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O Salgado (Engenho de roda d'água)

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'''Nome atual:''' Usina Salgado.
 
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O nome atual da região é SALGADO - vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2607208 IPOJUCA - PE.
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►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Salga∂os', na m.d. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca).
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►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Salga∂os', na [[m.d.]] do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca).
  
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* Nota: o nome do engenho deve ser reminiscência dessa antiga denominação do rio Ipojuca.
  
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►Mapa PE ([[Orazi]], 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'o Salgad', na m.e. do 'Mere' (Rio Merepe) - mais uma variação para pior das fontes originais desse mapa.
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►Mapa PE [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'o Salgad', na [[m.e.]] do 'Mere' (Rio Merepe) - mais uma variação para pior das fontes originais desse mapa.
  
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"16 - Engenho dos Salgados, do mesmo Cosmo Dias, situado uma milha e meia distante do antes citado engenho (*), tem cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas. Mói com bois e tem duas moendas e, pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5.000 arrobas e paga de recognição 30 arrobas de açúcar branco encaixado; a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas. ".
 
"16 - Engenho dos Salgados, do mesmo Cosmo Dias, situado uma milha e meia distante do antes citado engenho (*), tem cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas. Mói com bois e tem duas moendas e, pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5.000 arrobas e paga de recognição 30 arrobas de açúcar branco encaixado; a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas. ".
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(*) Engenho de Tabatinga.
 
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"10. Engenho São João Salgado. Pertenceu a Cosme Dias, que reside entre o inimigo. Confiscado e vendido a Mateus da Costa; é de bois e não mói. ".
 
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"10) São João Salgado pertencente a Duarte Saraiva, é engenho de bois e mói. São lavradores: (não indica). ".
 
"10) São João Salgado pertencente a Duarte Saraiva, é engenho de bois e mói. São lavradores: (não indica). ".
  
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«10) SÃO JOÃO. Markgraf e Golijath o registram como engenho do Salgado. Sito à margem esquerda do Ipojuca. Engenho de bois de dupla moenda. Pagava de pensão trinta arrobas de açúcar encaixado e posto no porto do engenho. Em 1593, Pero Dias da Fonseca, natural de Azurara (Minho) e filho de um caixeiro, surge como homem de negócio e senhor de engenho em Ipojuca, sendo processado pela Inquisição por não pagar o dízimo da mandioca e das miunças. Em 1609, seu filho Cosmo Dias da Fonseca era proprietário de dois engenhos na freguesia: o Trapiche, que é o São João-Salgado, e o Santa Luzia. Em 1623, Cosme produzia no São João 6485 arrobas. Em 1636, tinha "cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas [...] pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5 mil arrobas [...] a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas". Em 1634, a tropa holandesa incendiou o engenho, após expulsar o contingente inimigo que queimara a casa de purgar. A viúva de Cosme, d. Mência de Moura, retirou-se em 1635. Em 1636, a tropa holandesa incendiou engenho e canaviais, também atacados pelos campanhistas luso-brasileiros. Confiscado e vendido em 1637 a Mateus da Costa, "mercador de pouco trato e de presente [...] lavrador no engenho de João Tenório de Molina", por 18 mil florins, em prestações anuais de 3 mil florins. Em 1637 não moeu, mas devia fazê-lo em 1639. No ano seguinte, Mateus da Costa o revendeu a Duarte Saraiva, gabando de haver obtido lucro de 15 mil cruzados com a operação. Moía em 1655. Em 1677, os descendentes de Cosmo Dias da Fonseca estavam novamente de posse do engenho. Em 1645, Mateus da Costa era devedor de 3 mil florins à [[WIC]] "conta a prazo". Em 1663, de 14811 florins.(82)».
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@ pg. 184, Notas:
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«(82) DP, pp. 137, 172, 256-7; IL, 13085; RPFB, p. 206; FHBH, I, pp. 30, 61, 84, 143, 239; RCCB, pp. 33, 153; DN, 20.VI.l637; MDGB, pp. 203, 245; VWIC, IV, pp. 27-8; BB, p. 140; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; HGP, p. 70; NP, I, pp. 428, 450; Gonsalves de Mello, ''Gente da nação'', pp. 186-7, 32.5-8; Vainfas, ''Jerusalém colonial'', pp. 273 ss.».
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[[Category: Coleção Levy Pereira]]

Edição atual tal como 08h36min de 21 de outubro de 2015

Coleção Levy Pereira


[editar] O Salgado

Engenho de roda d'água com igreja, na m.d. do 'Ipoíucâ' (Rio Ipojuca).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de Pojuca.


Nomes históricos: São João; São João Salgado; dos Salgados; do Salgado; O Salgado; o Salgad; Salga∂os.


Nome atual: Usina Salgado.

  • O nome atual da região é SALGADO - vide mapa IBGE Geocódigo 2607208 IPOJUCA - PE.


[editar] Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Salga∂os', na m.d. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca).

  • Nota: o nome do engenho deve ser reminiscência dessa antiga denominação do rio Ipojuca.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'o Salgad', na m.e. do 'Mere' (Rio Merepe) - mais uma variação para pior das fontes originais desse mapa.


(Schott, 1636), pg. 61:

"16 - Engenho dos Salgados, do mesmo Cosmo Dias, situado uma milha e meia distante do antes citado engenho (*), tem cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas. Mói com bois e tem duas moendas e, pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5.000 arrobas e paga de recognição 30 arrobas de açúcar branco encaixado; a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas. ".

(*) Engenho de Tabatinga.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 84:

"10. Engenho São João Salgado. Pertenceu a Cosme Dias, que reside entre o inimigo. Confiscado e vendido a Mateus da Costa; é de bois e não mói. ".


(Dussen, 1640), pg. 143:

"10) São João Salgado pertencente a Duarte Saraiva, é engenho de bois e mói. São lavradores: (não indica). ".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 239, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia de Ipojuca

- Que o engenho do Salgado, de Cosmo Dias, pagava de pensão trinta arrobas de açúcar, postas no passo e encaixadas.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 120-121, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Ipojuca:

«10) SÃO JOÃO. Markgraf e Golijath o registram como engenho do Salgado. Sito à margem esquerda do Ipojuca. Engenho de bois de dupla moenda. Pagava de pensão trinta arrobas de açúcar encaixado e posto no porto do engenho. Em 1593, Pero Dias da Fonseca, natural de Azurara (Minho) e filho de um caixeiro, surge como homem de negócio e senhor de engenho em Ipojuca, sendo processado pela Inquisição por não pagar o dízimo da mandioca e das miunças. Em 1609, seu filho Cosmo Dias da Fonseca era proprietário de dois engenhos na freguesia: o Trapiche, que é o São João-Salgado, e o Santa Luzia. Em 1623, Cosme produzia no São João 6485 arrobas. Em 1636, tinha "cerca de uma milha de terra, na maioria várzeas, das quais se obtêm boas canas [...] pela comodidade do rio Ipojuca, que corre bem perto, pode moer o ano inteiro. Tem fornecido 5 mil arrobas [...] a casa de purgar tem paredes de taipa, mas está totalmente destruída, como também as moendas; as caldeiras foram retiradas e escondidas". Em 1634, a tropa holandesa incendiou o engenho, após expulsar o contingente inimigo que queimara a casa de purgar. A viúva de Cosme, d. Mência de Moura, retirou-se em 1635. Em 1636, a tropa holandesa incendiou engenho e canaviais, também atacados pelos campanhistas luso-brasileiros. Confiscado e vendido em 1637 a Mateus da Costa, "mercador de pouco trato e de presente [...] lavrador no engenho de João Tenório de Molina", por 18 mil florins, em prestações anuais de 3 mil florins. Em 1637 não moeu, mas devia fazê-lo em 1639. No ano seguinte, Mateus da Costa o revendeu a Duarte Saraiva, gabando de haver obtido lucro de 15 mil cruzados com a operação. Moía em 1655. Em 1677, os descendentes de Cosmo Dias da Fonseca estavam novamente de posse do engenho. Em 1645, Mateus da Costa era devedor de 3 mil florins à WIC "conta a prazo". Em 1663, de 14811 florins.(82)».

@ pg. 184, Notas:

«(82) DP, pp. 137, 172, 256-7; IL, 13085; RPFB, p. 206; FHBH, I, pp. 30, 61, 84, 143, 239; RCCB, pp. 33, 153; DN, 20.VI.l637; MDGB, pp. 203, 245; VWIC, IV, pp. 27-8; BB, p. 140; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; HGP, p. 70; NP, I, pp. 428, 450; Gonsalves de Mello, Gente da nação, pp. 186-7, 32.5-8; Vainfas, Jerusalém colonial, pp. 273 ss.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "O Salgado (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/O_Salgado_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 20 de abril de 2024.


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