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Rio Grande de São Pedro

De Atlas Digital da América Lusa

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Rio Grande de São Pedro

Geometria
por Martha Hameister


A origem da Vila do Rio Grande remonta às contendas territoriais entre os impérios ibéricos na América. Surgiu a partir de uma fortificação militar. Essa foi mandada erigir em 1737 pela Coroa Portuguesa, em atendimento às recorrentes solicitações de Gomes Freire de Andrade e José da Silva Pais da necessária presença lusa na retaguarda da Colônia do Sacramento como auxílio à sua defesa e recebeu o nome de Fortaleza de Jesus, Maria e José.. O local escolhido, à margem do canal que liga a Lagoa dos Patos ao Atlântico, era conhecido caminho dos condutores que levavam animais desde Sacramento até o centro-sul da Colônia e que se utilizavam dos muitos bancos de areia para fazer vau a esse canal. A indicação foi para a sua situação foi dada por Cristóvão Pereira de Abreu, experiente condutor de tropas que também foi responsável pelo primeiro traçado da fortificação. No mesmo ano começaram a chegar as primeiras famílias de povoadores evacuados da Colônia, a esse tempo cercada por terra e por mar pelos castelhanos.[1] No ano de 1738 Rio Grande recebeu seu primeiro pároco para a atenção das almas, a igreja erigida levou o nome de São Pedro, o santo pescador, talvez em alusão à sua proximidade com o mar e a localidade foi chamada de Rio Grande de São Pedro. Em 1742, André Ribeiro Coutinho, em sua memória dos serviços prestados, dá conta dos grandes progressos que vinham sendo feitos para a fixação de povoadores no local, tanto militares quanto civis, além do remanejo de populações indígenas aldeadas em São Paulo. Somente em 1747 Rio Grande foi elevada à categoria de Vila, constituindo ali também uma câmara de vereadores. Em 1760 passou a ser capital da recém criada Capitania de São Pedro do Rio Grande. Todavia, a frágil paz com os vizinhos castelhanos foi novamente rompida em 1763 e a localidade foi tomada – ou entregue, segundo a acusação feita às autoridades responsáveis por sua defesa nesse ano – pelas tropas inimigas, ficando em seu poder até o ano de 1776.[2]


Referências

  1. Martha Daisson HAMEISTER e Tiago GIL, “Fazer-se Elite No Extremo-sul Do Estado Do Brasil: Uma Obra Em Três Movimentos. Continente Do Rio Grande de São Pedro (século XVIII),” in Conquistadores e Negociantes: História de Elites No Antigo Regime Nos Trópicos. América Lusa, Séculos XVI a XVIII., ed. João FRAGOSO, Antonio Carlos Jucá de SAMPAIO, and Carla ALMEIDA (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007).
  2. HAMEISTER, Martha. “Para Dar Calor à Nova Povoação: Estudo Sobre Estratégias Sociais e Familiares a Partir Dos Registros Batismais Da Vila Do Rio Grande (1738-1763). Tese de doutorado. UFRJ, 2006.



Citação deste verbete
Autor do verbete: Martha Hameister
Como citar: HAMEISTER, Martha. "Rio Grande de São Pedro". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Rio_Grande_de_S%C3%A3o_Pedro. Data de acesso: 19 de abril de 2024.



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