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Tebirĩ (rio)

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* Rio Tibiri, no alto curso;
  
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'''Nomes históricos:''' Tebiri, Tebirim, Teberi, Tibiri, Tibery, Tibiry, Tambroim.
  
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Rio Paroeira, no baixo curso.
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►Mapa PB [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #49 CAPITANIA DE PARAYBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'Rº Parayba' - 'R. Pharayba.'.
  
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►Mapa PB [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI PARAIBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'R. Paraiba'.
  
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'''Nomes históricos:''' Tebiri, Tebirim, Teberi, Tibiri, Tibery, Tibiry, Tambroim.
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====Citações====
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"Na ponta para o lado do ocidente sai também um canal que passa por traz da terra alagada, onde se apanham ostras; confunde-se um pouco baixo com a Paraíba e, segundo alguns dizem, é o mesmo rio Tambroin (Tambahy?), de que anteriormente falamos.".
  
►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'Rº Parayba' - 'R. Pharayba.'.
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►Mapa PB ([[Orazi]], 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'R. Paraiba'.
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"Dali para cima, obra de um tiro de colubrina, fica sobre a margem meridional do Paraíba a boca ou foz do rio Tibiri (Tebiry), a cuja margem, uma légua para cima pouco mais ou menos, se acham dous engenhos, que se chamam os engenhos do Tibiri. Esta palavra deriva de tibero, que quer dizer pecado sodomítico. Na vizinhança destas águas, os Pitiguares, achando se outrora em guerra com os Tapuias (uma outra raça de índios que habita mais internado no sertão), apreenderam um moço tapuia, e abusaram dele nesses sítios, pelo que chamaram o lugar Tiberoy, isto é, água do pecado sodomítico.".
  
►(Herckmans, 1639) RIAHGP:
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[[(Sampaio, 1904)]], pg. 33:  
  
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"TIBERI (TIBERY)— Herckman traduziu mal, dizendo que significa —rio do pecado sodomítico, como se o nome tupi derivasse de ''Tebiró-y'', porque de fato Tebiró se traduz— o que tem o traseiro roto, o indivíduo infame que se presta a servir de mulher. Na verdade, porém, Tibery ou Tibiry, como o escreveu Frei Vicente do Salvador na sua História do Brasil (1626), procede de ''Tibí-r-y'' que significa: o rio da sepultura, ou então de ''Tibí-r-y'' que se traduz: rio do sepultado, rio do enterrado ou do finado.".
  
"Na ponta para o lado do ocidente sai também um canal que passa por traz da terra alagada, onde se apanham ostras; confunde-se um pouco baixo com a Paraíba e, segundo alguns dizem, é o mesmo rio Tambroin (Tambahy?), de que anteriormente falamos.".
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►[[(Coriolano de Medeiros, 1950)]], pg. 262:
  
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"Tiberi (Voc. ind., segundo Elias Herckman significa água do pecado. Teod. Sampaio decompôs: ''tibe-r-i'': rio das sepulturas) — Riacho perene e abundante que banha a cidade de Santa Rita e despeja à margem direita do Paraíba, após uns três quilômetros de curso. Em suas margens levantou Martim Leitão, em janeiro de 1587, o forte de São Sebastião, e um engenho de açúcar para el-rei, o primeiro que funcionou na Capitania da Paraíba. Ao pé do forte, situou uma aldeia de tabajaras, talvez a origem da cidade mencionada. Hoje, à margem direita do aludido riacho, está a povoação Tiberi, arrabalde de Santa Rita, a qual avultou sob o influxo da fábrica de Tecidos que ali se instalou a 27 de maio de 1891 e conta 512 teares, 12 364 fusos.
  
"Dali para cima, obra de um tiro de colubrina, fica sobre a margem meridional do Paraíba a boca ou foz do rio Tibiri (Tebiry), a cuja margem, uma légua para cima pouco mais ou menos, se acham dous engenhos, que se chamam os engenhos do Tibiri. Esta palavra deriva de tibero, que quer dizer pecado sodomítico. Na vizinhança destas águas, os Pitiguares, achando se outrora em guerra com os [[Tapuias]] (uma outra raça de índios que habita mais internado no sertão), apreenderam um moço tapuia, e abusaram dele nesses sítios, pelo que chamaram o lugar Tiberoy, isto é, água do pecado sodomítico.".
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Tiberi é um local rico de tradições. Por ali se feriram rijos embates entre portugueses e selvagens, nos tempos da conquista. ...".
  
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... e dois afluentes pequenos, entre eles o Teberi (Tibiri), com o engenho Santa Catarina, de Jorge Homem Pinto onde, em 1587, Martim Leitão construíra a primeira almanjarra de moer cana, velocidade inicial da indústria açucareira paraibana.".
 
... e dois afluentes pequenos, entre eles o Teberi (Tibiri), com o engenho Santa Catarina, de Jorge Homem Pinto onde, em 1587, Martim Leitão construíra a primeira almanjarra de moer cana, velocidade inicial da indústria açucareira paraibana.".
  
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"TIBERI (TIBERY)— Herckman traduziu mal, dizendo que significa —rio do pecado sodomítico, como se o nome tupi derivasse de Tebiró-y, porque de fato Tebiró se traduz— o que tem o traseiro roto, o indivíduo infame que se presta a servir de mulher. Na verdade, porém, Tibery ou Tibiry, como o escreveu Frei Vicente do Salvador na sua História do Brasil (1626), procede de Tibí-r-y que significa: o rio da sepultura, ou então de Tibí-r-y que se traduz: rio do sepultado, rio do enterrado ou do finado.".
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"Tiberi (Voc. ind., segundo Elias Herckman significa água do pecado. Teod. Sampaio decompôs: tibe-r-i: rio das sepulturas) — Riacho perene e abundante que banha a cidade de Santa Rita e despeja à margem direita do Paraíba, após uns três quilômetros de curso. Em suas margens levantou Martim Leitão, em janeiro de 1587, o forte de São Sebastião, e um engenho de açúcar para el-rei, o primeiro que funcionou na Capitania da Paraíba. Ao pé do forte, situou uma aldeia de tabajaras, talvez a origem da cidade mencionada. Hoje, à margem direita do aludido riacho, está a povoação Tiberi, arrabalde de Santa Rita, a qual avultou sob o influxo da fábrica de Tecidos que ali se instalou a 27 de maio de 1891 e conta 512 teares, 12 364 fusos.
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Tiberi é um local rico de tradições. Por ali se feriram rijos embates entre portugueses e selvagens, nos tempos da conquista. ...".
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===Citação deste verbete===
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Autor do verbete: [[Levy Pereira]]
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Como citar: PEREIRA, Levy. "{{PAGENAME}}". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: {{fullurl:{{PAGENAME}}}}. Data de acesso: {{CURRENTDAY}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}.
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[[Category: Coleção Levy Pereira]]

Edição atual tal como 15h02min de 15 de janeiro de 2015

Coleção Levy Pereira


[editar] Tebirĩ

Rio afluente m.d. do 'Paraiba' (Rio Paraíba).


Natureza: rio.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Nomes atuais:

  • Rio Tibiri, no alto curso;
  • Rio Preto, no médio curso;
  • Rio Paroeira, no baixo curso.


Nomes históricos: Tebiri, Tebirim, Teberi, Tibiri, Tibery, Tibiry, Tambroim.

[editar] Citações:

►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'Rº Parayba' - 'R. Pharayba.'.

►Mapa PB (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotado como 'R. Tiberÿ', afluente m.d. do 'R. Paraiba'.

(Herckmans, 1639) RIAHGP:

@ pg. 249:

"Na ponta para o lado do ocidente sai também um canal que passa por traz da terra alagada, onde se apanham ostras; confunde-se um pouco baixo com a Paraíba e, segundo alguns dizem, é o mesmo rio Tambroin (Tambahy?), de que anteriormente falamos.".

@ pg. 251:

"Dali para cima, obra de um tiro de colubrina, fica sobre a margem meridional do Paraíba a boca ou foz do rio Tibiri (Tebiry), a cuja margem, uma légua para cima pouco mais ou menos, se acham dous engenhos, que se chamam os engenhos do Tibiri. Esta palavra deriva de tibero, que quer dizer pecado sodomítico. Na vizinhança destas águas, os Pitiguares, achando se outrora em guerra com os Tapuias (uma outra raça de índios que habita mais internado no sertão), apreenderam um moço tapuia, e abusaram dele nesses sítios, pelo que chamaram o lugar Tiberoy, isto é, água do pecado sodomítico.".

(Sampaio, 1904), pg. 33:

"TIBERI (TIBERY)— Herckman traduziu mal, dizendo que significa —rio do pecado sodomítico, como se o nome tupi derivasse de Tebiró-y, porque de fato Tebiró se traduz— o que tem o traseiro roto, o indivíduo infame que se presta a servir de mulher. Na verdade, porém, Tibery ou Tibiry, como o escreveu Frei Vicente do Salvador na sua História do Brasil (1626), procede de Tibí-r-y que significa: o rio da sepultura, ou então de Tibí-r-y que se traduz: rio do sepultado, rio do enterrado ou do finado.".

(Coriolano de Medeiros, 1950), pg. 262:

"Tiberi (Voc. ind., segundo Elias Herckman significa água do pecado. Teod. Sampaio decompôs: tibe-r-i: rio das sepulturas) — Riacho perene e abundante que banha a cidade de Santa Rita e despeja à margem direita do Paraíba, após uns três quilômetros de curso. Em suas margens levantou Martim Leitão, em janeiro de 1587, o forte de São Sebastião, e um engenho de açúcar para el-rei, o primeiro que funcionou na Capitania da Paraíba. Ao pé do forte, situou uma aldeia de tabajaras, talvez a origem da cidade mencionada. Hoje, à margem direita do aludido riacho, está a povoação Tiberi, arrabalde de Santa Rita, a qual avultou sob o influxo da fábrica de Tecidos que ali se instalou a 27 de maio de 1891 e conta 512 teares, 12 364 fusos.

Tiberi é um local rico de tradições. Por ali se feriram rijos embates entre portugueses e selvagens, nos tempos da conquista. ...".

(Câmara Cascudo, 1956), pg. 219:

"Os quinhentos quilômetros do Paraíba ...

... e dois afluentes pequenos, entre eles o Teberi (Tibiri), com o engenho Santa Catarina, de Jorge Homem Pinto onde, em 1587, Martim Leitão construíra a primeira almanjarra de moer cana, velocidade inicial da indústria açucareira paraibana.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Tebirĩ (rio)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Tebir%C4%A9_(rio). Data de acesso: 29 de março de 2024.


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