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►Mapa [[(Albernaz, 1616)]] TERRA DE SANTA CRVZ A QVE VULGARMENTE CHAMÃO BRASIL, MS-126_item1/P12, Fol. #5, plotado, 'O marco', entre 'Piquitinga' (barra do Rio Punaú, no povoado de Pititinga, município de Rio do Fogo-RN) e 'Guamaré' (barra do Rio Guamaré). | ►Mapa [[(Albernaz, 1616)]] TERRA DE SANTA CRVZ A QVE VULGARMENTE CHAMÃO BRASIL, MS-126_item1/P12, Fol. #5, plotado, 'O marco', entre 'Piquitinga' (barra do Rio Punaú, no povoado de Pititinga, município de Rio do Fogo-RN) e 'Guamaré' (barra do Rio Guamaré). | ||
− | ►Mapa Y-54 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay, plotado como uma linha norte-sul, com a frase 'hier is ∂e merck steenen: ∂at bÿ∂e ∂e kaptanie: van Malcan∂eren scheÿt:' (Aqui está a pedra limite que separa as duas capitanias*), entre 'obran∂iba:' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'kaÿsa:' (Caiçara do Norte-RN). | + | |
+ | ►Mapa Y-54 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] ''De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay'', plotado como uma linha norte-sul, com a frase 'hier is ∂e merck steenen: ∂at bÿ∂e ∂e kaptanie: van Malcan∂eren scheÿt:' (Aqui está a pedra limite que separa as duas capitanias*), entre 'obran∂iba:' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'kaÿsa:' (Caiçara do Norte-RN). | ||
*(*) Tradução em [[(Teensma, 2011)]], pg. 218. Câmara Cascudo (vide citação abaixo) e historiadores que o examinaram, identificaram esse marco como padrão de posse, e assim, não se trata de marco divisório de capitanias, no caso, Capitania do Rio Grande e Capitania do Ceará, conforme se depreende no mapa Y-54. As fontes bibliográficas e iconográficas neerlandesas, por equívoco, interpretam recorrentemente que o marco indicava o limite entre a Capitania do Rio Grande e Capitania do Ceará, e isso os levaram a estabelecer, próximo a este ponto geográfico, o limite dessas capitanias no Brasil Holandês. No mapa Y-54, na sua borda direita, está escrito 'Hier βegient ∂e Kapitanie van Sÿra:' (Aqui começa a capitania do Ceará), possivelmente na linha a oeste de 'kaÿsa:', na margem direita do delta do 'Rº grammamma:' (Rio Guamaré). | *(*) Tradução em [[(Teensma, 2011)]], pg. 218. Câmara Cascudo (vide citação abaixo) e historiadores que o examinaram, identificaram esse marco como padrão de posse, e assim, não se trata de marco divisório de capitanias, no caso, Capitania do Rio Grande e Capitania do Ceará, conforme se depreende no mapa Y-54. As fontes bibliográficas e iconográficas neerlandesas, por equívoco, interpretam recorrentemente que o marco indicava o limite entre a Capitania do Rio Grande e Capitania do Ceará, e isso os levaram a estabelecer, próximo a este ponto geográfico, o limite dessas capitanias no Brasil Holandês. No mapa Y-54, na sua borda direita, está escrito 'Hier βegient ∂e Kapitanie van Sÿra:' (Aqui começa a capitania do Ceará), possivelmente na linha a oeste de 'kaÿsa:', na margem direita do delta do 'Rº grammamma:' (Rio Guamaré). | ||
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►Mapa [[(BAV-Vingboons, 1640)]] Reg.Lat.2106 f.021 # 7 BRASIL, plotado, 'O marquԐ', entre 'Ubŭrandŭba' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'Porto ytacoatiar' (Ponta dos Três Irmãos). | ►Mapa [[(BAV-Vingboons, 1640)]] Reg.Lat.2106 f.021 # 7 BRASIL, plotado, 'O marquԐ', entre 'Ubŭrandŭba' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'Porto ytacoatiar' (Ponta dos Três Irmãos). | ||
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►[[(Prevost, 1757)]], pg. 242: | ►[[(Prevost, 1757)]], pg. 242: | ||
− | + | "De la Baie de Petitigua, suivant Figueredo, la Côte continue de s'étendre à l'Ouest, tantôt haute, tantôt plus basse, & couverte de Bois en divers endroits, jusqu'à Omerco, qui en est à 25 lieues: il paroît, dit le même Ecrivain, que ce lieu faisoit autrefois la séparation des Portugais & des Castillans. Les Hollandois comptent six lieues de Pequetinga a la Pointe de Chugasu, ou Ugassumha, & font observer que les Ecueils de Saint Roc finissent près de cette Pointe. Elle est suivie, disent-ils d'une autre Pointe, qu'ils nomment Ubaranduba. | |
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+ | Figueredo compte, d'Omarco à Guamaraé, quinze lieues d'une Côte basse, entremêlée de quelques Collines de sable, derriere lesquelles on découvre sort loin, dans le Continent, de hautes Montagnes que les Indiens, nomment Buturuna.". | ||
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►[[(Câmara Cascudo, 1930)]], pg. 147-149, relata a expedição, feita em 1928, ao local no litoral norte do Rio Grande do Norte onde estava o marco padrão de posse pela Coroa Portuguesa, descrevendo-o, e considerando-o, entre outras possibilidades históricas, como tendo sido chantado em 7 de agosto de 1501, por André Gonçalves, comandante da esquadra de três caravelas em missão de reconhecimento da Terra de Vera Cruz, na qual vinha, como cosmógrafo, Américo Vespúcio. Esse local é assim descrito: | ►[[(Câmara Cascudo, 1930)]], pg. 147-149, relata a expedição, feita em 1928, ao local no litoral norte do Rio Grande do Norte onde estava o marco padrão de posse pela Coroa Portuguesa, descrevendo-o, e considerando-o, entre outras possibilidades históricas, como tendo sido chantado em 7 de agosto de 1501, por André Gonçalves, comandante da esquadra de três caravelas em missão de reconhecimento da Terra de Vera Cruz, na qual vinha, como cosmógrafo, Américo Vespúcio. Esse local é assim descrito: | ||
− | + | "O lugar é chamado Marcos, fica a legoa e meia do Canto de Cima, no municipio de Touros. posição approximada 35º. 43'5W Greenwich, 5.º 5' Sul.". | |
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− | ►[[(Terto de Amorim, 2015)]], no artigo "Um marco de pedra no caminho", estuda extensamente a cartografia e a bibliografia | + | ►[[(Terto de Amorim, 2015)]], no artigo "Um marco de pedra no caminho", estuda extensamente a cartografia e a bibliografia relacionada e esse marco, destacando seu papel na definição dos limites entre a Capitania Rio Grande e a Capitania do Ceará, no Domínio Holandês, e que, mais tarde, no século XX, influenciou as negociações para estabelecer o atual limite do Estado do Ceará com o Estado do Rio Grande do Norte. |
Marco de posse territorial do Brasil pela Coroa de Portugal, não mapeado no MBU.
Nomes históricos: Omarco; O marco; Omerco; O marquԐ; ∂e merck steenen.
Nome atual: Praia dos Marcos, município de São Miguel do Gostoso-RN.
►Mapa (Albernaz, 1616) TERRA DE SANTA CRVZ A QVE VULGARMENTE CHAMÃO BRASIL, MS-126_item1/P12, Fol. #5, plotado, 'O marco', entre 'Piquitinga' (barra do Rio Punaú, no povoado de Pititinga, município de Rio do Fogo-RN) e 'Guamaré' (barra do Rio Guamaré).
►Mapa Y-54 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay, plotado como uma linha norte-sul, com a frase 'hier is ∂e merck steenen: ∂at bÿ∂e ∂e kaptanie: van Malcan∂eren scheÿt:' (Aqui está a pedra limite que separa as duas capitanias*), entre 'obran∂iba:' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'kaÿsa:' (Caiçara do Norte-RN).
►Mapa (BAV-Vingboons, 1640) Reg.Lat.2106 f.021 # 7 BRASIL, plotado, 'O marquԐ', entre 'Ubŭrandŭba' (Ponta Santo Cristo, em São Miguel do Gostoso - RN) e 'Porto ytacoatiar' (Ponta dos Três Irmãos).
►(Prevost, 1757), pg. 242:
"De la Baie de Petitigua, suivant Figueredo, la Côte continue de s'étendre à l'Ouest, tantôt haute, tantôt plus basse, & couverte de Bois en divers endroits, jusqu'à Omerco, qui en est à 25 lieues: il paroît, dit le même Ecrivain, que ce lieu faisoit autrefois la séparation des Portugais & des Castillans. Les Hollandois comptent six lieues de Pequetinga a la Pointe de Chugasu, ou Ugassumha, & font observer que les Ecueils de Saint Roc finissent près de cette Pointe. Elle est suivie, disent-ils d'une autre Pointe, qu'ils nomment Ubaranduba.
Figueredo compte, d'Omarco à Guamaraé, quinze lieues d'une Côte basse, entremêlée de quelques Collines de sable, derriere lesquelles on découvre sort loin, dans le Continent, de hautes Montagnes que les Indiens, nomment Buturuna.".
►(Câmara Cascudo, 1930), pg. 147-149, relata a expedição, feita em 1928, ao local no litoral norte do Rio Grande do Norte onde estava o marco padrão de posse pela Coroa Portuguesa, descrevendo-o, e considerando-o, entre outras possibilidades históricas, como tendo sido chantado em 7 de agosto de 1501, por André Gonçalves, comandante da esquadra de três caravelas em missão de reconhecimento da Terra de Vera Cruz, na qual vinha, como cosmógrafo, Américo Vespúcio. Esse local é assim descrito:
"O lugar é chamado Marcos, fica a legoa e meia do Canto de Cima, no municipio de Touros. posição approximada 35º. 43'5W Greenwich, 5.º 5' Sul.".
►(Terto de Amorim, 2015), no artigo "Um marco de pedra no caminho", estuda extensamente a cartografia e a bibliografia relacionada e esse marco, destacando seu papel na definição dos limites entre a Capitania Rio Grande e a Capitania do Ceará, no Domínio Holandês, e que, mais tarde, no século XX, influenciou as negociações para estabelecer o atual limite do Estado do Ceará com o Estado do Rio Grande do Norte.
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "O marco". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=O_marco. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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