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Capitania do Rio Negro

De Atlas Digital da América Lusa

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Edição de 12h35min de 16 de janeiro de 2013

Era uma Capitania Real, englobava os atuais estados do Amazonas, Roraima, Amapá, seguindo para o interior até as divisas com Peru, Colômbia, Venezuela, além das Guianas e Suriname. Era uma região que fazia parte da capitania do Grão-Pará, porém não tinha sido bem ocupada e desenvolvida.

A imensidão da Grão-Pará e Maranhão era motivo para que a prosperidade da Amazônia se realizasse com grandes dificuldades. A administração pública, ora instalada em São Luís do Maranhão, ora em Santa Maria de Belém, não conseguia manter todas as possessões portuguesas da região, nem combater todos os inimigos.[1] As decisões e providências tomadas na capital chegavam aos confins do Estado tardiamente, com graves prejuízos.

Com as políticas administrativas instauradas pelo Marques de Pombal, vindas de Lisboa, e sob o governo de Mendonça Furtado, a região passou por um reconhecimento maior de sua importância estratégica e de poder e uma expedição foi enviada para demarcar melhor as fronteiras.[2] Percebeu-se as necessidades de aumentar a defesa em diversas partes do território.

Mendonça Furtado indicou, em correspondência à metrópole, a conveniência da criação de um novo governo que tomasse conta diretamente do sertão daquele território, até as imediações das colônias espanholas. Porque, além da necessidade melhorar a situação político-econômica da população ali estabelecida e facilitar a “civilização” do índio, havia a de garantir a soberania de Portugal e combater de forma mais eficiente e direta os invasores estrangeiros, como holandeses, franceses e espanhóis.

Em 1755 foi criada[3] a capitania de São José do Rio Negro, com capital na aldeia de Mariuá, que foi elevada a vila sob o nome de Barcelos em 1758. Apesar de separada da capitania do Grão-Pará, a capitania do Rio Negro estava submetida às ordens do Estado ainda, que vinham de Belém.

A mudança de nome se deveu, novamente, às políticas de Pombal, que preconizavam “civilizar” o indígena e torna-lo parte das cidades e mais próximo dos costumes europeus, abolindo os nomes indígenas e os seus hábitos. Entre 1755 e 1760 muitas aldeias foram elevadas à categoria de vila ou lugar, mudando seus nomes, dependendo de seu tamanho, dentre elas: Abacaxis, Saracá, Ega e São Paulo de Cambebas (vilas) e Jaú, Caboquena, Aricari, Cumaru, Dari, Coari, Parauari, Caiçara, Taracoteua e Evirateua (lugares). Seus nomes também mudaram.

Os limites da capitania se davam ao norte e oeste com as possessões espanholas, porém ao sul e ao leste não estavam bem definidos. O governador do Estado, ainda Mendonça Furtado, delimitou então ao sul a fronteira com a capitania do Mato Grosso, na cachoeira de São João ou Araguari, hoje Santo Antônio, e à leste com a Capitania do Grão-Pará, até o rio Nhamundá e depois até sua foz no Amazonas em diante.

Vale ressaltar que há documentos desde 1687 que citam a região como Estado do Grão Pará, Maranhão e Rio Negro.[4] Isso demonstra não só o reconhecimento da importância da região do Rio Negro - que é bem extensa - como também do reconhecimento dela como uma parte diferente do estado, que merecia atenção específica.

Muitos foram os capitães do Rio Negro, mas pouco sucesso foi obtido e tiveram muitos problemas nas tentativas de se aplicar de forma rígida as ordens da coroa e do governo do Estado. Mesmo conseguindo-se consolidar as fronteiras e aldear os índios, agregando-os à vida das vilas e cidades portuguesas, aconteceram muitas revoltas e o desenvolvimento econômico da região não foi grande como era necessário e esperado.

Em 1791 a capital da capitania passou de Barcelos para o lugar da Barra do Rio Negro, atual Manaus. Voltou para Barcelos em 1799 e novamente à Barra do Rio negro em 1806, elevada ao estatuto de vila.[5]


Referências

  1. Há vários registros de invasões e ocupações do território por franceses, ingleses e espanhóis. Ver Cabo Norte
  2. O tratado de Utretch, que pode ser encontrado na íntegra em GUEDES, João A. L. Apêndice, Documento nº 3: Tratado de Utretch (1713). História administrativa do Brasil, vol. 4. Fundação Centro de Formação do Servidor Publico, 2ª ed. Brasília, DF, 1984, demarca parte dessas fronteiras, assim como o Tratado de Madrid de 1750, que pode ser encontrado no mesmo livro, Documento nº4.
  3. Ver documento do Projeto Resgate do Arquivo Histórico Ultramarino de 6 de julho de 1755 que fala da fundação da capitania de São José do Rio Negro como essencial. AHU_ACL_CU_020, Cx. 1, D. 18
  4. Ver arquivos do Projeto Resgate do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.
  5. ver Barcelos.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Luiza Moretti
Como citar: MORETTI, Luiza. "Capitania do Rio Negro". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Capitania_do_Rio_Negro. Data de acesso: 29 de março de 2024.


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