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Tambáarĩrĩỹ (rio)

De Atlas Digital da América Lusa

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Neste trabalho admitimos haver um engano no mapa [[BQPPB]] no alto curso do rio "Camaratĩba" (Rio Camaratuba), onde estão desenhados riachos que pertencem efeitivamente à bacia do rio "R. de Canafistola" (Riacho Bananeiras no alto curso e Riacho Tananduba no baixo curso).
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Neste trabalho admite-se haver um engano no mapa BQPPB no alto curso do rio '[[Camaratĩba]]' (Rio Camaratuba), onde estão desenhados riachos que pertencem efetivamente à bacia do rio '[[R. de Canafistola]]' (Riacho Bananeiras no alto curso e Riacho Tananduba no baixo curso).
  
Os nossos argumentos para justificar essa hipótese:
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Argumenta-se para justificar essa hipótese:
  
1) no [[BQPPB]] o Rio Camaratuba recebe três nomes: Tambáarĩrĩỹ, Tuĩnandĩba, Camaratĩba, caso único;
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1) no BQPPB o Rio Camaratuba recebe três nomes: Tambáarĩrĩỹ, Tuĩnandĩba, [[Camaratĩba]], caso único;
  
 
2) o levantamento dessa área da Paraíba tem alta probabilidade de estar baseado na entrada de Elias Herckmans - não deve ter sido feito pelo Margrave em pessoa.
 
2) o levantamento dessa área da Paraíba tem alta probabilidade de estar baseado na entrada de Elias Herckmans - não deve ter sido feito pelo Margrave em pessoa.
  
3) o levantamento usou bússola, portanto, bastante calcado em rumos. Como se pode observar neste mapa, há uma coincidência muito particular nos rumos e alinhamentos, praticamente uma só linha reta (notem o destaque), dos
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3) o levantamento usou bússola, portanto, bastante calcado em rumos. Como se pode observar neste mapa, há uma coincidência muito particular nos rumos e alinhamentos, praticamente uma só linha reta (notem o destaque no georreferenciamento), dos
  
- Riacho Cacimba, por nós associado ao "Tuĩnandĩba" e "Tambáarĩrĩỹ", este no trecho a montante do afluente margem esquerda sem nome no mapa de Margrave;
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- Riacho Cacimba, aqui associado ao 'Tuĩnandĩba' e 'Tambáarĩrĩỹ', este no trecho a montante do afluente margem esquerda sem nome no mapa de Margrave;
  
- Riacho do Padre, aqui associado ao "Tambáarĩrĩỹ" a jusante do afluente sem nome no mapa de Margrave;
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- Riacho do Padre, aqui associado ao 'Tambáarĩrĩỹ' a jusante do afluente sem nome no mapa de Margrave;
  
- Riacho Muquém, afluente margem esquerda do Riacho Bananeiras, associado por nós a um trecho não mapeado do "R. de Canafistola";
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- Riacho Muquém, afluente margem esquerda do Riacho Bananeiras, associado neste estudo a um trecho não mapeado do 'R. de Canafistola';
  
- Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio "Camaratĩba" (Rio Camaratuba).
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- Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio '[[Camaratĩba]]' (Rio Camaratuba).
  
4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio "Aráçajĩ" no mapa de Margrave), à bacia do Rio Camaratuba (rio "Camaratĩba" ) sem passar pela bacia do Riacho Bananeiras-Riacho Tananduba (rio "R. de Canafistola), o que eventualmente seria notado.
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4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio '[[Aràçàjĩ]]' no mapa de Margrave), à bacia do Rio Camaratuba (rio '[[Camaratĩba]]') sem passar pela bacia do Riacho Bananeiras-Riacho Tananduba ('[[R. de Canafistola]]'), o que eventualmente seria notado.
  
5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras "Iuruparibacaĩ" e "Magasynsberg", com transposição com boa probalidade de acerto neste trabalho, segue rumo NE (nordeste) e alcança um ponto a não mais do que 13 Km a 14 Km da nascente do Rio Camaratuba e, conforme se pode observar neste mapa, com toda certeza cruzaria o trecho do caminho rumo O (oeste) entre as serras mencionadas e o "Steenen Keerberg".
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5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras 'Iuruparibacaĩ' e 'Magasynsberg', com georreferenciamento com boa probabilidade de acerto neste trabalho, segue rumo NE (nordeste) e alcança um ponto a não mais do que 13 Km a 14 Km da nascente do Rio Camaratuba e, conforme se pode observar neste mapa, com toda certeza cruzaria o trecho do caminho rumo O (oeste) entre as serras mencionadas e o '[[Steenen Keerberg]]'.
  
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►(Barléu, 1647), pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba:
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[[(Barléu, 1647)]], pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba:
  
 
"Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.".
 
"Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.".
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"(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.".
 
"(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.".
  
([[Câmara Cascudo]], 1956), pg. 224, comentando o [[BQPPB]], e o trajeto da entrada de Elias Herckmans:
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►[[(Câmara Cascudo, 1956)]], pg. 224, comentando o [[BQPPB]], e o trajeto da entrada de Elias Herckmans:
  
 
"Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.".
 
"Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.".

Edição atual tal como 20h07min de 8 de janeiro de 2015

Coleção Levy Pereira


[editar] Tambáarĩrĩỹ

Alto curso do 'Camaratĩba' (possivel erro no BQPPB).


Natureza: rio.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Nome histórico: Tambáarĩrĩỹ (Tambuarirí, Tambahujam), Rio de Almíscar.


Nome atual: Riacho Cacimba.

Vide mapa IBGE Geocódigo 2511806 Pirpirituba-PB.


NOTA EXPLICATIVA:

Neste trabalho admite-se haver um engano no mapa BQPPB no alto curso do rio 'Camaratĩba' (Rio Camaratuba), onde estão desenhados riachos que pertencem efetivamente à bacia do rio 'R. de Canafistola' (Riacho Bananeiras no alto curso e Riacho Tananduba no baixo curso).

Argumenta-se para justificar essa hipótese:

1) no BQPPB o Rio Camaratuba recebe três nomes: Tambáarĩrĩỹ, Tuĩnandĩba, Camaratĩba, caso único;

2) o levantamento dessa área da Paraíba tem alta probabilidade de estar baseado na entrada de Elias Herckmans - não deve ter sido feito pelo Margrave em pessoa.

3) o levantamento usou bússola, portanto, bastante calcado em rumos. Como se pode observar neste mapa, há uma coincidência muito particular nos rumos e alinhamentos, praticamente uma só linha reta (notem o destaque no georreferenciamento), dos

- Riacho Cacimba, aqui associado ao 'Tuĩnandĩba' e 'Tambáarĩrĩỹ', este no trecho a montante do afluente margem esquerda sem nome no mapa de Margrave;

- Riacho do Padre, aqui associado ao 'Tambáarĩrĩỹ' a jusante do afluente sem nome no mapa de Margrave;

- Riacho Muquém, afluente margem esquerda do Riacho Bananeiras, associado neste estudo a um trecho não mapeado do 'R. de Canafistola';

- Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio 'Camaratĩba' (Rio Camaratuba).

4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio 'Aràçàjĩ' no mapa de Margrave), à bacia do Rio Camaratuba (rio 'Camaratĩba') sem passar pela bacia do Riacho Bananeiras-Riacho Tananduba ('R. de Canafistola'), o que eventualmente seria notado.

5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras 'Iuruparibacaĩ' e 'Magasynsberg', com georreferenciamento com boa probabilidade de acerto neste trabalho, segue rumo NE (nordeste) e alcança um ponto a não mais do que 13 Km a 14 Km da nascente do Rio Camaratuba e, conforme se pode observar neste mapa, com toda certeza cruzaria o trecho do caminho rumo O (oeste) entre as serras mencionadas e o 'Steenen Keerberg'.

[editar] Citações:

(Barléu, 1647), pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba:

"Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.".

Nota de Ferri, Mário G., pg. 392, comentando o BQPPB, nele reconhecendo o trajeto da entrada de Elias Herckmans:

"(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.".

(Câmara Cascudo, 1956), pg. 224, comentando o BQPPB, e o trajeto da entrada de Elias Herckmans:

"Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Tambáarĩrĩỹ (rio)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Tamb%C3%A1ar%C4%A9r%C4%A9%E1%BB%B9_(rio). Data de acesso: 24 de abril de 2024.


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