercadorias, admite-se que apenas sob condições especiais, como sob a ausência de concorrência, o capitalista logra comprar barato e vender caro.

A ausência de concorrência é uma das características do capitalismo comercial e é um dos elementos que permitiu aos capitalistas manipular os preços das mercadorias que traficavam. Para tanto, contavam com privilégios concedidos pelo Estado o qual, por sua vez, era retribuído por meio de uma arrecadação tributária mais elevada do que na ausência das atividades mercantis, empregada para aumentar os recursos de poder estatais.

A política econômica, seguida pelos estados europeus, que permitia a reprodução do capital mercantil tal como explicada acima ficou conhecida como mercantilismo. O termo usado para identificar a hegemonia do capital mercantil sobre a reprodução do capital, por seu turno, é capitalismo comercial.





Citação deste verbete
Autor do verbete: Luiz Paulo Nogueról
Como citar: NOGUERÓL, Luiz Paulo. "Capitalismo Comercial". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Capitalismo_Comercial. Data de acesso: 25 de abril de 2024.


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