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− | ►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: Tubatinga'. | + | ►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: Tubatinga'. |
− | ►(Schott, 1636), pg. 61: | + | ►[[(Schott, 1636)]], pg. 61: |
"15 - Engenho de Tabatinga, de Santa Luzia, pertencente a Cosmo Dias da Fonseca, que fugiu, situado calculadamente duas milhas distante do Cabo. Mói com água e tem um belo açude. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de alvenaria, mas muito velhas e começam a decair. Tem também cerca de uma milha e meia de terra com uma boa várzea, bem plantada com canavial, que anualmente pode produzir cerca de 5.000 a 6.000 arrobas de açúcar; as caldeiras e os tachos foram todos retirados.". | "15 - Engenho de Tabatinga, de Santa Luzia, pertencente a Cosmo Dias da Fonseca, que fugiu, situado calculadamente duas milhas distante do Cabo. Mói com água e tem um belo açude. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de alvenaria, mas muito velhas e começam a decair. Tem também cerca de uma milha e meia de terra com uma boa várzea, bem plantada com canavial, que anualmente pode produzir cerca de 5.000 a 6.000 arrobas de açúcar; as caldeiras e os tachos foram todos retirados.". | ||
− | ►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.84: | + | ►[[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]], pg.84: |
"12. Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador de Araújo. É d'água e moente.". | "12. Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador de Araújo. É d'água e moente.". | ||
− | ►(Dussen, 1640), pg. 143: | + | ►[[(Dussen, 1640)]], pg. 143: |
"12) Engenho Santa Luzia ou Tabatinga, pertencente a Amador de Araújo, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).". | "12) Engenho Santa Luzia ou Tabatinga, pertencente a Amador de Araújo, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).". | ||
− | ►(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 239-240, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco: | + | ►[[(Relação dos Engenhos, 1655)]], pg. 239-240, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco: |
"Engenhos da freguesia de Ipojuca | "Engenhos da freguesia de Ipojuca | ||
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- E o engenho da Tabatinga, a três por cento.". | - E o engenho da Tabatinga, a três por cento.". | ||
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"17 de Junho. — Amador de Araújo, senhor do engenho Tabatinga, sito entre Santo Antonio do Cabo e Ipojuca, levantou-se contra o nosso Estado, aprisionou os neerlandeses da freguesia de Ipojuca, pô-los a ferros e meteu-os no convento de S. Francisco. Os portuguezes mataram logo a tres judeus. | "17 de Junho. — Amador de Araújo, senhor do engenho Tabatinga, sito entre Santo Antonio do Cabo e Ipojuca, levantou-se contra o nosso Estado, aprisionou os neerlandeses da freguesia de Ipojuca, pô-los a ferros e meteu-os no convento de S. Francisco. Os portuguezes mataram logo a tres judeus. | ||
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Idem.— Para lá seguiu do Recife o Sr. Hendrick van Hous (3), tenente-coronel e chefe da milícia no Brasil, levando consigo alguns quatrocentos homens, a saber: duzentos brancos e duzentos indígenas; e em Santo Antônio do Cabo recebeu o reforço de oitenta soldados e vinte e dois paisanos montados. À seguinte manhã, 23 do corrente mês, abalou com esta força para Tabatinga, e, chegando ao posto avançado dos rebeldes, logo romperam estes fogo e se puseram em retirada. Os nossos os seguiram, e foram encontrar na igreja de Santa Luzia bom esbulho de vestidos de mulher. Aqui os indígenas mataram um ermitão e um sapateiro.". | Idem.— Para lá seguiu do Recife o Sr. Hendrick van Hous (3), tenente-coronel e chefe da milícia no Brasil, levando consigo alguns quatrocentos homens, a saber: duzentos brancos e duzentos indígenas; e em Santo Antônio do Cabo recebeu o reforço de oitenta soldados e vinte e dois paisanos montados. À seguinte manhã, 23 do corrente mês, abalou com esta força para Tabatinga, e, chegando ao posto avançado dos rebeldes, logo romperam estes fogo e se puseram em retirada. Os nossos os seguiram, e foram encontrar na igreja de Santa Luzia bom esbulho de vestidos de mulher. Aqui os indígenas mataram um ermitão e um sapateiro.". | ||
− | ►Pereira, José Hygino Duarte, in (Broeck, 1651), pg. 8, Notas: | + | ►Pereira, José Hygino Duarte, in [[(Broeck, 1651)]], pg. 8, Notas: |
"(3) O autor escreve indiferentemente Hous ou Haus.". | "(3) O autor escreve indiferentemente Hous ou Haus.". | ||
− | ►(Nieuhof, 1682): | + | ►[[(Nieuhof, 1682)]]: |
@ pg. 154, informa que o senhor desse engenho, Amador de Araujo, foi o chefe rebelde que iniciou a ofensiva contra os neerlandeses em 1645: | @ pg. 154, informa que o senhor desse engenho, Amador de Araujo, foi o chefe rebelde que iniciou a ofensiva contra os neerlandeses em 1645: | ||
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"(226) Tabatinga Amador d'Arrauio (p. 77, 1.ª col., 1.º §). Trata-se de um engano de Nieuhof, pois Amador de Araújo era capitão-mor e Tabatinga um riacho afluente do Ipojuca, ou o engenho em Ipojuca que, em 1637, foi comprado por Amador de Araújo, por 40.000 florins, vencendo a última prestação a 11 de janeiro de 1639. O mesmo engenho pertencera a Cosme Dias da Fonseca e fora confiscado pelo governo holandês. (Cf. Relação dos Engenhos confiscados e que foram vendidos em 1637, in Rev. do Inst. Geog. e Arqueol. Pernambucano, p. 197, 1887-90, vol. 6). Amador de Araújo era, também, proprietário, em Ipojuca, do engenho Santa Luzia, igualmente confiscado pelo governo holandês e mais tarde adquirido por ele. (XV, p. 146). Rio Branco (LXXV, p. 366) afirma que o capitão Jacob Flemming não estava em Ipojuca quando se verificou o primeiro encontro de armas. Rodolfo Garcia (LXXII, p. 14, nota 19) aceitou a correção de Rio Branco a Varnhagen. Nieuhof, porém, confirma este último. Em Barlaeus (VIII, mapa de Pernambuco, Pars Borealis, entre pp. 24-25), Tabatinga (em Ipojuca).". | "(226) Tabatinga Amador d'Arrauio (p. 77, 1.ª col., 1.º §). Trata-se de um engano de Nieuhof, pois Amador de Araújo era capitão-mor e Tabatinga um riacho afluente do Ipojuca, ou o engenho em Ipojuca que, em 1637, foi comprado por Amador de Araújo, por 40.000 florins, vencendo a última prestação a 11 de janeiro de 1639. O mesmo engenho pertencera a Cosme Dias da Fonseca e fora confiscado pelo governo holandês. (Cf. Relação dos Engenhos confiscados e que foram vendidos em 1637, in Rev. do Inst. Geog. e Arqueol. Pernambucano, p. 197, 1887-90, vol. 6). Amador de Araújo era, também, proprietário, em Ipojuca, do engenho Santa Luzia, igualmente confiscado pelo governo holandês e mais tarde adquirido por ele. (XV, p. 146). Rio Branco (LXXV, p. 366) afirma que o capitão Jacob Flemming não estava em Ipojuca quando se verificou o primeiro encontro de armas. Rodolfo Garcia (LXXII, p. 14, nota 19) aceitou a correção de Rio Branco a Varnhagen. Nieuhof, porém, confirma este último. Em Barlaeus (VIII, mapa de Pernambuco, Pars Borealis, entre pp. 24-25), Tabatinga (em Ipojuca).". | ||
− | ►(Pereira da Costa, 1951), Volume 7, pg. 326: | + | ►[[(Pereira da Costa, 1951)]], Volume 7, pg. 326: |
"Além das mencionadas concessões de terras, encontramos a notícia de uma outra anteriormente feita pelo primeiro donatário Duarte Coelho (1535-1554) a Tristão de Mendonça, constante de duas léguas do Cabo de Santo Agostinho para o sul e três para o poente, — a fim de cultivar cana e algodão e ter marinhas de salinas, — em cujas terras, entre outros engenhos, foram levantados os do Meio, Massangana e Tabatinga.". | "Além das mencionadas concessões de terras, encontramos a notícia de uma outra anteriormente feita pelo primeiro donatário Duarte Coelho (1535-1554) a Tristão de Mendonça, constante de duas léguas do Cabo de Santo Agostinho para o sul e três para o poente, — a fim de cultivar cana e algodão e ter marinhas de salinas, — em cujas terras, entre outros engenhos, foram levantados os do Meio, Massangana e Tabatinga.". |
Engenho de roda d'água com igreja, na m.d. do 'Tobatinga' (Rio Tabatinga).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Nomes históricos: Engenho Tobatinga (Tabatinga); Engenho Santa Luzia.
Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de Pojuca.
Nome atual: possivelmente Engenho do Meio.
►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: Tubatinga'.
►(Schott, 1636), pg. 61:
"15 - Engenho de Tabatinga, de Santa Luzia, pertencente a Cosmo Dias da Fonseca, que fugiu, situado calculadamente duas milhas distante do Cabo. Mói com água e tem um belo açude. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de alvenaria, mas muito velhas e começam a decair. Tem também cerca de uma milha e meia de terra com uma boa várzea, bem plantada com canavial, que anualmente pode produzir cerca de 5.000 a 6.000 arrobas de açúcar; as caldeiras e os tachos foram todos retirados.".
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.84:
"12. Engenho Santa Luzia, confiscado e vendido a Amador de Araújo. É d'água e moente.".
►(Dussen, 1640), pg. 143:
"12) Engenho Santa Luzia ou Tabatinga, pertencente a Amador de Araújo, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).".
►(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 239-240, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:
"Engenhos da freguesia de Ipojuca
...
- E o engenho da Tabatinga, a três por cento.".
►(Broeck, 1651), pg. 8-9, relatando eventos do ano de 1645:
"17 de Junho. — Amador de Araújo, senhor do engenho Tabatinga, sito entre Santo Antonio do Cabo e Ipojuca, levantou-se contra o nosso Estado, aprisionou os neerlandeses da freguesia de Ipojuca, pô-los a ferros e meteu-os no convento de S. Francisco. Os portuguezes mataram logo a tres judeus.
18.— Reuniu Amador todos os seus, que seriam em número de quatrocentos homens, no engenho Tabatinga. Aí começaram a fazer seus armazéns e a se prover de armas.
21.— De Santo Antonio do Cabo foi expedido o tenente Jacob Flemmingh, com trinta soldados e doze de cavalo, para saber de Amador de Araújo o que queriam os revoltosos, porque tomaram armas, em nome de quem, e contra quem? Foi-lhe respondido que de si mesmos se puseram em armas contra os flamengos, sob cuja tirania não mais queriam viver.
Idem.— Para lá seguiu do Recife o Sr. Hendrick van Hous (3), tenente-coronel e chefe da milícia no Brasil, levando consigo alguns quatrocentos homens, a saber: duzentos brancos e duzentos indígenas; e em Santo Antônio do Cabo recebeu o reforço de oitenta soldados e vinte e dois paisanos montados. À seguinte manhã, 23 do corrente mês, abalou com esta força para Tabatinga, e, chegando ao posto avançado dos rebeldes, logo romperam estes fogo e se puseram em retirada. Os nossos os seguiram, e foram encontrar na igreja de Santa Luzia bom esbulho de vestidos de mulher. Aqui os indígenas mataram um ermitão e um sapateiro.".
►Pereira, José Hygino Duarte, in (Broeck, 1651), pg. 8, Notas:
"(3) O autor escreve indiferentemente Hous ou Haus.".
@ pg. 154, informa que o senhor desse engenho, Amador de Araujo, foi o chefe rebelde que iniciou a ofensiva contra os neerlandeses em 1645:
"A rebelião começou no distrito de Ipojuca e sendo de apenas 30 homens a força que lá se achava, sob o comando do Tenente Jacob Flemming, este recebeu ordens de retirar-se para Santo Antônio e lá organizar a defesa juntamente com as forças locais. As hostilidades propriamente ditas começaram com o aprisionamento, pelos rebeldes, de Ipojuca, de dois barcos e seus passageiros que foram executados à exceção de um marinheiro, que teve a boa sorte de conseguir fugir.
Isto feito, os moradores, tanto da vila como do campo, procuraram seu chefe Tabatinga Amador de Araújo (226) e cortaram as nossas comunicações por terra com o Cabo Santo Agostinho pelo lado do sul, de maneira que o forte localizado no Cabo só com grande dificuldade podia ser abastecido de água do rio.".
@ pg. 154, Nota de José Honório Rodrigues:
"(226) Tabatinga Amador d'Arrauio (p. 77, 1.ª col., 1.º §). Trata-se de um engano de Nieuhof, pois Amador de Araújo era capitão-mor e Tabatinga um riacho afluente do Ipojuca, ou o engenho em Ipojuca que, em 1637, foi comprado por Amador de Araújo, por 40.000 florins, vencendo a última prestação a 11 de janeiro de 1639. O mesmo engenho pertencera a Cosme Dias da Fonseca e fora confiscado pelo governo holandês. (Cf. Relação dos Engenhos confiscados e que foram vendidos em 1637, in Rev. do Inst. Geog. e Arqueol. Pernambucano, p. 197, 1887-90, vol. 6). Amador de Araújo era, também, proprietário, em Ipojuca, do engenho Santa Luzia, igualmente confiscado pelo governo holandês e mais tarde adquirido por ele. (XV, p. 146). Rio Branco (LXXV, p. 366) afirma que o capitão Jacob Flemming não estava em Ipojuca quando se verificou o primeiro encontro de armas. Rodolfo Garcia (LXXII, p. 14, nota 19) aceitou a correção de Rio Branco a Varnhagen. Nieuhof, porém, confirma este último. Em Barlaeus (VIII, mapa de Pernambuco, Pars Borealis, entre pp. 24-25), Tabatinga (em Ipojuca).".
►(Pereira da Costa, 1951), Volume 7, pg. 326:
"Além das mencionadas concessões de terras, encontramos a notícia de uma outra anteriormente feita pelo primeiro donatário Duarte Coelho (1535-1554) a Tristão de Mendonça, constante de duas léguas do Cabo de Santo Agostinho para o sul e três para o poente, — a fim de cultivar cana e algodão e ter marinhas de salinas, — em cujas terras, entre outros engenhos, foram levantados os do Meio, Massangana e Tabatinga.".
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Tobatinga (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Tobatinga_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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