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Macucaguĩ (Engenho de roda d'água)

De Atlas Digital da América Lusa

Coleção Levy Pereira


Macucaguĩ

Engenho de roda d'água com igreja, na m.d. do 'Macucaguĩ' (Córrego Lava Mão, também conhecido como Rio Dois Braços).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Vila Formosa de Serinhaém.


Nomes históricos: Macucaguĩ (Macucagui); Cocaú (Cocaupe, Coucaupe); Nossa Senhora da Penha de França.


Nome atual: USINA CUCAÚ RIO FORMOSO.

  • A região tem o nome de COCAÚ - vide mapa IBGE Geocódigo 2611903 RIO FORMOSO-PE.


Citações:

►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'Macucagui', na m.d. do rio do mesmo nome.


(Schott, 1636), pg. 66-67:

"Engenhos da freguesia de Sirinhaém

25 - Engenho Cocaú, situado mais três milhas em direção às matas, ao oeste do mencionado engenho Camaragibe; pertence a um certo Dom Francisco de Moura, residente nas Índias Ocidentais, a serviço do rei da Espanha. Tem cerca de uma milha de terra, da qual a maior parte são matas. As várzeas estão plantadas com canas e pode produzir 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar; mói com água e o açude é razoável, mas muitas vezes falta água de modo que o engenho não pode moer. Também no inverno dificilmente os açúcares podem ser transportados, porque as estradas ficam intransitáveis; paga de recognição 2 arrobas em cada mil. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de taipa e nelas foram encontradas para a Companhia o seguinte: 4 caldeiras grandes, 4 tachos novos, 4 escumadeiras, 2 ditas pequenas, 4 pombas, 2 reminhóis, 2 repartideiras, 2 tachas velhas, 8 bois, 2 vacas e 2 novilhos.

Negros, negras e moleques:

- Pedro Moleque, sua mulher e duas filhas

- João, mulher e um filho

- Antônio Jácomo, e um moleque

- Francisco Moleque e uma negra

- Manangona, uma negra

- Calita Marquita e uma negra

Manuel Mulato

Manuel Mamaluco

Augieg (moleque)

Total: 6 negros, 6 negras e 6 moleques.

Como este engenho tem muito pessoal e seus canaviais estão maduros, foi permitido ao feitor-mor Paulo Carvalho que o fizesse novamente moer e fielmente administrar este engenho, como o fez antes, em proveito da Companhia e para comodidade dos lavradores. Por isso ser-lhe-á concedido certo salário quando prestar honestamente contas, e sob essas condições o referido engenho já começou a moer para a Companhia, fazendo uma quantidade razoavelmente grande de açúcar.".


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 82:

"Distrito de Serinhaém

8. Engenho Cocaupe, sob a invocação de Nossa Senhora da Penha de França. Pertenceu a Dom Francisco de Moura, que reside em Portugal ou nas Índias. Este engenho foi incendiado, está destruído e sem dono nem moradores. ".


(Dussen, 1640), pg. 159:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Na jurisdição de Siranhaém

95) Engenho Coucaupe, está arruinado.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 240-241:

"Engenhos da Vila Formosa de Serinhaém

...

- E o engenho de Cocaú, a mesma pensão.(*)".

(*) pagava duas arrobas de branco por milhar, depois de dizimado.


(Melo, 1929), pg. 286:

"CUCAÚ — Alt. de coca-ú rio dos víveres (Alf. de Carvalho).


(Melo, 1931), pg. 193:

"COCAÚ — (Riacho afl. do Sirinhaém) — Corr. coca-y, rio dos mantimentos, ou dos víveres. — A. C.

Para Th. Sampaio é aguada, junto à qual se come a matolagem; a aguada da merenda. A procedência é coca-ú. Hoje se diz e se escreve Cucaú — M. M.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 127-128, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Sirinhaém-Una:

«6) COCAÚ. Invocação Nossa Senhora da Penha de França. Sito à margem do Camaragibe, a oeste do Araquara. Engenho d'água. Pagava de pensão duas arrobas em cada mil. Fundado por Alexandre de Moura, que governara Pernambuco no começo do século XVII em nome do primo donatário, sendo depois capitão-mor do Maranhão. Em 1623, pertencia a seu filho, d. Francisco de Moura, oficial da Coroa que participou da restauração da Bahia (1625). O engenho produzia 2175 arrobas em 1623. Tinha cerca de uma milha de terra, da qual a maior parte são matas. As várzeas estão plantadas com canas e pode produzir 3 mil a 4 mil arrobas de açúcar [...] o açude é razoável, mas muitas vezes falta água, de modo que o engenho não pode moer. Também no inverno dificilmente os açúcares podem ser transportados, porque as estradas ficam intransitáveis [...]. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de taipa. Foram encontrados na senzala seis negros, seis negras e seis moleques. "Como este engenho tem muito pessoal e seus canaviais estão maduros", o feitor-mor foi autorizado a safrejar "em proveito da Companhia e para comodidade dos lavradores". Em 1636, já fazia "quantidade razoavelmente grande de açúcar". Os ataques dos campanhistas luso-brasileiros puseram-no a perder: incendiado, em 1639 "está destruído e sem dono nem moradores". Em 1638-40, d. Francisco de Moura participou do comando da armada do conde da Torre. Em 1641, o engenho foi vendido por 30 mil florins a Duarte Nunes, comerciante, que em 1645 era devedor de 41773 florins à WIC e, em 1663, de 59773 florins. Moente em 1655.(92)».

@ pg. 185, Notas:

«(92) FHBH, I, pp. 30, 66-7, 82, 159, 241; RCCB, pp. 56, 153; VWIC, IV, pp. 222-3, 227, 241; DN, 22.XI.1641; NP, II, p. 365; Gonsalves de Mello, Gente da nação, p. 416.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Macucaguĩ (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Macucagu%C4%A9_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 28 de março de 2024.


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