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S. Pantaleão (Engenho de roda d'água)

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 09h46min de 22 de outubro de 2015 por Levypereira (disc | contribs)

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Coleção Levy Pereira


S. Pantaleão

Engenho de roda d'água com igreja, na m.e. do 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho São Pantaleão (S. Pantaleão; St. Pantiliao; S Pantaleao); Engenho de Francisco Monteiro Bezerra; Engenho São Pantaleão do Monteiro.


Nome atual: esta destruído e sua área reocupada - esta localizado no Largo Monteiro, no bairro do Monteiro, na cidade do Recife-PE.

  • Há nas cercanias a Rua Levadas, certamente demarcando onde estava o canal, conhecido como levada, que conduzia água para a roda d'água.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ. St. Pantiliao', na m.e. do 'Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe).


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ. St. Pantiliao', na m.e. do 'Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe).


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'S Pantaleao', na m.e. do 'Capiibari'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87:

"58. Engenho de Francisco Monteiro Bezerra, presente, está muito arruinado; é d'água e não mói.".


(Dussen, 1640), pg. 153:

"62) Engenho São Pantaleão, pertencente a Francisco Monteiro Bezerra, é engenho d'água e parece que este ano não moerá. ".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 237, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Várzea do Capibaribe

...

- E o de Francisco Monteiro, a quatro por cento.".


(Pereira da Costa, 1951):

@ Volume 1, Ano 1577, pg. 455:

"DEZEMBRO 5 — Escritura de venda do engenho de S. Pantaleão do Monteiro, lavrada na vila de Olinda, pela qual Manuel Vaz e sua mulher, d. Maria Rodrigues, seus proprietários, venderam-no a Jorge Camelo e sua mulher d. Isabel Cardoso, com todas as suas terras, matas, lavouras, casas utensílios, escravos e bois, e mais uma data de terras situadas na Várzea do Capibaribe, mediante o pagamento de vinte mil arrobas de açúcar branco, em dez anos, à razão de duas mil arrobas por ano, a começar de 1578 por diante. Com relação aos escravos declara a escritura, que eram quarenta peças de escravos machos e fêmeas, sendo quinze de Guiné e vinte e cinco da terra, em que entravam meia dúzia de oficiais do engenho.".

@ Volume 1, Ano 1577, pg. 456:

"Em 1593 pertencia o engenho a Fernão Martins Pessoa, casado com d. Maria Gonçalves Raposo, e em 1606 a Francisco Monteiro Bezerra e sua mulher, d. Maria Pessoa, filha do referido Fernão Martins. É do nome deste último proprietário que veio a denominação de Monteiro dada ao engenho, porquanto entrando ele na sua posse, como propriedade dotal de sua mulher, começou-se a chamá-lo o Engenho do Monteiro, cuja denominação perdurou, e extinta a fábrica passou à localidade, que de um povoado originariamente modesto, constitui hoje um dos mais belos, aprazíveis e animados arrabaldes da cidade do Recife.

A capela, sob o orago de S. Pantaleão, foi levantada posteriormente à construção do engenho, uma vez que na escritura de 1577 não vem mencionada. Encontramos, porém, que foi construída por Fernão Martins Pessoa em época ignorada.".

@ Volume 1, Ano 1577, pg. 457:

"A casa de vivenda, a casa grande do engenho, de larga fachada, que ainda se vê de pé, guardando o cunho da sua originária construção, ficava no vasto terreiro da fazenda, olhando para o norte, nas imediações da capela e do casarão da fábrica. Ficava este, com a sua casa de purgar junto ao cabouco, ao pé da ponte, onde recebia para mover os aparelhos de moagem das canas, as águas do grande açude de Apipucos, que, derivadas por uma extensa levada, ali se despenham com grande força e volume, e seguem no seu curso a despejar no rio Capibaribe, que passa perto da localidade.".

@ Volume 10, Ano 1846, pg. 351:

"Monteiro — Já estava construído em 1577, e era também conhecido por S. Pantaleão, do orago da sua capela. Em 1637 pertencia a Francisco Monteiro Bezerra, era movido a água, e não moía então por bastante arruinado.".


(Cavalcanti; Cunha, 2006), pg. 27 + 3:

"5) ENGENHO DE SÃO PANTALEÃO MONTEIRO

Existente desde o século XVI, o Engenho de São Pantaleão do Monteiro situava-se na margem esquerda do Rio Capibaribe, lugar de origem do bairro do Monteiro. Pertencia a Manuel Vaz e sua mulher, Maria Rodrigues. Foi vendido, em 1577, a Jorge Camelo e sua mulher, Isabel Cardoso. Em 1593, foi adquirido por Maria Gonçalves Raposo. Em 1606, tinha como proprietário Francisco Monteiro Bezerra, passando a ser conhecido como Engenho do Monteiro. No Largo Monteiro, existem, até hoje, a coluna e a mureta, em ruínas. São os últimos resquícios do Engenho de São Pantaleão do Monteiro." .


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 66-67, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«13) SÃO PANTALEÃO. Sito à margem esquerda do Capibaribe. Engenho d'água. Pagava 4% de pensão. Fundou-o Pantaleão Monteiro antes de 1577. Herdou-o sua filha Brásia, natural de Pernambuco, casada com Domingos Bezerra Felpa de Barbuda. Domingos, fidalgo de geração, era natural de Viana (Minho), filho de Antônio Bezerra Felpa de Barbuda, que se havia fixado em Pernambuco ao tempo do primeiro donatário. Em 1556, Domingos Bezerra possuía uma plantação de milho em Beberibe. Em 1582, era vereador de Olinda. Em 1593, o engenho pertencia a Fernão Martins Pessoa, que faleceu antes de 1609, pois neste ano sua viúva, Maria Gonçalves Raposo, é designada como proprietária. Em 1612, por sua morte, o engenho passou ao segundo filho de Domingos Bezerra, Francisco Monteiro Bezerra, vereador de Olinda em 1616. Em 1623, o engenho produzia 6920 arrobas. Quando da ocupação holandesa, Francisco Monteiro era o capitão de milícias da Várzea do Capibaribe, participando da guerra de resistência; e em 1633, refugiou-se no Arraial do Bom Jesus. Em 1634, um contingente holandês atacou o engenho, incendiando-o, aprisionando seis portugueses e catorze africanos e tomando "muito açúcar". Em 1635, ocupado pela tropa batava que aí se aquartelou quando do segundo sítio do Arraial, onde Francisco Monteiro Bezerra novamente se refugiou na companhia de outros senhores da Várzea, tendo de pagar resgate. Em 1637, o engenho estava "muito arruinado" e não moeria. Tampouco moeria em 1639. Neste ano, após o saque da povoação de Apipucos pelos campanhistas luso-brasileiros, Francisco Monteiro e dois dos seus filhos foram desterrados para a Holanda, sob suspeita de correspondência com o inimigo, "permitindo-se-lhe que seus bens fiquem à sua disposição e que sua mulher e seus outros filhos possam permanecer". Francisco Monteiro regressou posteriormente a Pernambuco. Em 1645, seu filho João Pessoa Bezerra aderiu à insurreição luso-brasileira. Reconstruído por ele, o engenho moía em 1655, sendo transformado em vínculo. Em 1664-7, Maria Pessoa, viúva de Francisco, e os filhos, o citado João Pessoa Bezerra e Miguel Bezerra Monteiro, senhoriavam a propriedade.(13)».

@ pg. 175, Notas:

«(13) "Livro do tombo", p. 236; DP, pp. 90, 271, 281, 285; RPFB, p. 204; CGS, p. 303; LPGB, p. 18o; FHBH, I, pp. 28, 87, 153, 237; RCCB, p. 47; MDGB, pp. 116, 184, 186; VWIC, III, p. 177; IV, pp. 23, 142; DN, 23.VI.l639; VL, II, p. 104; HGP, pp. 29, 47; NP, I, p. 148; Pereira da Costa, "Origens históricas", p. 265, e Arredores do Recife, pp. 107-8; Gonsalves de Mello, "A finta para o casamento", pp. 25-6, 48.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Pantaleão (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Pantale%C3%A3o_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 28 de março de 2024.


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