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Capitania do Rio Negro

De Atlas Digital da América Lusa

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Edição atual tal como 13h17min de 1 de fevereiro de 2016

por Luiza Moretti


Era uma Capitania Real, englobava os atuais estados do Amazonas, Roraima, Amapá, seguindo para o interior até as divisas com Peru, Colômbia, Venezuela, além das Guianas e Suriname. Era uma região que fazia parte da capitania do Grão-Pará, porém não tinha sido bem ocupada e desenvolvida.

A imensidão da Grão-Pará e Maranhão era motivo para que a prosperidade da Amazônia se realizasse com grandes dificuldades. A administração pública, ora instalada em São Luís do Maranhão, ora em Santa Maria de Belém, não conseguia manter todas as possessões portuguesas da região, nem combater todos os inimigos.[1] As decisões e providências tomadas na capital chegavam aos confins do Estado tardiamente, com graves prejuízos.

Com as políticas administrativas instauradas pelo Marques de Pombal, vindas de Lisboa, e sob o governo de Mendonça Furtado, a região passou por um reconhecimento maior de sua importância estratégica e de poder e uma expedição foi enviada para demarcar melhor as fronteiras.[2] Percebeu-se as necessidades de aumentar a defesa em diversas partes do território.

Mendonça Furtado indicou, em correspondência à metrópole, a conveniência da criação de um novo governo que tomasse conta diretamente do sertão daquele território, até as imediações das colônias espanholas. Porque, além da necessidade melhorar a situação político-econômica da população ali estabelecida e facilitar a “civilização” do índio, havia a de garantir a soberania de Portugal e combater de forma mais eficiente e direta os invasores estrangeiros, como holandeses, franceses e espanhóis.

Em 1755 foi criada[3] a capitania de São José do Rio Negro, com capital na aldeia de Mariuá, que foi elevada a vila sob o nome de Barcelos em 1758. Apesar de separada da capitania do Grão-Pará, a capitania do Rio Negro estava submetida às ordens do Estado ainda, que vinham de Belém.

A mudança de nome se deveu, novamente, às políticas de Pombal, que preconizavam “civilizar” o indígena e torna-lo parte das cidades e mais próximo dos costumes europeus, abolindo os nomes indígenas e os seus hábitos. Entre 1755 e 1760 muitas aldeias foram elevadas à categoria de vila ou lugar, mudando seus nomes, dependendo de seu tamanho, dentre elas: Abacaxis, Saracá, Ega e São Paulo de Cambebas (vilas) e Jaú, Caboquena, Aricari, Cumaru, Dari, Coari, Parauari, Caiçara, Taracoteua e Evirateua (lugares). Seus nomes também mudaram.

Os limites da capitania se davam ao norte e oeste com as possessões espanholas, porém ao sul e ao leste não estavam bem definidos. O governador do Estado, ainda Mendonça Furtado, delimitou então ao sul a fronteira com a capitania do Mato Grosso, na cachoeira de São João ou Araguari, hoje Santo Antônio, e à leste com a Capitania do Grão-Pará, até o rio Nhamundá e depois até sua foz no Amazonas em diante.

Vale ressaltar que há documentos desde 1687 que citam a região como Estado do Grão Pará, Maranhão e Rio Negro.[4] Isso demonstra não só o reconhecimento da importância da região do Rio Negro - que é bem extensa - como também do reconhecimento dela como uma parte diferente do estado, que merecia atenção específica.

Muitos foram os capitães do Rio Negro, mas pouco sucesso foi obtido e tiveram muitos problemas nas tentativas de se aplicar de forma rígida as ordens da coroa e do governo do Estado. Mesmo conseguindo-se consolidar as fronteiras e aldear os índios, agregando-os à vida das vilas e cidades portuguesas, aconteceram muitas revoltas e o desenvolvimento econômico da região não foi grande como era necessário e esperado.

Em 1791 a capital da capitania passou de Barcelos para o lugar da Barra do Rio Negro, atual Manaus. Voltou para Barcelos em 1799 e novamente à Barra do Rio negro em 1806, elevada ao estatuto de vila.[5]


Lista de Vilas da Capitania do Rio Negro

Vila de Olivença

Vila de Barcelos

Vila de Borba a nova

Vila de Ega

Vila de Moura

Vila de São José do Javari

Vila de Serpa

Vila de Silves

Vila de Tomar

Vila Nova da Rainha


Capitania de Rio Negro






Bibliografia selecionada da Capitania de Rio Negro


[editar] Referências

  1. Há vários registros de invasões e ocupações do território por franceses, ingleses e espanhóis. Ver Cabo Norte
  2. O tratado de Utretch, que pode ser encontrado na íntegra em GUEDES, João A. L. Apêndice, Documento nº 3: Tratado de Utretch (1713). História administrativa do Brasil, vol. 4. Fundação Centro de Formação do Servidor Publico, 2ª ed. Brasília, DF, 1984, demarca parte dessas fronteiras, assim como o Tratado de Madrid de 1750, que pode ser encontrado no mesmo livro, Documento nº4.
  3. Ver documento do Projeto Resgate do Arquivo Histórico Ultramarino de 6 de julho de 1755 que fala da fundação da capitania de São José do Rio Negro como essencial. AHU_ACL_CU_020, Cx. 1, D. 18
  4. Ver arquivos do Projeto Resgate do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.
  5. ver Barcelos.



Citação deste verbete
Autor do verbete: Luiza Moretti
Como citar: MORETTI, Luiza. "Capitania do Rio Negro". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Capitania_do_Rio_Negro. Data de acesso: 28 de março de 2024.



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