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Trepiche (Engenho de roda d'água)

De Atlas Digital da América Lusa

Trepiche (Engenho de roda d'água)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Trepiche

Engenho de roda d'água com igreja, na m.e. do 'Ipoíucâ' (Rio Ipojuca).


Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nome histórico: Engenho Bom Jesus, Engenho Trapiche (Trepiche; Tripicho).


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de Pojuca.


Nome atual: Engenho Trapiche - vide mapa IBGE Geocódigo 2607208 IPOJUCA - PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: Tripicho', na m.e. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca).


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'Trepiche', na m.e. do 'Penderama' (Riacho Congari).


(Schott, 1636), pg. 61-62:

"18 - Engenho Bom Jesus, pertencente a Dona Isabela de Moura, está situado perto do supra citado engenho (*) e a um quarto de milha distante de São Miguel de Ipojuca. Tem uma moenda de água e uma de bois; a casa de purgar e a casa da proprietária estão totalmente desmoronadas,

mas a casa na qual estão as moendas ainda é nova. Este engenho tem duas milhas de terra, com muitos vales e lindos canaviais, como também madeira e pastos para os animais. Pode anualmente fazer 9.000 a 10.000 arrobas de açúcar e paga de recognição 30 arrobas de açúcar branco encaixado. Na casa de purgar foram encontradas 172 fôrmas, das quais algumas quebradas, as quais renderam 155 arrobas de açúcar branco e 155 arrobas de açúcar mascavado, que foram encaixados em 14 caixas. Numa barraca cerca de uma milha e meia distante foram ainda encontradas 9 caixas de um particular que tinha fugido. ... ".

(*) Engenho São Paulo ou 'đ Guerra'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.84:

"8. Engenho Bom Jesus, chamado Trapiche; confiscado e vendido a Duarte Saraiva. É d'água e moente. ".


(Dussen, 1640), pg. 142:

"8) Engenho Bom Jesus ou Trapiche, pertencente a Duarte Saraiva, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica). ".


(Bullestrat, 1642), pg. 154:

"Dia 19 do mesmo. Antes do meio dia parti de Ipojuca em direção a Serinhaém, detendo-me em caminho na casa de Francisco Dias Delgado ... (25). ".


(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 192-193:

"(25) Francisco Dias Delgado, natural do Porto, que se declara de 48 para 49 anos em 18 de maio de 1648, era senhor do Engenho Trapiche, em Ipojuca, o qual por ausência do proprietário fora confiscado e vendido pela Companhia a Duarte Saraiva: Relatório de Van der Dussen (1639) no vol. I desta série. Foi grande benfeitor da construção do Convento de Santo Antônio de Ipojuca e fundador aí da Capela do Bom Jesus (hoje chamada do Santo Cristo) em 1663: Frei Venâncio Willeke, art. cit. em nota (15) supra pp. 269/270 e 284/285. Foi Capitão na Insurreição Pernambucana: Antônio Joaquim de Mello, Biografias de Alguns Poetas e Homens Ilustres da Província de Pernambuco 3 vols. (Recife 1856-59) I pp. 140/142. Quanto à idade: Torre do Tombo (Lisboa), Inquisição de Lisboa, proc. 306 de Mateus da Costa.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 239-240, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia de Ipojuca

...

- E o engenho do Trapiche, trinta arrobas de açúcar encaixadas, postas no passo.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 118-119, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Ipojuca:

«8) BOM JESUS. Markgraf e Golijath o denominam Trapiche. Sito à margem esquerda do Ipojuca. Engenho d'água e de bois. Pagava de pensão trinta arrobas de açúcar encaixado. Em 1623, pertencia a Antônio Ribeiro de Lacerda, produzindo 11074 arrobas. Antônio Ribeiro morreu no sítio do Recife (1631) e o Bom Jesus passou a d. Isabel de Moura, sua viúva, que se retirou em 1635, abandonando "muitos bens e um engenho". Em 1636, "a casa de purgar e a casa da proprietária estão totalmente desmoronadas, mas a casa na qual estão as moendas ainda é nova [...] tem duas milhas de terra, com muitos vales e lindos canaviais, como também madeira e pastos para os animais. Pode anualmente fazer 9 mil a 10 mil arrobas de açúcar". Em 1637, foi confiscado e vendido a Duarte Saraiva por 60 mil florins em sete prestações anuais de 8571 florins. Moía em 1637 e 1639. Seu proprietário em 1648, após a insurreição pernambucana, era Francisco Dias Delgado, a quem Duarte Saraiva revendera o engenho ao menos desde 1642. Em 1645, Francisco Dias Delgado foi preso pelas autoridades holandesas, aderindo depois à insurreição. Moía em 1655. Em 1656, capitão de uma companhia do terço do mestre de campo d. João de Souza, ele contratava com os monges beneditinos a obrigação de dizerem duas missas semanais pela sua alma e da sua falecida mulher, Paula Moreira. Após a restauração pernambucana, d. Isabel de Moura (que no Recôncavo baiano adquirira o engenho São Paulo), sua filha Maria e seu genro Felipe Cavalcanti de Albuquerque regressaram a Pernambuco, entrando em litígio com Francisco Dias Delgado. A disputa foi solucionada mediante a reintegração dos herdeiros de Antônio Ribeiro de Lacerda na posse do engenho, ficando Francisco Dias Delgado com o engenho da Tapera. Em 1663, ele era devedor de 23962 florins à WIC.(80)».

@ pg. 184, Notas:

«(80) DP, pp. 353, 474; FHBH, I, pp. 28, 86, 150, 240; II, pp. 154, 192-3; RCCB, pp. 33, 150; DN, 17.VI.1637, 2.VIII.1645; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 54; VL, II, p. 107; HGP, p. 214; "Livro do tombo", pp. 83 ss., 117 ss.; NP, I, pp. 71, 209, 236; II, pp. 133, 161, 395; Gonsalves de Mello, Gente da nação, pp. 416-9.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Trepiche (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Trepiche_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 23 de abril de 2024.


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