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Natal

De Atlas Digital da América Lusa

Natal

Geometria

Coleção Levy Pereira


Natal

'Natal' no MBU.

Cidade, na m.d. 'Potĩjĩ ou Rio grande' (Rio Potengi).


Natureza: cidade.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: RIO GRANDE.


Nomes históricos: Cidade do Natal, Cidade do Natal do Ryo Grande, Natalópolis; Ciudad Nova ou Natal; Cidade dos Reis (Reyes); Cidade dos Reis; Natal los Reys; Natal los Reys ou Rio Grande; Três Reis ; Cidade de Santiago; New Amsterdam; Nova Amsterdã; Amsterdã.


Nome atual: cidade de Natal-RN, capital do Estado do Rio Grande do Norte.

Citações

►Mapa RG (Albernaz, 1626/1627), desenhada como cidade, 'Cidade dos Reis', na m.d. do 'Rio Puttigi' (Rio Potengi).

►Mapa RG (IAHGP-Vingboons, 1640) #51 CAPITANIA DE RIO GRANDE, plotada com símbolo de cidade, 'natall', na m.d. do 'Rº Potozÿ' (Rio Potengi, 'Rio Grande' na barra).

►Mapa CE-RG (Orazi, 1698) PROVINCIE DI SEARÁ E RIO GRANDE, plotada sem símbolo, 'Natal', na m.d. do 'R. Grande' na barra, 'Potosÿ' no alto curso.

(Verdonck, 1630):

@ pg. 45:

"§ 20.º - CIDADE DO RIO GRANDE CHAMADA DO NATAL - ALDEIAS DE BRASILIENSES - De Cunhaú à cidade do Rio Grande, chamada cidade do Natal, há 17 milhas contadas ao longo da costa; ...

... a cidade tem cerca de 35 a 40 casas de palha e barro, mas os habitantes mais abastados dos arredores vivem habitualmente nos seus sítios e vêm apenas à cidade aos domingos e dias santificados para ouvir missa; os habitantes de toda essa jurisdição, num raio de 6 a 9 milhas, não excedem de 120 ou 130 homens, na maioria camponeses ignorantes e grosseiros; ...".

@ pg. 46:

"§ 21.º - O FORTE DO RIO GRANDE CHAMADO DOS TRÊS REIS MAGOS - Da cidade do Rio Grande ao forte chamado os Três Reis Magos há apenas a distância duma pequena meia milha, ...".

(Laet, 1637) - Descrição da costa do noroeste de Brasil entre Pernambuco e Rio Camocipe, do Relatório dos brasilianos, depoimento prestado antes de 1633, ano da tomada desse forte pelos neerlandeses, pg. 137:

"A cinco léguas de Pirangi há um grande rio: Rio Grande, e em brasiliano chama-se Potengi;1 onde na entrada a beira do rio e do lado de Pirangi está uma fortaleza construída de pedra com uma guarnição de 40 soldados e 9 peças de metal. ... Perto dela há uma aldeia de oito casas de portugueses, além da igreja. Também há aqui um engenho de açúcar, com cinco portugueses e alguns negros. Aqui há muito gado por causa das boas pastagens. Lá cultivam muito gengibre, que chamam mangaratay. Estes brasilianos julgam que é possível conquistar Rio Grande com seis a oito navios e iates, uma vez que os portugueses não contam com amigos entre os brasilianos mais ao norte; ...

1 No manuscrito: Poterug.

2 Ver [223]: Declaração de Assuerus Cornelisz, preso na Paraíba de 14 de outubro de 1625 até 16 de maio de 1628.".

(Nieuhof, 1682):

@ pg. 87:

"Acima do rio, há uma cidade de pequena importância, denominada Amsterdam.".

@ pg. 88:

"Ainda um pouco mais ao norte encontra-se o rio Ceará Mirim, e perto da aldeia de Natal e do forte dos Reis passa um rio conhecido por Rio da Cruz que nasce de um pequeno lago no Rio Grande.".

(Câmara Cascudo, 1947), II - FUNDAÇÃO E NOMES DA CIDADE:

@ pg. 29-30-31:

"Nasce a Cidade do Natal do Rio Grande. Por que Cidade do Natal?

O visconde de Porto Seguro ensina: "... se chamou do Natal, em virtude sem dúvida de se haver inaugurado o seu pelourinho ou a sua igreja matriz no dia 25 de dezembro desse ano da fundação" (1599). Vicente de Lemos decide: "A 25 de dezembro do mesmo ano (1599), Jerônimo de Albuquerque, saindo da fortaleza, na distância de meia légua, num terreno elevado e firme, que já se denominava Povoação dos Reis, demarcou o sítio da cidade que recebeu o nome de Natal, em honra desse glorioso dia, que assinala no mundo da cristandade o nascimento do divino Redentor". Frei Jaboatão (1768): "... vencidos os índios da terra... se deu princípio à povoação ... e foi honrada a tal povoação cidade do Natal, porque pela festa do nascimento do Senhor se fez este ano, no ano de 1599". Aires do Casal (1817): "... teve oportunidade de lançar os fundamentos à cidade Natal, que tomou este nome por se encontrar a inauguração da sua matriz, com a festividade do nascimento do Nosso Salvador em 1599". Milliet de Saint Adolphe: ". . .pôs o nome de Natal por coincidir a inauguração da igreja que ali fez edificar com a festividade de Nosso Senhor do ano de 1599". Rocha Pombo, História do Rio Grande do Norte, "Dentro de poucos meses estava mudada a povoação, e pronta a capela, que foi inaugurada em dezembro do mesmo ano (1599) dizendo-se a primeira missa com toda solenidade no dia 25: circunstância que se aproveitou para dar à vila o nome de Natal". Tavares de Lira, História do Rio Grande do Norte: "Esta povoação tomou, em 25 de dezembro do mesmo ano (1599), o nome de cidade de Natal". Rafael Galanti (1911): "... uma povoação... que chamou Natal, talvez porque inaugurou o seu pelourinho ou a sua igreja matriz no dia 25 de dezembro de 1598 ou 99". Frei Agostinho de Santa Maria (1722): "... uma povoação... a que deram o nome de Cidade do Natal, que brevemente foi levantada com título de cidade". São as fontes mais comuns e tradicionais.".

@ pg. 33:

"A Cidade do Natal sempre se chamou assim? O auto de repartição das terras, em fevereiro de 1614, declara, sisudo: Cidade do Natal do Rio Grande. Os holandeses falam, quase unanimemente, na aldeia ou cidade do Natal. A carta geográfica de George Marcgrave registou Natal assim como os mapas de Johannes Vingboons, duas autoridades decisivas na espécie.

Houve nome anterior deixando vestígio na história e cartografia erudita. Cidade dos Reis. ...

Também apareceu Cidade Nova. O Lapie de 1814 cita Ciudad Nova ou Natal e se decidiu pela última na edição de 1820.

Surgiu a Cidade de Santiago em vez do Natal. Capistrano de Abreu escreveu: "Melchior Estácio do Amaral, historiador do naufrágio da nau "S. Iago", diz que chamava-se cidade de Santiago a que se fundava no Rio Grande e tinha três casas de pedra e cal". Robert Southey, fiado na mesma letra, dissera semelhantemente: "Recebera ele instruções para fundar ali uma vila, que, tendo a ordem emanado do governo espanhol, foi posta debaixo do padroado de Santiago, e chamada do mesmo nome, mas depois da revolução, reputando quiçá os portugueses aquele santo por demais votado aos interesses da Espanha, privaram-se do seu protetorado, chamando Três Reis a povoação". Southey, para maior confusão, cita João Rodrigues Colaço como encarregado de fundar o Forte dos Reis Magos.

Durante o domínio holandês Natal passou a ser New Amsterdam, Nova Amsterdã, ou simplesmente Amsterdã. Joan Nieuhof, contemporâneo dos fatos, ensina: "Acima do Rio (Rio Grande) há uma cidade de pequena importância denominada Amsterdã".

Aires do Casal, em 1817, descobriu outro nome, Natalópolis. Diz a sua Corografia Brasílica, 2, 161: — Natal, Natalópolis, que se acha às vezes na história com o nome Cidade dos Reis...".

@ pg. 31:

"E a situação da cidade, sua posição geográfica? A coordenada da rua Grande, praça André d'Albuquerque, onde se fundou a cidade, foi levantada em 1903 pelos comandantes A. Silvado e C. Castro: — Latitude, 5o 46' 41" S; Longitude, 35° 12' 24" WG. Não tivemos outra cidade além da que se ergueu na rua Grande.

(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 232:

"A cidade do Natal contava trinta e oito chãos para construir. Seis anos antes dom Diogo de Menezes, em carta escrita do Recife a 4 de dezembro de 1608, informava ao Rei que a povoação está feita mas não tem gente. Em 1630 o brabantino Adriano Verdonck encontrara a Cidade do Rio Grande chamada Cidade do Natal com cerca de 25 a 40 casas de palha e barro. Os habitantes abastados viviam nos arredores, vindo apenas à missa dominical. Num raio de seis a nove milhas não excediam de 120 a 130 moradores. A vida estava disseminada mas não havia centros de coesão porque a pecuária é dispersiva.".

@ pg. 245 :

"Na margem direita do Potengi, pouco mais de dois quilômetros da barra, fundaram, a 25 de dezembro de 1599, a CIDADE DO NATAL DO RYO GRANDE (68).

O brabantino Adriano Verdonck visitou a "Cidade do Rio Grande chamada Cidade de Natal" em princípios de 1630.

...

(68) Na Praça André de Albuquerque, antiga Rua Grande, onde a Cidade de Natal se fundou, ...".

(Medeiros, 1997):

@ O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, comentando o documento acima citado, de outra fonte (tradução), pg. 16-17-19:

"Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):

...

Potiug ou Rio Grande, um grande rio com um castelo sobre a costa (este, bem próximo da margem, provido de nove canhões de metal e 40 soldados. Um lugarejo com 8 casas e uma igreja, habitado por gente do engenho de açúcar, a saber: 5 portugueses e alguns negros. Os navios podem chegar muito perto do castelo. Isto está a 5 léguas de Pirangu.'

O rio Potengi, em cuja barra fora construída a fortaleza dos Santos Reis Magos. O lugarejo correspondia a Natal.

...

Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.

(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.".

(Emerenciano, et alii, 2007) trata de muitos aspectos históricos da cidade de Natal.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Natal". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Natal. Data de acesso: 29 de março de 2024.


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