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N S. ᵭ Aiuda (Engenho de roda d'água)

De Atlas Digital da América Lusa

Coleção Levy Pereira


N S. ᵭ Aiuda

Engenho de roda d'água com igreja, na m.e. do 'Iuparatĩba' (Rio Japaratuba-Rio Salgado).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Vila do Bom Sucesso do Porto Calvo.


Nomes históricos: Engenho Nossa Senhora da Ajuda (N S. ᵭ Aiuda), Engenho Japaratuba (Juparatuba), Engenho da Capiana.

Possivelmente Engenho Ramalho (vide nota baixo).


Nome atual: Engenho Capiana.

Vide mapa IBGE Geocódigo 2704502 MARAGOGI - AL.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE - plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ Juparatuba', na m.d. do 'Rº Juparatubÿ'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'N S. ᵭ Aiuda', na m.e. do 'Inparatiba' (Rio Japaratuba-Rio Salgado).


(Relação dos Engenhos, 1655), pensões dos engenhos da Capitania de Pernambuco, pg. 241:

"Engenhos da Vila do Bom Sucesso do Porto Calvo

...

- E o engenho da Capiana, trinta arrobas de açúcar branco encaixado, posto no passo.".


Nota:

Não encontrou-se dados seguros que permitam associar perfeitamente o 'N S. ᵭ Aiuda' a um engenho citado nos Relatórios (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), (Dussen, 1640) e (Bullestrat, 1642).

Manuel (Diegues Jr, 1949), pg. 65 cita que, mesmo com as informações desses Relatórios, não conseguiu identificar o Engenho Ramalho, e outros:

"Dos citados dez engenhos de Porto Calvo nossas pesquisas não conseguiram identificar inteiramente quatro: o de Manuel Ramalho, o dos Alpoins, o de Cristóvão Dias Delgado e o de Domingos Gonçalves Margaen. O primeiro, informa o cronista, pertencia, na época do relatório, a David de Uries, estando arruinado, mas estava sendo reparado e replantado. Nenhuma indicação temos para admitir qual seja este engenho; van der Dussen não lhe dá o nome, nem mesmo a invocação religiosa, elementos que poderiam servir de pista. Por outro lado, nem nas crônicas alagoanas, nem em genealogistas, nem em qualquer outra fonte, encontramos subsídios para identificar o seu proprietário Manuel Ramalho — talvez algum judeu que se tenha instalado nas Alagoas.".

As citações para o Engenho Ramalho nos Relatórios são as seguintes:


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 80:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Em Porto Calvo

1, de Manuel Ramalho;".


(Dussen, 1640), pg. 161:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Na jurisdição de Porto Calvo

106) Engenho de Manuel Ramalho, agora pertencente a David de Vries, está arruinado, mas está sendo reparado e replantado. ".


(Bullestrat, 1642), pg. 162-163:

"Dia. 26 do mesmo mês. ...

Falei com David de Vries a respeito do que ele deve à Companhia. Respondeu-me que já dera ordem a seu irmão para pagar 6.000 florins e que deverá entregar à Companhia todo o açúcar que moer nesta safra,para redução do seu débito (44). ".


(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 194, Nota (44) acima citada:

(44) Em 25 de novembro de 1638 a Companhia vendeu-lhe o Engenho Ramalho, em Porto Calvo, por 25.000 florins, a serem pagos em cinco prestações, a contar de 19 de janeiro de 1640: ARA, OWIC 68, dag. notule da data citada.".

Considerando-se essas informações, propõe-se, neste estudo, que o engenho 'N S. ᵭ Aiuda' possa ser o Engenho Ramalho pelos seguintes argumentos:

1) Há somente dois candidatos a serem associados ao 'N S. ᵭ Aiuda': o engenho de Manoel Ramalho e o de Domingos Gonçalves Margaen, pois o 'Alpoins' e o 'S. Chri∫toual' (Getituba, de Cristóvão Dias Delgado0 estão precisamente identificados;

2) O engenho de Manoel Ramalho é o primeiro na lista dos relatórios (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638) e (Dussen, 1640), onde os engenhos são listados geralmente ordenados pela proximidade da sede, do norte para o sul ou pela situação de seus caminhos - o 'N S. ᵭ Aiuda' é o situado mais ao norte na região de Porto Calvo;

3) O engenho de Manoel Ramalho já está mencionado em 1638, enquanto que o de Domingos Gonçalves Margaen consta somente após 1640; o 'N S. ᵭ Aiuda' está plotado no mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640), onde é 'Ԑ Juparatuba', assim já deveria estar em operação em 1638, pois mapas demandam muito tempo entre o levantamento em campo e sua elaboração em carta.


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 134-135, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Porto Calvo:

«1) MANUEL RAMALHO, ENGENHO DE. Markgraf o designa por Nossa Senhora da Ajuda; e Golijath, por Japaratuba. Sito à margem esquerda do rio homônimo. Engenho d'água. Safrejava em 1623, produzindo 990 arrobas. Em 1632, a tropa holandesa já encontrou a propriedade abandonada e deserta, incendiando-a. Confiscado e vendido a David de Vries em 1638 por 25 mil florins, em cinco prestações anuais. Em 1639, De Vries estava reparando as instalações e replantando os partidos de cana. Em 1642, "tinha feito grandes despesas não só na construção das moendas como na de uma nova levada e outras coisas". Da dívida, contudo, só pagara 6 mil florins, prometendo "entregar à Companhia todo o açúcar que moer nesta safra, para redução do seu débito". Em 1645 era devedor de 36974 florins à WIC; e em 1663, de 25 mil florins. O engenho não é mencionado em 1655. Em 1663, Abraham e David de Vries formulavam suas pretensões a ressarcimento pela Coroa portuguesa.(103)».

@ pg. 186, Notas:

«(103) DP, pp. 3-4, 7, 57, 153, 454, 459; "Livro do tombo", p. 236; FHBH, I, pp. 30, 80, 161, 241; VWIC, IV, p. 162; RCCB, p. 59; VL, I, p. 74; Diégues Jr., O bangüê nas Alagoas, p. 65; Gonsalves de Mello, Gente da nação, p. 158.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "N S. ᵭ Aiuda (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/N_S._%E1%B5%AD_Aiuda_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 28 de março de 2024.


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