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Capitania do Paraguaçu

De Atlas Digital da América Lusa

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Edição atual tal como 17h59min de 14 de abril de 2016

por Alexandre BONFIM


Foi uma capitania instituída no ano de 1565, sendo doada ao armador real d’el rei Dom Álvaro da Costa. A mesma era localizada entre os rios Jaguaripe e Paraguaçu no Recôncavo baiano. As terras tinham quatro léguas de costa e dez léguas que entravam pelo sertão acompanhando o decurso dos dois rios. Passou a pertencer definitivamente à Coroa em 1766 no contexto das reformas promovidas pelo Marquês de Pombal.

Tabela de conteúdo

Histórico

De sesmaria à capitania

Em 1557, Dom Álvaro da Costa, fidalgo da Casa Real, recebeu de seu pai, o governador geral do Dom Duarte da Costa, uma sesmaria entre os rios Jaguaripe e Paraguaçu no Recôncavo baiano. As terras tinham quatro léguas de costa e dez léguas que entravam pelo sertão acompanhando o decurso dos dois rios.

Em 1558, Dom Álvaro da Costa e seu pai voltaram a Portugal e em 1562, o sesmeiro pediu ao rei Dom Sebastião a confirmação da posse de suas terras no Brasil. Dom Álvaro alegou que não aproveitou nem morou na terra nos prazos estipulados devido à sesmaria estar de guerra [1] Em carta escrita em 1562, os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e Leonardo Valle dão notícias de expedições lideradas por Vasco Rodrigues Caldas, vereador em Salvador e procurador de Dom Álvaro da Costa seguindo o curso do Paraguaçu. O primeiro afirma que em duas expedições em 1560, Rodrigues Caldas destruiu aldeias, massacrou e trouxe muitos cativos para Salvador. Já Valle fala de uma expedição em 1562 no qual Rodrigues Caldas foi obrigado a retroceder devido à resistência bélica dos índios tupinaê. [2]. No dia 21 de março de 1566, Dom Álvaro vai, mais uma vez, pedir ao Rei a confirmação de suas posses. O mesmo pede as terras em capitania, manifestando o desejo de fazer vilas e povoações [3]. O rei atendeu ao pedido de D. Álvaro da Costa e converteu as terras em donatarias.


A disputa com os jesuítas

O filho de Dom Álvaro da Costa, Dom Duarte da Costa morreu em 1590. Jesuíta, não teve filhos e cedeu a capitania ao seu tio Francisco da Costa. Este morreu em batalha no Marrocos, sendo Paraguaçu, herdada pelo seu filho, Também chamado Duarte da Costa. Assim como seu primo homônimo, tornou-se jesuíta. O mesmo morreu sem filhos e cedeu seu senhorio no Brasil aos inacianos. Gonçalo da Costa, seu primo, contestou essa doação[4]. A Coroa, após tomar a capitania para si em 1612, decidiu devolvê-la a família Costa[5]. Os descendentes do segundo governador geral mantiveram a posse da capitania do Paraguaçu até o ano de 1766 quando o território da mesma passou a pertencer, definitivamente à Coroa.


Lista dos capitães donatários do Paraguaçu

Álvaro da Costa

Duarte da Costa (neto homônimo do 2° governador geral do Brasil; faleceu em 1590)

Francisco da Costa (irmão de Dom Álvaro da Costa)

Duarte da Costa (jesuíta; também neto do 2° governador geral do Brasil)

Gonçalo da Costa

Francisco da Costa

Pedro da Costa

Luiz da Costa (faleceu em 1724)

José da Costa (faleceu em 1766)


[editar] Referências

  1. Alvará de 12 de março de 1562 de confirmação de sesmaria. DOCUMENTOS para história do açúcar. Vol. 1- Legislação (1534-1596). Rio de Janeiro: Serviço especial de documentação histórica- Instituto do açúcar e do álcool, 1954, p. 161-163. (doravante DHA)
  2. Anais do Arquivo Público da Bahia. v. 4 e 5. Salvador: Imprensa Oficial do Estado, 1919.
  3. Doação da Capitania de Peroaçu de Dom Alvaro da Costa. In: DHA. Op. Cit. p. 188.



Citação deste verbete
Autor do verbete: Alexandre BONFIM
Como citar: BONFIM, Alexandre. "Capitania do Paraguaçu". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Capitania_do_Paragua%C3%A7u. Data de acesso: 25 de abril de 2024.



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