Ações

S. Seba∫t. (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

Coleção Levy Pereira


S. Seba∫t.

Engenho de bois com igreja, na várzea entre o 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe) e o 'Taijĩbĩpiô' (Rio Tejipió).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho São Sebastião (St. ßastia; S. Sebast), Engenho de Pedro da Cunha de Andrade, Engenho de D. Cosma; Engenho do Curado.


Nome atual: o engenho está destruído e sua área reocupada - está na zona urbana do bairro do Curado, cidade do Recife-PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ. St. ßastia'.


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ St. ßastia'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'S. Sebast.', na várzea entre o 'Capiibari' (Rio Capibaribe) e o 'Tajiibipio' - 'Teubipí' (Rio Tejipió).


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87:

"48. Engenho de Pedro da Cunha de Andrade, presente; é de bois e mói. ".


(Dussen, 1640), pg. 152:

"52) Engenho São Sebastião, de Pedro da Cunha de Andrade, é engenho de bois e mói. São lavradores:

Partido do engenho 25 tarefas

Bernardim de Carvalho 25

Manuel Álvares 15

Antônio de Oliveira, partido livre 35

Domingos de Abreu, partido livre 15

_____________________

105 (sic) tarefas. ".


(Broeck, 1651), relatando eventos ocorridos em 16 de agosto de 1645, véspera da batalha de Casa Forte (Engenho Nassau), citando-o como 'engenho de D. Cosma', pg. 23-24:

"16. — Parti do Recife a cavalo para o engenho Nassou afim de seguir para o engenho Rotterdam (onde era o meu alojamento), e que daquele dista somente meia légua, pois ali tinha que fazer. No acampamento do nosso exército soube que o capitão Blaer saíra com sua companhia de arcabuzeiros. Voltou à tardinha, trazendo três mulheres portuguesas, a saber: a de Francisco Beranger, sogra de João Fernandes Vieira, a de Antônio Bezerra e a de Amaro Lopes, as quais, segundo ele disse, seriam remetidas ao Recife e ali mantidas até que a sua mulher e a do capitão Hick lhes fossem restituídas. Deixara o seu tenente com seis ou sete homens brancos, e cinco ou seis indígenas, fora do quartel, para passarem a maior parte da noite no engenho do Sr. Stadt-houder; voltaram eles à seguinte ante-manhã ao quartel. Este mesmo dia avançaram André Vidal, João Fernandes Vieira, Camarão e Henrique Dias com todas as suas forças, para a Várzea, o sendo noite chegaram ao engenho de D. Cosma, sito a menos de um quarto de hora do engenho do Stadt-houder. Pretendem alguns que eles tiveram notícia de lhes haver o capitão Blaer levado as mulheres (17), pois que, se assim não fora, não ter-se-iam aproximado. Do dito engenho partiram ante-manhã.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 237, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Várzea do Capibaribe

...

- E o de Pero da Cunha de Andrade, a três por cento.".


(Gonsalves de Mello, 1993), pg. 32:

"10. Engenho de Pedro da Cunha de Andrade, da invocação de São Sebastião, termo de Olinda; veio a ser denominado depois Engenho do Curado, na Várzea do Capibaribe. ".


(Pereira da Costa, 1951):

@ Volume 5, Ano 1722, pg. 338-339

"Matias Vidal de Negreiros foi um homem de distinção.

...

Do seu testamento, celebrado aos 13 de maio de 1743, na casa de seu sobrinho o alferes Manuel Ferreira Curado, no Engenho Curado, na freguesia da Várzea do Capibaribe, ... Faleceu ele naquela mesma casa em que fez o seu testamento, no dia 2 de julho daquele mesmo ano de 1743, e foi sepultado na capela de S. Sebastião do engenho, e segundo sua vontade, na entrada, da porta para dentro, para que todos o pisem como o mais humilde saco de terra.".

@ Volume 10, Ano 1846, pg. 349-350:

"Curado. Outrora São Sebastião, pertencia em 1637 ao sargento-mor Pedro da Cunha Andrade, casado com d. Cosma Fróis, filha ou neta do auditor Diogo Gonçalves. Em 1630 comandava Andrade um terço de ordenanças da vila de Olinda, militou na campanha contra os holandeses, e ainda vivia em 1637, como se vê de uma relação dos engenhos situados na freguesia da Várzea, em que se menciona o de Pedro da Cunha de Andrade, de bois e moente. Em 1645, porém, já era falecido, porquanto, referindo o nosso cronista Calado às ocorrências da campanha naquele ano, diz que a 16 de agosto, à noite, acampara a nossa gente no engenho de d. Cosma Fróis, mulher que havia sido de Pedro da Cunha de Andrade, ocupando as casas de vivenda do assentamento de purgar, a senzala dos escravos, e até a própria capela de S. Sebastião; e de onde partiu na manhã seguinte para atacar os holandeses no engenho de d. Ana Pais, travando-se então a célebre batalha da Casa Forte, cuja vitória coube à nossa gente.

Perdeu porém o engenho a sua primitiva denominação de S. Sebastião pela de Curado, que ainda conserva, originada do nome do proprietário que veio a ser, o capitão Salvador Curado Vidal, que em fins do século XVII instituiu a propriedade em capela vinculada sob a invocação de S. Sebastião, aplicando o rendimento líquido da fábrica para ocorrer às despesas dos encargos pios que instituíra; mas falecendo ele sem deixar administrador nomeado para a capela, apossou-se da mesma o vigário da freguesia, João Gonçalves Florença, que foi logo destituído da administração, mediante recurso à coroa, por alvará de 26 de fevereiro de 1720, que nomeou o padre Diogo Pereira de Castro administrador do encapelado, o que foi terminantemente mandado executar por provisão do governador Manuel de Sousa Tavares, expedida em 7 de abril do mesmo ano, por se haver oposto o vigário Florença a entregar a administração da capela àquele sacerdote. Este encapelado de S. Sebastião do engenho Curado permaneceu até a sua extinção, em virtude da carta de lei de 13 de outubro de 1831, sendo então todos os seus bens patrimoniais repartidos pelos legítimos herdeiros e sucessores do instituidor.".


(Cabral de Mello, 2012), Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

@ pg. 58-59:

"3) SÃO SEBASTIÃO. Sito à margem direita do Capibaribe. Não o registrou Golijath mas fê-lo Markgraf. Engenho de bois. Pagava 3% de pensão. Safrejava em 1593, pertencendo a Pero da Cunha de Andrade. Em 1605, já não gozava de isenção fiscal, devendo, portanto, ter sido fundado anteriormente a 1585. Pero era vereador de Olinda em 1621. Em 1623, o engenho produzia 11035 arrobas. Em 1633, foi ocupado por patrulha luso-brasileira e saqueado pela tropa holandesa. Seu dono refugiou-se no Arraial do Bom Jesus, sendo libertado, após a rendição da fortaleza, contra resgate de 15 mil florins. Permaneceu sob o domínio neerlandês, mas esteve preso em 1638 sob a acusação de participar de conjura visando à restauração do domínio português. Faleceu antes de 1645, passando o engenho à viúva, d. Cosma Fróis, e depois à filha homônima, casada com Manuel Carneiro de Mariz. O engenho moía em 1637 e 1639 com quatro partidos de lavradores, inclusive dois partidos livres, os quais, somados ao partido da fazenda (25), perfaziam 115 tarefas, equivalentes a 4025 arrobas. Safrejava em 1655. Em 1645 e em 1663 Pero da Cunha devia 570 florins à WIC.(3)".

@ pg. 173:

"(3) DP, p. 446; LSUR, pp. 32, 75; RPFB, p. 205; FHBH, I, pp. 28, 87, 151, 237; RCCB, pp. 44, 155-6; MDGB, pp. 113, 116; VL, I, p. 56; II, pp. 42-3, 237; VWIC, III, p. 175; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; HGP, pp. 28, 87-8, 178, 281; NP, I, p. 199; II, p. 435; J. A. Gonsalves de Mello, Tempo dos flamengos, Rio de Janeiro, 1947, p. 189; Evaldo Cabral de Mello, O nome e o sangue, 3a ed., São Paulo, 2009, pp. 113-4, 130,132.".

  • NOTA: O engenho 'S. Seba∫t.' do BQPPB está plotado nos mapas de Golijath: com o topônimo 'Ԑ. St. ßastia' no PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE e 'Ԑ St. ßastia' no mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA - vide citações acima.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Seba∫t. (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Seba%E2%88%ABt._(engenho_de_bois). Data de acesso: 28 de março de 2024.


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