Ações

Capitania do Siará

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 14h00min de 8 de janeiro de 2015 por Tiagogil (disc | contribs)

por João Pedro Galvão Ramalho


As regiões que depois se constituiram na Capitania do Siará foi devassadas pelos portugueses a partir de 1603, com a missão de Pero Coelho de Souza, no contexto do descobrir e conquista a Província de Jaguaribe e Seará e Mel Redondo, conforme o relato de Martim Soares Moreno.[1] A área compreendida entre o Jaguaribe e o Mondaituba foi doada para Martim Soares Moreno em 1611. [2] Seu primeiro forte foi fundado em 20 de janeiro de 1612[3]. A primeira menção ao Siará como capitania na documentação do Conselho Ultramarino foi em 1620:

Aspa1.png Diz Martins Soares Moreno que foi o primeiro povoador e fundador da Capitania do Ceará. E por esses e outros motivos Vossa Majestade o despachou por dez anos para a dita praça. E porque ele que leva sua casa, e pretende meter fabrica na dita Capitania[...][4]. Aspa2.png
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À contramão disso, quando Martim Soares Moreno retorna da Europa, se depara com a realidade do forte de S. Sebastião que ele erigiu em 1612. Havia se iniciado um processo de deterioração do domínio português naquele território. Girão descreve a fortificação da seguinte maneira, " O forte estava quase desaparecido, restando apenas uma arruinada cerca de pau-a-pique, umas cabanas de palha ao derredor, nenhuma pólvora para os canhões estragados.". Esse processo apenas tende a piorar, concluindo na tomada holandesa da fortificação.[5]

Em 1638 foi organizada uma expedição holandesa partindo de recife, sob o comando do major George Gartsman, com objetivo de tomar o forte de S. Sebastião. No dia 26 de outubro de 1638 atacam e devido a fraqueza do forte o tomam com facilidade, marcando o início daquele ciclo holandês no Ceará. Gartsman retorna à recife e deixa a possa da nova conquista sob a tutela do tenente Van Ham que fica no poder até 1640, quando Gedeon de Jonge se encarrega daquela região em seu lugar até 1644.

Devido a difícil relação entre os índios e os neerlandeses, principalmente em relação ao trabalho, houve uma revolta indígena em janeiro de 1644, que acabou com a morte de todos os membros da guarnição do forte de S. Sebastião, e com o fim daquele ciclo holandês na região. Após a derrota holandesa a coroa portuguesa ainda tenta retomar o poder, nomeia dois capitães-mores, mas não consegue restabelecer o domínio. A queda do forte marca o fim daquele núcleo histórico que girava em torno da fortificação e permitiu o domínio estrangeiro da região.[6]


De acordo com Loureiro e Raimundo Girão, em 1656 a Capitania se desligou do Estado do Maranhão e se ligou à Capitania de Pernambuco no Estado do Brasil. Porém, Girão[7], citando o Barão de Studart, afirma que não houve ato oficial que determinasse positivamente o ocorrido; contudo, há uma referência no arquivo do Conselho Ultramarino datada de 1661 que indica essa mudança[8], mas os pedidos para essa mudança de subordinação são encontrados nos arquivos do Conselho desde 1626:

Aspa1.png Diz Martim Soares Moreno Capitão da Capitania do Ceará que Vossa Majestade foi servido que aquela dita Capitania se unisse ao governo do Maranhão[...] do Maranhão para aquela dita Capitania se a costa inavegável por respeito das águas ventos correrem sempre em contrário por terra há a mesma impossibilidade por reza de haver infinitas nações selvagens inimigas[...][9] Aspa2.png
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Lista das Vilas da Capitania do Ceará

Vila de Icó

Vila de Sobral

Vila de Fortaleza

Vila de Granja

Vila de Messejana

Vila de Quixeramobim

Vila de Russas

Vila de Santa Cruz do Aracati

Vila de Sobral

Vila de Soure

Vila de Tauá

Vila de Viçosa

Vila do Icó

Vila Nova d’El Rei

Vila Real do Crato


Lista dos Governadores da Capitania do Ceará

Referências

  1. AHU-Ceará-Doc.: 1
  2. LOUREIRO, Antônio José. Síntese da história do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial, 1978. p. 62.
  3. Loureiro, Antônio José. op. cit.
  4. AHU-Ceará. D.5
  5. GIRÃO, Raimundo. Pequena história do Ceará. 3. ed., rev. Fortaleza: Imprensa Universitaria, 1971. p.52-53.
  6. GIRÃO, Raimundo. Ibid., p.57-59.
  7. GIRÃO, Raimundo. Pequena história do Ceará. 3. ed., rev. Fortaleza: Imprensa Universitaria, 1971. 335 p
  8. AHU-Ceará. D.18
  9. AHU-Ceará. D.09



Citação deste verbete
Autor do verbete: João Pedro Galvão Ramalho
Como citar: GALVÃO RAMALHO, João Pedro. "Capitania do Siará". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Capitania_do_Siar%C3%A1. Data de acesso: 28 de março de 2024.



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