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− | [[Vasco Coutinho]], primeiro [[donatário]] da capitania, estabeleceu alianças com [[Duarte de Lemos]] - fidalgo que antes residia na capitania da [[Bahia]]. Com um determinado sucesso em um combate aos índios, Coutinho fez uma doação ao a Duarte de Lemos da então [[Ilha de Santo Antônio]] (atual Ilha de Vitória), importantíssima já naquela época. Também estabeleceu relações de aliança com o chefe de uma sociedade indígena denominada ''Teminonós'', que se aliaram aos portugueses na defesa da Ilha de Vitória contra a invasão dos Franceses. Por mais que fossem feitas tais alianças, que iam cada vez mais definindo a capitania do Espírito Santo, Coutinho enfrentou diversos problemas para a manutenção do seu governo, enfrentando inúmeros novos ataques de povos indígenas e também pelo fato de estar sempre bastante ausente. | + | [[Vasco Coutinho]], primeiro [[donatário]] da capitania, estabeleceu alianças com [[Duarte de Lemos]] - fidalgo que antes residia na capitania da [[Bahia]]. Com um determinado sucesso em um combate aos índios, Coutinho fez uma doação ao a Duarte de Lemos da então [[Ilha de Santo Antônio]] (atual Ilha de Vitória), importantíssima já naquela época. Também estabeleceu relações de aliança com o chefe de uma sociedade indígena denominada ''Teminonós'', que se aliaram aos portugueses na defesa da Ilha de Vitória contra a invasão dos Franceses. Por mais que fossem feitas tais alianças, que iam cada vez mais definindo a capitania do Espírito Santo, Coutinho enfrentou diversos problemas para a manutenção do seu governo, enfrentando inúmeros novos ataques de povos indígenas e também pelo fato de estar sempre bastante ausente.<ref>RIBEIRO-RODRIGUES, L. C., FOLLADOR, K. J., QUINTÃO, L. C. Território e territorialidade no império das redes: o Espírito Santo nos séculos XVI e XVII. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/7569. Acesso em: 25 de mar. 2015.</ref> |
− | Uma outra família foi ganhando destaque no cenário da administração do Espírito Santo, os [[Azeredo]]. [[Belchior Azeredo]] - por mais que não fosse clara a sua relação parental com a família - após ganhar cargos dados diretamente tanto pelo governador [[Tomé de Souza]] quanto [[Mem de Sá]], acumulou grande influência e propriedades. Seus contatos se mostraram importantes na constituição do território não só da capitania do Espírito Santo, mas também do [[Rio de Janeiro]], principalmente com a sua participação na defesa contra a invasão dos Franceses. | + | Uma outra família foi ganhando destaque no cenário da administração do Espírito Santo, os [[Azeredo]]. [[Belchior Azeredo]] - por mais que não fosse clara a sua relação parental com a família - após ganhar cargos dados diretamente tanto pelo governador [[Tomé de Souza]] quanto [[Mem de Sá]], acumulou grande influência e propriedades. Seus contatos se mostraram importantes na constituição do território não só da capitania do Espírito Santo, mas também do [[Rio de Janeiro]], principalmente com a sua participação na defesa contra a invasão dos Franceses.<ref>RIBEIRO-RODRIGUES, L. C., FOLLADOR, K. J., QUINTÃO, L. C. Território e territorialidade no império das redes: o Espírito Santo nos séculos XVI e XVII. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/7569. Acesso em: 25 de mar. 2015.</ref> |
− | Em 1570, Belchior deixou o cargo de capitão-mor, concedido por Mem de Sá, e [[Coutinho Filho]] assumiu como donatário. Com a substituição, foram reafirmadas a relações com os [[jesuítas]] - que já tinham bastante afinidade por Belchior e que se mostraram bastante importantes na mudança de territorialidade no Brasil colonial. Os irmãos Marcos e Miguel deram continuidade à importância da família Azeredo, consolidada por Belchior, ocupando cargos de suma importância na administração da capitania, como proprietários de terras e liderando movimentos que certamente moldaram a territorialidade da capitania. Um dos irmãos, [[Marcos de Azeredo]], foi protagonista de expedições em busca da ''[Serra das Esmeraldas]]'' - o mito de um lugar descrito por ele onde se encontrariam inúmeras riquezas. | + | Em 1570, Belchior deixou o cargo de capitão-mor, concedido por Mem de Sá, e [[Coutinho Filho]] assumiu como donatário. Com a substituição, foram reafirmadas a relações com os [[jesuítas]] - que já tinham bastante afinidade por Belchior e que se mostraram bastante importantes na mudança de territorialidade no Brasil colonial. Os irmãos Marcos e Miguel deram continuidade à importância da família Azeredo, consolidada por Belchior, ocupando cargos de suma importância na administração da capitania, como proprietários de terras e liderando movimentos que certamente moldaram a territorialidade da capitania. Um dos irmãos, [[Marcos de Azeredo]], foi protagonista de expedições em busca da ''[Serra das Esmeraldas]]'' - o mito de um lugar descrito por ele onde se encontrariam inúmeras riquezas.<ref>RIBEIRO-RODRIGUES, L. C., FOLLADOR, K. J., QUINTÃO, L. C. Território e territorialidade no império das redes: o Espírito Santo nos séculos XVI e XVII. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/7569. Acesso em: 25 de mar. 2015.</ref> |
− | Com a morte de Vasco Coutinho Filho, em 1589, Miguel de Azeredo passou a ocupar o cargo de governador adjunto, até a chegada do novo donatário, [[Francisco de Aguiar Coutinho]], no início do século XVII. A partir de então a família de Azeredo deixou de ocupar altos cargos administrativos, ainda que continuassem desempenhando papel importante dentro da capitania e, por conseguinte, na moldura do seu território. | + | Com a morte de Vasco Coutinho Filho, em 1589, Miguel de Azeredo passou a ocupar o cargo de governador adjunto, até a chegada do novo donatário, [[Francisco de Aguiar Coutinho]], no início do século XVII. A partir de então a família de Azeredo deixou de ocupar altos cargos administrativos, ainda que continuassem desempenhando papel importante dentro da capitania e, por conseguinte, na moldura do seu território.<ref>RIBEIRO-RODRIGUES, L. C., FOLLADOR, K. J., QUINTÃO, L. C. Território e territorialidade no império das redes: o Espírito Santo nos séculos XVI e XVII. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/7569. Acesso em: 25 de mar. 2015.</ref> |
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== Lista das Vilas da Capitania do Espírito Santo == | == Lista das Vilas da Capitania do Espírito Santo == |
por João Pedro SALES FERNANDES |
Foi uma capitania do Estado do Brasil desde a divisão original das Capitanias Hereditárias.
Tabela de conteúdo |
A Capitania foi doada para Vasco Fernandes Coutinho no dia 1º de junho de 1534, demarcando para tanto 50 léguas de território. O mesmo teria vendido uma propriedade para financiar sua viagem de conquista das terras obtidas. No dia 23 de maio de 1535, a expedição chegou ao seu destino e é nesse momento que se denomina Espírito Santo ao lugar.[1]
Como descreveu o Frei Vicente do Salvador:
Livro 2 - DA HISTÓRIA DO BRASIL NO TEMPO DO SEU DESCOBRIMENTO - Capítulo 4 - Da terra e capitania do Espírito Santo, que el-rei doou a Vasco Fernandes Coutinho |
Vasco Coutinho, primeiro donatário da capitania, estabeleceu alianças com Duarte de Lemos - fidalgo que antes residia na capitania da Bahia. Com um determinado sucesso em um combate aos índios, Coutinho fez uma doação ao a Duarte de Lemos da então Ilha de Santo Antônio (atual Ilha de Vitória), importantíssima já naquela época. Também estabeleceu relações de aliança com o chefe de uma sociedade indígena denominada Teminonós, que se aliaram aos portugueses na defesa da Ilha de Vitória contra a invasão dos Franceses. Por mais que fossem feitas tais alianças, que iam cada vez mais definindo a capitania do Espírito Santo, Coutinho enfrentou diversos problemas para a manutenção do seu governo, enfrentando inúmeros novos ataques de povos indígenas e também pelo fato de estar sempre bastante ausente.[2]
Uma outra família foi ganhando destaque no cenário da administração do Espírito Santo, os Azeredo. Belchior Azeredo - por mais que não fosse clara a sua relação parental com a família - após ganhar cargos dados diretamente tanto pelo governador Tomé de Souza quanto Mem de Sá, acumulou grande influência e propriedades. Seus contatos se mostraram importantes na constituição do território não só da capitania do Espírito Santo, mas também do Rio de Janeiro, principalmente com a sua participação na defesa contra a invasão dos Franceses.[3]
Em 1570, Belchior deixou o cargo de capitão-mor, concedido por Mem de Sá, e Coutinho Filho assumiu como donatário. Com a substituição, foram reafirmadas a relações com os jesuítas - que já tinham bastante afinidade por Belchior e que se mostraram bastante importantes na mudança de territorialidade no Brasil colonial. Os irmãos Marcos e Miguel deram continuidade à importância da família Azeredo, consolidada por Belchior, ocupando cargos de suma importância na administração da capitania, como proprietários de terras e liderando movimentos que certamente moldaram a territorialidade da capitania. Um dos irmãos, Marcos de Azeredo, foi protagonista de expedições em busca da [Serra das Esmeraldas]] - o mito de um lugar descrito por ele onde se encontrariam inúmeras riquezas.[4]
Com a morte de Vasco Coutinho Filho, em 1589, Miguel de Azeredo passou a ocupar o cargo de governador adjunto, até a chegada do novo donatário, Francisco de Aguiar Coutinho, no início do século XVII. A partir de então a família de Azeredo deixou de ocupar altos cargos administrativos, ainda que continuassem desempenhando papel importante dentro da capitania e, por conseguinte, na moldura do seu território.[5]
Citação deste verbete |
Autor do verbete: João Pedro SALES FERNANDES |
Como citar: SALES FERNANDES, João Pedro. "Capitania do Espírito Santo". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Capitania_do_Esp%C3%ADrito_Santo. Data de acesso: 23 de fevereiro de 2025.
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