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Livro 5 - DA HISTÓRIA DO BRASIL DO TEMPO QUE O GOVERNOU Gaspar de Souza ATÉ A VINDA DO GOVERNADOR DIOGO LUIZ DE OLIVEIRA - Capítulo 9

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 09h00min de 9 de janeiro de 2013 por Tiagogil (disc | contribs)

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Livro 5 - DA HISTÓRIA DO BRASIL DO TEMPO QUE O GOVERNOU Gaspar de Souza ATÉ A VINDA DO GOVERNADOR DIOGO LUIZ DE OLIVEIRA - Capítulo 9

Geometria

Neste tempo sendo capitão-mor do Rio de Janeiro Constantino de Menelau, que sucedeu a Afonso de Albuquerque, foi aportar à enseada do rio da Marambaia, que dista nove léguas abaixo do Rio de Janeiro, uma armada de seis naus holandesas, cujo general se chamava Jorge: soube-o Martim de Sá, que tinha um engenho ali perto na Tijuca, e entendendo como experimentado que por necessidade de água iam ali, e que haviam de desembarcar com o beneplácito do capitão-mor, a quem escreveu, se foi lá uma noite com doze canoas de gente, em que iriam 300 homens portugueses, e Índios, os quais deixando-as escondidas no rio, se desembarcaram delas, e conjeturando por três batéis, que viram na praia da enseada, que andavam holandeses em terra, como de feito andavam uns à água, outros às frutas, bem descuidados, os cercaram, e deram sobre eles tão subitamente, que ainda que se quiseram defender trinta e seis holandeses que eram, não puderam, antes lhes mataram 22, e cativaram 14 com as lanchas, sem que das naus lhes pudessem valer, porque ficavam longe, e logo se fizeram à vela para seguir sua viagem, que era para o estreito de Magalhães, e por ele ao mar do Sul, e costa do Peru, onde passaram, e meteram no fundo algumas naus, que encontraram, as quais parece que não eram de tão boa madeira, como outras, que depois encontraram de Manilha, que é uma das ilhas Filipinas, com que se combateram também fortemente, mas enfim não as puderam levar, porque segundo me disse um holandês, que se achou presente, e era cirurgião de ofício, era tal a madeira daquelas naus de Manilha, que a passava o pelouro, e logo se serrava o buraco por si mesmo sem ungüentos, nem outra coisa, o que não tinham as suas holandesas, antes lhe meteram duas no fundo, e fugiu uma, e tomaram as outras, cativando a gente, que ficou com vida, metendo-os a rogar nas galés com tanta fome e trabalho, que tomaram antes a morte, segundo este cirurgião dizia. Os outros, que tomaram no Rio de Janeiro, quisera Martim de Sá tomar a sua conta, para que andassem soltos, e levou para sua casa um chamado Francisco, e o regalou.... NB. O resto deste capítulo nono não esta no manuscrito, nem nas emendas; além disto salta deste capítulo para o décimo oitavo, havendo portanto uma falta de oito capítulos: o capítulo décimo oitavo é o seguinte.


Ficha técnica da Fonte
Autor: Frei Vicente do Salvador
Data: 1627.
Referência: .
Acervo: .
Transcrição: .
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