Ações

S. Seba∫tian (forte)

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 12h03min de 11 de dezembro de 2017 por Levypereira (disc | contribs)

(dif) ← Versão anterior | ver versão atual (dif) | Versão posterior → (dif)

Coleção Levy Pereira

S. Seba∫tian

Forte a leste de 'Mongorippe' (Ponta do Mucuripe).

Há uma casa, ou povoação, 'S. Iago', plotada próxima ao forte.


Natureza: forte, assinalado sem nome no MBU.


Mapa: MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ.


Capitania: Siara.


Nomes históricos: Forte de São tiaguo; S. Seba∫tian; St. Bastian; St Bastiaen; S. Bastião; Fort St. ßastia; Fort ʃt. ʃebastiaԐn; 'Hԑt Ou∂ԑ Fort gԑnaԑmt St βaʃtiaεn'; 'O velho Forte chamado S. BASTIÃO'; 'velho forte do Siara chamado S. Sebastião'; Ca∫trum; ARX IN SIARA; Forte de Nossa Senhora do Amparo.


Nome atual: o forte foi destruído.

A área onde estava construído é atualmente designada como Morro de São Tiago, no bairro Barra do Ceará, cidade de Fortaleza-CE, na m.d. da barra do Rio Ceará.

Citações:

►Mapa RG-N (Albernaz, 1626/1627), plotado como forte, 'Forte de São tiaguo', na m.e. do rio 'Siara'.


►Mapa CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53 CAPITANIA DO ZIERA, plotado com o símbolo de fortaleza, 'Fort St. ßastia', na m.d. do 'Rº Ziera'.

  • A caixa de legendas "NamԐn ∂Ԑr Fortiƒicatien on∂Ԑr t' GhibiԐr van ʃyn ԐxtiԐn. GraԐƒƒ Mouritues van Naʃʃou", neste mapa, cita '1: t' Fort ʃt. ʃebastiaԐn in R. ZiԐra.'.


►Mapa Y-59 (4.VEL Y, 1643-1649), plotado com o símbolo com a forma de sua planta, 'St. Bastian', na m.d. do 'Rº ∂e Sÿara:'.


Mapa CAPITANIA DE SIARA (4.VEL 2156, 1649), com o símbolo com a forma de sua planta, identificado com o numeral 13, '13 - Hԑt Ou∂ԑ Fort gԑnaԑmt St βaʃtiaεn', na m.d. do 'Rεviεr van Siara'.


Mapa CAPITANIA DE SIARA (COLLBN 002-12-072, 1856), plotado com o símbolo com a forma de sua planta, identificado com o numeral 13, 'Het Ou∂e Fort gԑnaemt St Bastiaen', na m.d. do 'Revier van Siara'.


Mapa CAPITANIA DE SIARA (BnB cart325153, [1886-1903]), plotado com o símbolo de fortaleza, identificado com o número 13, legendado "13 - O velho Forte chamado S. Bastião.", situado na m.d. do rio identificado com o #12 - "12 - Rio do Siara.".


Mapa CAPITANIA DE SIARA (Tricentenário, 1903), plotado com o símbolo de fortaleza, identificado com o número 13, legendado "13 - O velho Forte chamado S. Bastião.", situado na m.d. do rio identificado com o #12 - "12 - Rio do Siara.".


Mapa CAPITANIA DE SIARA (Camara Cascudo, 1956), plotado com o símbolo de fortaleza, identificado com o número 13, legendado "13 - O velho Forte chamado S. BASTIÃO.", situado na m.d. do rio identificado com o #12 - "12 - Rio do SIARA.".


(Moreno, 1615), pg. 32-33, descreve a razão - Conquista do Maranhão - e as circunstâncias da fundação do forte (20/1/1612):

"Em virtude desta carta de S. Majestade, logo o governador no ano de 611 ...

Pela qual opinião o dito governador Dom Diogo de Meneses ...

... fez uma mui conveniente e nova relação das cousas daquela Conquista, de modo assim gizada narração de seus fundamentos, que foi assinada por todos os capitães de aquelas capitanias do norte até do de Paranambuco, assegurando ser convenientíssimo fazer-se a Conquista, e irem-se assegurando e povoando primeiro alguns portos de aquela costa com pequenos *presídios.

... E assim despachou ao dito Martim Soares, fazendo-o capitão do Ceará, e dando-lhe só dous soldados, a fim que os índios não o tivessem por hóspede pesado, e vissem como não ia a lhes fazer guerra, mas antes a se fiar nas suas amizades e forças: e que assim tratasse de fazer fortaleza e igreja para se batizarem e doutrinarem os ditos índios, para o que lhe deu capelão, ornamentos e um sino, e outras cousas necessárias, com que se partiu e chegou a salvamento ao Ceará, donde fundou igreja a N. Senhora do Amparo, e fez um forte capaz de duzentos homens soldados, e moradores, e nele com amizade e fé de Jacauná, o qual fez vir a alojar-se meia légua do forte com a sua aldeia.".


(Barléu, 1647):

@ prancha # 24 'SIARA', assinada por Frans Post, 1645, vista do forte, assinalado 'A - Ca∫trum' (A - O Forte);

@ prancha #25 'ARX IN SIARA', planta do forte e mapa das proximidades, com escala em 'virgæ' (vara renana).

  • Assume-se que 1 virga = 1 roede de Amsterdan = 1 vara renana = 3,6807 m.
  • Se efetivamente essa for a escala da planta do forte, estima-se que o 'ARX IN SIARA' tinha aproximadamente 15,2 x 16,3 virga = 56 m x 60 m.


(Beck, 1649), pg. 395, dia 10 de Agosto de 1649:

"Em companhia do major Garstman, de Henrique Balthus van der Meulen, do engenheiro Ricardo Caer e de seis soldados, fui ao velho forte do Siara chamado S. Sebastião afim do ver se ali não encontrar-se-ia barro próprio para H. B. van der Meulen fabricar tijolos e telhas, e examinar atentamente o terreno no intuito de verificar se o nosso forte (*) não ficaria ali mais bem situado; depois de demorada inspeção o major Garstman aprovou a construção do forte aqui (**) por achar-se em melhor situação do que o antigo.".

(*) Fort Schoonenburch;

(**) às margens do riacho Pajeú, ou Marujaitiba, 'Marajaik'.


►Imagem (Siara, Montanus, 1671), vista do forte, baseada no quadro de Frans Post (quadro desaparecido).


(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 260:

«Para os Estados Gerais, de Antônio Vaz em Pernambuco, 16 de novembro de 1637, escrevia o conde de Nassau: — "Em direção ao Norte, cerca de oitenta léguas além do Rio Grande, os inimigos têm .ainda um forte chamado Ceará, para onde enviamos um major com tropas a fim de tomá-lo, se Deus quiser. É um lugar onde se encontra o âmbar-gris e também grande quantidade de sal, de sorte que se Deus nos der esta praça, os nossos navios não terão que ir carregar sal nas Índias Ocidentais, mas encontrarão no nosso país. Há cinco semanas que o dito major partiu com as tropas, de modo que diariamente esperamos a notícia do seu sucesso." Desde 26 de outubro que o major Jorris Garstman, dirigindo, com Hendrick Huss, 126 soldados contra os 33 portugueses, tomara o forte de São Sebastião.

Que era realmente a região possuída pelo holandês? Uma pequena colônia, rústica e pobre, treze casas rodeando um forte de taipa socada, com dois bastiões de pedra solta, à borda do mato e à margem direita do rio Ceará, no local Vila Velha, doze quilômetros a oeste da futura cidade da Fortaleza.

Sua acolhedora simplicidade está no quadro que Franz Post desenhou e que Barléu divulgou.».

@ pg. 261:

"A guarnição holandesa ficou oscilando entre 35 a 40 homens que se espalhavam em grupos predatórios pelas roçarias indígenas.

...

Hendrick Huss viajou para Recife por mar e o major Garstman para o Rio Grande do Norte por terra. Ficou governando a solidão o tenente Hendrick van Ham, não encontrando elementos para inebriar-se. Em 19 de abril de 1638 gemia, desalentado. Ficara encarregado de informar-se das condições da região e seus relatórios são desoladores.".

@ pg. 262:

"Parece Ham conhecer apenas uma e meia e duas léguas para o interior cearense. As duas aldeias de que fala, a grande, de Diogo Algedor (Algodão) e a pequena, de Koyaba, ficam a duas e quatro horas de marcha. ... Até novembro de 1640 padeceu Van Ham entre as muralhas pobres do forte de São Sebastião. Evidentemente o primeiro commandeur do Ceará Holandês não deixou as vizinhanças do verde mar bravio, rasgado na ponta de Mucuripe.".

@ pg. 263:

"O Supremo Conselho informa aos XIX na Holanda o interesse de mandar Morris ao Ceará, mesmo depois dos pessimismos de Ham. Ficaria no forte São Sebastião como um técnico para a conquista do Maranhão e, enquanto tal não sucedesse, pesquisaria salinas ótimas em lugar das salinas péssimas que mestre Ham deparara.".

@pg. 267-268:

«Em fins desse ano Gedeon Morris estava no Ceará, como informa Wiltschut ao Supremo Conselho, em 18 de dezembro de 1643. Em janeiro de 1644 uma revolta indígena massacra a guarnição holandesa no Ceará, saqueando armazéns, rebentando os barcos, destruindo, depredando, incendiando. O iate "Brack", que tocou no Ceará, ignorando o motim, perdeu o comandante Lubbert Dicks, o capitão Ghim, os tenentes Gras, Kockgtien e o alferes Pyron, com mais cinco homens. Os barcos de Gedeon Morris de Jonge e do mestre de equipagem Emor de Bonte estavam destroçados na praia.».

@ pg. 268-269:

"Matias Beck, com três iates e dois barcos, 298 homens, fundeia na ponta do Mucuripe a 3 de abril de 1649. É uma expedição para descobrimento de minas, minas de prata, nas serras. Não há repulsa. Os restos abandonados do forte de São Sebastião caem em ruínas. Os indígenas furtavam as telhas, cobrindo as ocas. Matias Beck, no morro Marujaitiba, à margem esquerda do rio Pajeú, inicia a construção de uma defesa murada para guardar homens, víveres e munições. Começando a 9, terminam a 22 de abril, chamando-o forte Schoonenborch ao redor do qual nasceria a verdadeira e atual cidade.

...

E, na praia para as serras próximas, vivem os holandeses, suspicazes, assombrados e teimosos, vigiando de noite e cavando de dia, até que a convenção da Campina do Taborda, em 26 de janeiro de 1654, findou-lhes a penitência. Matias Beck e seus companheiros de mineração obstinada embarcaram. E o Ceará voltou aos Capitães-Mores que El-Rei Nosso Senhor nomeava.".

@ pg. 273:

"Na primeira fase da ocupação holandesa no Ceará, de outubro de 1637 a fevereiro de 1644, há o movimento das salinas e a fome da posse no território maranhense. As salinas, justificativas da possessão, ficavam ao sul, no Upanema e, ao norte, no Camucim, estas pouco ou nada exploradas. De Jericoacoara ao forte de Sao Sebastião, deste ao Upanema, deste ao sal de Aguamaré, viajava-se por mar. Depois da conquista apenas o major Garstman vai por terra para Natal, repetindo, com água e segurança, a jornada dolorosa de Pero Coelho de Sousa em 1605.

Os fortes de S. Sebastião, Camucim e Jericoacoara são atalaias para o oceano. Não custodiam, penetração. Estão ali, no areal, como olhos acesos espiando velas e não defendendo passos, sertão a dentro. As comunicações são sempre marítimas, nas pequenas embarcações, galeotas, iates com um pano latino, batelões lentos, os lichters de Nieuhof.".

@ pg. 277-278:

"Junto às ruínas do forte de S. Bastião (São Sebastião) viviam tuixauas com mulheres, filhos, roçarias. Ali moravam os dois Franciscos, Carajá e Aragiba, olhando o rio Siará, outrora chamado Itarema.".


►Mais informações do Fortim de São Sebastião em Fortalezas.org

http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=114







Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Seba∫tian (forte)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Seba%E2%88%ABtian_(forte). Data de acesso: 28 de março de 2024.


Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando

BiblioAtlas recomenda o ZOTERO

(clique aqui para saber mais)



Informar erro nesta página