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Stede Reciff (f.)

De Atlas Digital da América Lusa

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Stede Reciff (f.)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Stede Reciff (f.)

Cidade ao sul de 'Olinda'.

Identificada com a letra f no BQPPB.


Natureza: cidade.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nomes históricos: f. Stede Reciff, LVGAR DO RECIFE, Povo, Povoação do Recife, 't Dorp Reciffo, Reciffo.


Nome atual: corresponde à área do Recife Antigo, na cidade do Recife-PE.

Essa área esta na ponta sul de uma restinga estreita sobre um recife que se inicia na cidade de Olinda, e hoje, com a abertura construída entre o oceano e o Rio Beberibe, no norte do Porto do Recife, está convertida numa ilha.

Citações

►Mapa REC (Albernaz, 1626/1627), desenhada como uma povoação na ponta da restinga, no porto, denominada 'LVGAR DO RECIFE'.

►Imagem (Pascaert van de ghelegentheyt van Parnambuc betrocken door Hessel Gerritsz, 1630), desenhada, identificada com a letra d, 'd Povo oft Dorp bÿ de Packhuy∫en'.

►Imagem (Die stat Olinda de Phernambuco welche durch die Hollender im Februari 1630 Erobert worden, 1630), mostra o ataque neerlandês, identificando a povoação como 'POVO'.

►Imagem (Entwerffung von Eroberung der Stadt Olinda so in der hauptmanschafft Pharnambuco gelegen, 1630), mostra o ataque neerlandês, desenhando a povoação, na ponta sul da restinga, marcada com o número 8, , «8. Die ßacthauser so im brandt gesteckt.».

►Imagem (Olinda de Phernambuco. Auf der Reed nach dem leben abgezeichnet, 1634), mostra o ataque neerlandês, identificando a povoação na restinga como 'POVO ein Dorff.'.

►Imagem (Das Norder theil des Lands Brasilien, 1634), mostra na imagem abaixo do mapa, o ataque neerlandês, identificando o povoado «POVO», desenhado na ponta sul da restinga.

►Mapa (Drewisch, 1631) Grondt teyckeningh van het Eylandt Antoni Vaaz, het Recif ende vastelandt aende haven van Pernambuco in Brasil, representada na ponta da restinga, no porto, denominada 'het ∂orp of .. Recif'.

►Mapa Caerte van de Haven van Pharnambocque met de Stat Mouritia, 't Dorp Reciffo en Byleggende forten met alie gelengenheden van dien. In 't Jaer Anno 1639, anônimo, disponivel em (Gonsalves de Mello, 1976), pg. 45, desenhada com detalhes, denominada 't Dorp Reciffo'.

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotada com símbolo de cidade, sem nome, na ponta da restinga próxima à 'Pº. ∂Ԑ Marin'.

►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotada com símbolo de cidade, sem nome, na ponta da restinga próxima à 'Pta. ∂Ԑ Marin'.

►Mapa Y-41 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen Cabo St. Augustijn ende hoeck van Pommarel, plotada com o símbolo de cidade, 'Reciffo:'.

(Barléu, 1647):

@ prancha #33 'INSULA ANTONIJ VAAZIJ.', situação no ano de 1637, desenhada como 'Reciffa', na restinga, onde há o 'PORTUS'

@ prancha #40 MAVRITIOPOLIS RECIFFA ET CIRCUM IACENTIA CASTRA, plotada como 'RECIFFA', na restinga, onde há o 'PORTVS'.

►Mapa PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURITS-STADT ende t RECIFFO", desenhada, 'RECIFFO'.

►Mapa ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", desenhada, local marcado com a letra G, 'G: Het Stԑ∂ekԑn gԑnaemt Reciƒƒo ∂e Phernambuco'.

(Pereira da Costa, 1951), Volume 2, Ano 1595, pg. 113-114:

"O bairro peninsular do Recife, originariamente, ao tempo da fundação da capitania em 1555, tinha a feição primitiva da sua formação geológica, como ponto terminal do istmo de Olinda, com a sua mesma largura, variavelmente disposta e obedecendo às sinuosidades da sua extensão, que se pode, seguramente firmar, desde o local em que ora campeia a igreja da Madre de Deus, em ponta agudamente traçada, até chegar, em linhas sinuosas, ao seu extremo no litoral da vizinha cidade de Olinda.

"A partir da fortaleza do Brum e em direção ao sul, escreve E. Béringer (O porto de Pernambuco e a cidade do Recife no século XVII) o istmo ocupava uma superfície bem inferior à atual. Assim o forte de S. Jorge, construído pelos portuguêses no sítio onde se acha atualmente a igreja do Pilar, era banhado pelas águas do Beberibe; e além, entre êste forte e a entrada da cidade do Recife (atualmente largo dos Voluntários da Pátria), o istmo compreendia apenas a estreita zona limitada pela rua dos Guararapes e a parte oriental da rua do Farol.

"A cidade do Recife, tal qual ela se desenvolveu pouco tempo depois do abandono e incêndio de Olinda, terminava na igreja da Madre de Deus, e as defesas, estabelecidas logo à margem da praia, para protegê-la contra as surprêsas do inimigo, campeiavam aquém das ruas da Restauração, de d. Maria César, da praça do Apolo e da rua do Amorim. Vê-se, assim, como a cidade atual se expandiu à custa do pôrto e do rio: ao sul apoderou-se dos bancos de areia que existiam no local da rua Tuiuti, da praça do forte do Matos, da igreja da Madre de Deus, da Alfândega; a oeste ela invadiu o leito do Beberibe em mais de 150 metros".

Em face desta exata delimitação, é fácil ajuizar-se o quanto se conquistou ao mar e ao rio para chegar-se à atual circunscrição territorial do bairro de S. Frei Pedro Gonçalves, ou do Recife, como vulgarmente se chama; e formando assim, originariamente, uma estreita língua de terra, vem daí a sua antiga denominação de Lingüêta, hoje apenas circunscrita à praça do Comércio e suas imediações, e cuja feição característica em 1630, apesar mesmo de alguns aterramentos já então feitos, de um e outro lado, era ainda — a de uma língua de areia, com cinqüenta passos de largo — como escreve Brito Freire, historiador coevo.

O povoamento do Recife é sem dúvida contemporâneo ao de Olinda, o centro colonial de Pernambuco firmado pelo donatário Duarte Coelho em 1535, porquanto era no seu pôrto que ancoravam os navios do trato comercial da colônia, e daí a necessidade da construção de armazéns para recepção dos seus carregamentos, de depósito de gêneros coloniais de exportação, e de casas para habitação da gente empregada em tais serviços.

Como ponto de partida, averiguado, temos a referência de Recife dos navios com suas praias, que o donatário de Pernambuco faz da localidade, no Foral de patrimônio da comarca da Vila de Olinda, lavrado em 12 de março de 1537, e cujo documento é o mais remoto que se refere à localidade com o nome de Recife, originado do cordão de pedra, ou coral, que emerge do Oceano, fronteiramente, a defende, e constitui assim o seu abrigado e seguro ancoradouro interno.".

(Gonsalves de Mello, 1976), pg. 24-25:

"1) «de Stat Mauritia, 't Dorp Reciffo»: ... O Recife, embora em 1630 fosse sede de freguesia (desde 1591) e contasse cerca de 200 casas, era um simples «povo» ou povoação; na documentação holandesa aparece referido quase sempre como dorp, isto é, aldeia. A instalação do Recife como vila é sucesso do começo do século XVIII. À criação da Cidade Maurícia já antes nos referimos. O que deste mapa se verifica é que essa denominação dada à sede do governo holandês no Brasil, embora devesse incluir e de fato incluísse o bairro de porto (o Recife, em sentido restrito), tinha ficado limitada apenas à área da «outra banda» do rio, isto é, à Ilha de Antônio Vaz. Em livro anterior citamos o despacho pelo qual o Conde e o Alto Conselho permitiram que «het Recife ende Antonio Vaz tsamen den titel van Cidade mochten voeren, dat is een Stadt, ende den naem van Mauricia», isto é, que "o Recife e Antônio Vaz ficavam autorizados a usar em conjunto o título de Cidade, com o nome de Maurícia». (37) Vê-se, assim, que o cartógrafo indica, erradamente, Maurícia com a letra B, como se tal denominação correspondesse apenas ao groot kwartier.

(37) Tempo dos Flamengos cit., p. 98. ".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Stede Reciff (f.)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Stede_Reciff_(f.). Data de acesso: 19 de abril de 2024.


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