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Mirĩĩbeca (Engenho de roda d'água com igreja)

De Atlas Digital da América Lusa

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Sito na área urbana de Muribeca dos Guararapes, município de Jaboatão dos Guararapes-PE.
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A omissão no mapa pode ser fruto do exigüo espaço para se colocar dois símbolos praticamente no mesmo local, o de povoação e o de engenho.
 
  
 
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"MURIBECA — (Eng. no Mun. de Jaboatão) — Ant. Mirubeca, corr. ''mberu-beca'', a mosca importuna, o mosquito persistente (Th. S. 141) — A. C.".
  
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►[[(Gonsalves de Mello, 2000)]], pg. 107-108:
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"D. Catarina de Albuquerque, senhora do Engenho Santo Antônio da Muribeca, estando em atraso, tinha feito um contrato com seus credores, os judeus Gaspar Francisco da Costa e Jacob Senhor, prometendo-lhes pagar 56.000 florins e dando o engenho em hipoteca e como fiador João Tenório de Molina, senhor de dois engenhos em Ipojuca; requeria que a Companhia pagasse aquele débito e lhe vendesse escravos para o serviço, ficando como seu credor único(91).
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(91) Idem, aos mesmos s.l.n.d., c. 1644, idem.".
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►[[(Cabral de Mello, 2012)]]:
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@ pg. 87-88, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Muribeca:
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«2) MURIBECA. Invocação Nossa Senhora do Rosário. Sito à margem direita do Muribeca. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Fundado por volta de 1885 por Fernão Soares, mercador em Olinda, o qual participara da conquista da Paraíba e fora juiz de órfãos da vila. É provável que, como no caso do engenho Suassuna, seu irmão Diogo Soares fosse cossenhor, uma vez que, residindo em Olinda, ocupava-se do aspecto comercial da parceria, exportando o açúcar do Muribeca e do Suassuna e sendo em 1600 consignatário do produto em Lisboa. Referido como "o engenho velho de Fernão Soares" para distingui-lo do "engenho novo", o Suassuna, que construíra posteriormente. Em 1609, é mencionado ainda sob o nome de Fernão Soares, que, contudo, falecera no ano anterior. O mesmo documento alude a terceiro engenho de Fernão Soares em Jaboatão como sendo um trapiche, talvez o Nossa Senhora dos Remédios. Diogo Soares da Cunha e Diogo de Albuquerque, filho e genro de Fernão, processaram o médico Manuel Nunes Leitão, acusando-o de haver matado Fernão "com os medicamentos [...] para efeito de se casar (como casou) com d. Catarina de Albuquerque, sua mulher, com quem lhe tinha cometido adultério". Ao que se saiba, o processo não produziu resultados. Em 1613, Manuel Nunes vendeu a Simão Carvalho uma data de terra na Mirueira, onde Fernão Soares possuía seus currais de gado. Tanto em 1609 quanto em 1623, Manuel Nunes aparece como proprietário de outro engenho na freguesia. Em 1623, o Muribeca produziu 3,2 mil arrobas. Viúva pela segunda vez, d. Catarina permaneceu sob o domínio batavo. Em 1637 e 1639 o engenho moía, com sete partidos de lavradores, inclusive o partido dos "frades do Carmo" (quarenta), perfazendo 113 tarefas (5650 arrobas), sem partido da fazenda. Em 1644, d. Catarina propôs hipotecar o engenho à [[WIC]] para pagamento de 56 mil florins devidos a comerciantes particulares. Após seu falecimento, o engenho passou às mãos de sua filha do casamento com Manuel Nunes, Maria de Albuquerque. Em 1645, o senhorio era João Soares de Albuquerque, que chefiou a insurreição na freguesia, militando no decurso da guerra da restauração. Moía em 1655.(39)».
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@ pg. 178-179, Notas:
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«(39) DP, pp. 20, 170, 280; LSUR, pp. 44-5, 48; RPFB, p. 205; "Livro do tombo", p. 254; CGS, p. 290; FHBH, I, pp. 86, 148, 238; RCCB, p. 41; VL, II, p. 104; HGP, pp. 200, 233; Fernando Pio, "Cinco documentos", pp. 34-8; Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira, I, p. 118; Evaldo Cabral de Mello, "Como manipular a Inquisição", ''Um imenso Portugal'', São Paulo, 2002, p. 134.».
  
 
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Edição atual tal como 08h35min de 20 de outubro de 2015

Coleção Levy Pereira


[editar] [Mirĩĩbeca]

Engenho de roda d'água com igreja na m.d. do 'Mirĩĩbeca' (Rio Muribeca), não mapeado no BQPPB.


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Muribeca.


Nomes históricos: Mirĩĩbeca (Miriibeca; Mirubeca; Muribeca); Engenho Santo Antônio (da Muribeca).


Nome atual: ...

  • Sito na área urbana de Muribeca dos Guararapes, município de Jaboatão dos Guararapes-PE.
  • A omissão no mapa pode ser fruto do exigüo espaço para se colocar dois símbolos praticamente no mesmo local, o de povoação e o de engenho.


[editar] Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'MoribԐcq Ԑ'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 85:

"39. Engenho Muribeca, pertencente a D. Catarina de Albuquerque, presente; engenho d'água e moente. ".


(Dussen, 1640), pg. 148:

"41) Engenho Muribeca, pertencente a Dona Catarina de Albuquerque, é engenho d'água e mói. São lavradores:

Os frades do. Carmo têm 40 tarefas

Francisco Alvares 25

Manuel Alvares 15

Antônio Ferreira 10

Simão de Azevedo 15

Manuel de Sousa 4

Sebastião Dias Ferreira 4

_________________

128 (sic) tarefas

4.500 arrobas ".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 238, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Muribeca

...

- Que o engenho de D. Catarina de Albuquerque pagava a três por cento.".


(Melo, 1931), pg. 213:

"MURIBECA — (Eng. no Mun. de Jaboatão) — Ant. Mirubeca, corr. mberu-beca, a mosca importuna, o mosquito persistente (Th. S. 141) — A. C.".


(Gonsalves de Mello, 2000), pg. 107-108:

"D. Catarina de Albuquerque, senhora do Engenho Santo Antônio da Muribeca, estando em atraso, tinha feito um contrato com seus credores, os judeus Gaspar Francisco da Costa e Jacob Senhor, prometendo-lhes pagar 56.000 florins e dando o engenho em hipoteca e como fiador João Tenório de Molina, senhor de dois engenhos em Ipojuca; requeria que a Companhia pagasse aquele débito e lhe vendesse escravos para o serviço, ficando como seu credor único(91).

...

(91) Idem, aos mesmos s.l.n.d., c. 1644, idem.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 87-88, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Muribeca:

«2) MURIBECA. Invocação Nossa Senhora do Rosário. Sito à margem direita do Muribeca. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Fundado por volta de 1885 por Fernão Soares, mercador em Olinda, o qual participara da conquista da Paraíba e fora juiz de órfãos da vila. É provável que, como no caso do engenho Suassuna, seu irmão Diogo Soares fosse cossenhor, uma vez que, residindo em Olinda, ocupava-se do aspecto comercial da parceria, exportando o açúcar do Muribeca e do Suassuna e sendo em 1600 consignatário do produto em Lisboa. Referido como "o engenho velho de Fernão Soares" para distingui-lo do "engenho novo", o Suassuna, que construíra posteriormente. Em 1609, é mencionado ainda sob o nome de Fernão Soares, que, contudo, falecera no ano anterior. O mesmo documento alude a terceiro engenho de Fernão Soares em Jaboatão como sendo um trapiche, talvez o Nossa Senhora dos Remédios. Diogo Soares da Cunha e Diogo de Albuquerque, filho e genro de Fernão, processaram o médico Manuel Nunes Leitão, acusando-o de haver matado Fernão "com os medicamentos [...] para efeito de se casar (como casou) com d. Catarina de Albuquerque, sua mulher, com quem lhe tinha cometido adultério". Ao que se saiba, o processo não produziu resultados. Em 1613, Manuel Nunes vendeu a Simão Carvalho uma data de terra na Mirueira, onde Fernão Soares possuía seus currais de gado. Tanto em 1609 quanto em 1623, Manuel Nunes aparece como proprietário de outro engenho na freguesia. Em 1623, o Muribeca produziu 3,2 mil arrobas. Viúva pela segunda vez, d. Catarina permaneceu sob o domínio batavo. Em 1637 e 1639 o engenho moía, com sete partidos de lavradores, inclusive o partido dos "frades do Carmo" (quarenta), perfazendo 113 tarefas (5650 arrobas), sem partido da fazenda. Em 1644, d. Catarina propôs hipotecar o engenho à WIC para pagamento de 56 mil florins devidos a comerciantes particulares. Após seu falecimento, o engenho passou às mãos de sua filha do casamento com Manuel Nunes, Maria de Albuquerque. Em 1645, o senhorio era João Soares de Albuquerque, que chefiou a insurreição na freguesia, militando no decurso da guerra da restauração. Moía em 1655.(39)».

@ pg. 178-179, Notas:

«(39) DP, pp. 20, 170, 280; LSUR, pp. 44-5, 48; RPFB, p. 205; "Livro do tombo", p. 254; CGS, p. 290; FHBH, I, pp. 86, 148, 238; RCCB, p. 41; VL, II, p. 104; HGP, pp. 200, 233; Fernando Pio, "Cinco documentos", pp. 34-8; Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira, I, p. 118; Evaldo Cabral de Mello, "Como manipular a Inquisição", Um imenso Portugal, São Paulo, 2002, p. 134.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Mirĩĩbeca (Engenho de roda d'água com igreja)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Mir%C4%A9%C4%A9beca_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua_com_igreja). Data de acesso: 28 de março de 2024.


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