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Taubaté

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Em provisão do dia 20 de janeiro de 1636, o Capitão-Mor Governador da  [[Capitania de Itanhaém]] [[Francisco da Rocha]] concedeu a [[Jaques Félix]] o direito de explorar o sertão de Taubaté para aumentar as terras da Condessa donatária D. [[Mariana de Sousa da Guerra]].  <ref>LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132</ref>. O povoado, que depois se tornaria a vila de Taubaté, foi estabelecida no lugar de uma antiga aldeia guaianá <ref>LIMA, Leandro Santos de. ''Bandeirismo Paulista: O avanço na colonização e exploração do interior do Brasil (Taubaté, 1645 a 1720). Dissertação (Mestrado) - USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, História Social, 2011. p. 64 </ref>.  Depois de provisão  de 5 de dezembro de 1645 do Capitão-Mor Governador, Ouvidor e Alcaide-Mor da [[Capitania de Itanhaém]] [[Antônio Barbosa de Aguiar]], passou-se de povoação para Vila de Taubaté e os juízes ordinários e oficiais da Câmara começaram a servir nesta vila no dia 1° de janeiro de 1646 <ref>LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132</ref>.  
 
Em provisão do dia 20 de janeiro de 1636, o Capitão-Mor Governador da  [[Capitania de Itanhaém]] [[Francisco da Rocha]] concedeu a [[Jaques Félix]] o direito de explorar o sertão de Taubaté para aumentar as terras da Condessa donatária D. [[Mariana de Sousa da Guerra]].  <ref>LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132</ref>. O povoado, que depois se tornaria a vila de Taubaté, foi estabelecida no lugar de uma antiga aldeia guaianá <ref>LIMA, Leandro Santos de. ''Bandeirismo Paulista: O avanço na colonização e exploração do interior do Brasil (Taubaté, 1645 a 1720). Dissertação (Mestrado) - USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, História Social, 2011. p. 64 </ref>.  Depois de provisão  de 5 de dezembro de 1645 do Capitão-Mor Governador, Ouvidor e Alcaide-Mor da [[Capitania de Itanhaém]] [[Antônio Barbosa de Aguiar]], passou-se de povoação para Vila de Taubaté e os juízes ordinários e oficiais da Câmara começaram a servir nesta vila no dia 1° de janeiro de 1646 <ref>LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132</ref>.  
  
====Papel da vila de Taubaté na descoberta das Gerais====
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Beatriz Bueno, em seu texto ''Dilatação dos Confins'', mostra que a [[Vila de Taubaté]] possuiu participação direta e importante no processo de desbravamento do sertão das Gerais. Os moradores da vila de Taubaté foram os responsáveis pelas primeiras descobertas das minas de Cataguases <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 266</ref>. Em Taubaté  foi estabelecido a [[Casa dos Quintos]] em 1695 e a [Casa de Fundição]] em 1697, o objetivo era combater a sonegação, legalizar o metal e cobrar o quinto que deveria ser enviado a Coroa <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 267</ref>. Bueno afirma que, durante o final do século XVII, Taubaté teve como função ser o ponto oficial de manipulação e encaminhamento do metal ao reino, tudo que era dirigido as Minas passava pela vila de Taubaté - gêneros alimentícios, roupas, animais, escravos. Para Beatriz Bueno, Taubaté foi o verdadeiro abastecedor das minas e a rota do [[vale da Paraíba]] a mais importante em fins do século XVII e nas três primeiras décadas do século XVIII. Com o passar do tempo percebeu-se que a sonegação de ouro continuava e  que era ineficiente o procedimento utilizado na [[Casa de Fundição]] de Taubaté, deste modo resolveu-se transferir a Casa dos Quintos e de Fundição para o litoral <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 268</ref>.   
 
Beatriz Bueno, em seu texto ''Dilatação dos Confins'', mostra que a [[Vila de Taubaté]] possuiu participação direta e importante no processo de desbravamento do sertão das Gerais. Os moradores da vila de Taubaté foram os responsáveis pelas primeiras descobertas das minas de Cataguases <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 266</ref>. Em Taubaté  foi estabelecido a [[Casa dos Quintos]] em 1695 e a [Casa de Fundição]] em 1697, o objetivo era combater a sonegação, legalizar o metal e cobrar o quinto que deveria ser enviado a Coroa <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 267</ref>. Bueno afirma que, durante o final do século XVII, Taubaté teve como função ser o ponto oficial de manipulação e encaminhamento do metal ao reino, tudo que era dirigido as Minas passava pela vila de Taubaté - gêneros alimentícios, roupas, animais, escravos. Para Beatriz Bueno, Taubaté foi o verdadeiro abastecedor das minas e a rota do [[vale da Paraíba]] a mais importante em fins do século XVII e nas três primeiras décadas do século XVIII. Com o passar do tempo percebeu-se que a sonegação de ouro continuava e  que era ineficiente o procedimento utilizado na [[Casa de Fundição]] de Taubaté, deste modo resolveu-se transferir a Casa dos Quintos e de Fundição para o litoral <ref>BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 268</ref>.   

Edição de 14h07min de 20 de janeiro de 2015

por Lana Sato


A Vila de Taubaté também conhecida como vila de São Francisco das Chagas de Taubaté foi fundada em 1645 por Jaques Félix, procurador bastante da Condessa de Vimieiro Mariana de Sousa Guerra. Foi a primeira vila criada na região do vale do Paraíba.

Histórico

Leandro Santos de Lima, em sua dissertação Bandeirismo Paulista: O avanço na colonização e exploração do interior do Brasil (Taubaté, 1645 a 1720), chama a atenção para o fato de que após a Condessa de Vimieiro perder parte de suas posses passou a dar maior importância aos territórios que prometiam certa prosperidade, havendo assim uma intensificação na ocupação do vale do Paraíba após o ordenamento oficial da [[Condessa de Vimieiro|condessa] para fazer o povoamento oficial das terras desta região com a distribuição, registro e posse de sesmarias. Lima ressalta que, apesar do vale do Paraíba estar em uma situação geograficamente privilegiada, nesta época ainda não possuía edificações significantes e nem a posse oficial das terras feita por meio da fundação de vilas, sendo que esse território só começou a ser pensado como setor de povoamento a partir da década de 1620 [1] .

Em provisão do dia 20 de janeiro de 1636, o Capitão-Mor Governador da Capitania de Itanhaém Francisco da Rocha concedeu a Jaques Félix o direito de explorar o sertão de Taubaté para aumentar as terras da Condessa donatária D. Mariana de Sousa da Guerra. [2]. O povoado, que depois se tornaria a vila de Taubaté, foi estabelecida no lugar de uma antiga aldeia guaianá [3]. Depois de provisão de 5 de dezembro de 1645 do Capitão-Mor Governador, Ouvidor e Alcaide-Mor da Capitania de Itanhaém Antônio Barbosa de Aguiar, passou-se de povoação para Vila de Taubaté e os juízes ordinários e oficiais da Câmara começaram a servir nesta vila no dia 1° de janeiro de 1646 [4].

Papel da vila de Taubaté na descoberta das Gerais

Beatriz Bueno, em seu texto Dilatação dos Confins, mostra que a Vila de Taubaté possuiu participação direta e importante no processo de desbravamento do sertão das Gerais. Os moradores da vila de Taubaté foram os responsáveis pelas primeiras descobertas das minas de Cataguases [5]. Em Taubaté foi estabelecido a Casa dos Quintos em 1695 e a [Casa de Fundição]] em 1697, o objetivo era combater a sonegação, legalizar o metal e cobrar o quinto que deveria ser enviado a Coroa [6]. Bueno afirma que, durante o final do século XVII, Taubaté teve como função ser o ponto oficial de manipulação e encaminhamento do metal ao reino, tudo que era dirigido as Minas passava pela vila de Taubaté - gêneros alimentícios, roupas, animais, escravos. Para Beatriz Bueno, Taubaté foi o verdadeiro abastecedor das minas e a rota do vale da Paraíba a mais importante em fins do século XVII e nas três primeiras décadas do século XVIII. Com o passar do tempo percebeu-se que a sonegação de ouro continuava e que era ineficiente o procedimento utilizado na Casa de Fundição de Taubaté, deste modo resolveu-se transferir a Casa dos Quintos e de Fundição para o litoral [7].


Referências

  1. LIMA, Leandro Santos de. Bandeirismo Paulista: O avanço na colonização e exploração do interior do Brasil (Taubaté, 1645 a 1720). Dissertação (Mestrado) - USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, História Social, 2011. p. 63
  2. LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132
  3. LIMA, Leandro Santos de. Bandeirismo Paulista: O avanço na colonização e exploração do interior do Brasil (Taubaté, 1645 a 1720). Dissertação (Mestrado) - USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, História Social, 2011. p. 64
  4. LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.132
  5. BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 266
  6. BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 267
  7. BUENO, B. P. S. Dilatação dos confins: caminhos, vilas e cidades na formação da Capitania de São Paulo. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.17. n.2. p. 251-294. jul.- dez. 2009. p. 268



Citação deste verbete
Autor do verbete: Lana Sato
Como citar: SATO, Lana. "Taubaté". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Taubat%C3%A9. Data de acesso: 28 de março de 2024.



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