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A imensidão da Grão-Pará e Maranhão era motivo para que a prosperidade da Amazônia se realizasse com grandes dificuldades. A administração pública, ora instalada em [[São Luís do Maranhão]], ora em [[Santa Maria de Belém]], não conseguia manter todas as possessões portuguesas da região, nem combater todos os inimigos.<ref>Há vários registros de invasões e ocupações do território por franceses, ingleses e espanhóis. Ver [[Cabo Norte]]</ref> As decisões e providências tomadas na capital chegavam aos confins do Estado tardiamente, com graves prejuízos. | A imensidão da Grão-Pará e Maranhão era motivo para que a prosperidade da Amazônia se realizasse com grandes dificuldades. A administração pública, ora instalada em [[São Luís do Maranhão]], ora em [[Santa Maria de Belém]], não conseguia manter todas as possessões portuguesas da região, nem combater todos os inimigos.<ref>Há vários registros de invasões e ocupações do território por franceses, ingleses e espanhóis. Ver [[Cabo Norte]]</ref> As decisões e providências tomadas na capital chegavam aos confins do Estado tardiamente, com graves prejuízos. | ||
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Muitos foram os capitães do Rio Negro, mas pouco sucesso foi obtido e tiveram muitos problemas nas tentativas de se aplicar de forma rígida as ordens da coroa e do governo do Estado. Mesmo conseguindo-se consolidar as fronteiras e aldear os índios, agregando-os à vida das vilas e cidades portuguesas, aconteceram muitas revoltas e o desenvolvimento econômico da região não foi grande como era necessário e esperado. | Muitos foram os capitães do Rio Negro, mas pouco sucesso foi obtido e tiveram muitos problemas nas tentativas de se aplicar de forma rígida as ordens da coroa e do governo do Estado. Mesmo conseguindo-se consolidar as fronteiras e aldear os índios, agregando-os à vida das vilas e cidades portuguesas, aconteceram muitas revoltas e o desenvolvimento econômico da região não foi grande como era necessário e esperado. | ||
− | Em 1791 a capital da capitania passou de Barcelos para o lugar da [[Barra do Rio Negro]], atual Manaus. Voltou para Barcelos em 1799 e novamente à Barra do Rio negro em 1806, elevada ao estatuto de vila. | + | Em 1791 a capital da capitania passou de Barcelos para o lugar da [[Barra do Rio Negro]], atual Manaus. Voltou para Barcelos em 1799 e novamente à Barra do Rio negro em 1806, elevada ao estatuto de vila.<ref>ver [[Barcelos]].</ref> |
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+ | [[Vila de Barcelos]] | ||
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+ | [[Vila de Moura]] | ||
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+ | [[Vila de São José do Javari]] | ||
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+ | [[Vila de Serpa]] | ||
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+ | {{biblioselecionada|codigozotero=R4ZXQ8GT|capitania=Rio Negro}} | ||
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+ | [[Category:Estado do Maranhão e Grão-Pará]] | ||
+ | [[Category:Capitanias]] |
por Luiza Moretti |
Era uma Capitania Real, englobava os atuais estados do Amazonas, Roraima, Amapá, seguindo para o interior até as divisas com Peru, Colômbia, Venezuela, além das Guianas e Suriname. Era uma região que fazia parte da capitania do Grão-Pará, porém não tinha sido bem ocupada e desenvolvida.
A imensidão da Grão-Pará e Maranhão era motivo para que a prosperidade da Amazônia se realizasse com grandes dificuldades. A administração pública, ora instalada em São Luís do Maranhão, ora em Santa Maria de Belém, não conseguia manter todas as possessões portuguesas da região, nem combater todos os inimigos.[1] As decisões e providências tomadas na capital chegavam aos confins do Estado tardiamente, com graves prejuízos.
Com as políticas administrativas instauradas pelo Marques de Pombal, vindas de Lisboa, e sob o governo de Mendonça Furtado, a região passou por um reconhecimento maior de sua importância estratégica e de poder e uma expedição foi enviada para demarcar melhor as fronteiras.[2] Percebeu-se as necessidades de aumentar a defesa em diversas partes do território.
Mendonça Furtado indicou, em correspondência à metrópole, a conveniência da criação de um novo governo que tomasse conta diretamente do sertão daquele território, até as imediações das colônias espanholas. Porque, além da necessidade melhorar a situação político-econômica da população ali estabelecida e facilitar a “civilização” do índio, havia a de garantir a soberania de Portugal e combater de forma mais eficiente e direta os invasores estrangeiros, como holandeses, franceses e espanhóis.
Em 1755 foi criada[3] a capitania de São José do Rio Negro, com capital na aldeia de Mariuá, que foi elevada a vila sob o nome de Barcelos em 1758. Apesar de separada da capitania do Grão-Pará, a capitania do Rio Negro estava submetida às ordens do Estado ainda, que vinham de Belém.
A mudança de nome se deveu, novamente, às políticas de Pombal, que preconizavam “civilizar” o indígena e torna-lo parte das cidades e mais próximo dos costumes europeus, abolindo os nomes indígenas e os seus hábitos. Entre 1755 e 1760 muitas aldeias foram elevadas à categoria de vila ou lugar, mudando seus nomes, dependendo de seu tamanho, dentre elas: Abacaxis, Saracá, Ega e São Paulo de Cambebas (vilas) e Jaú, Caboquena, Aricari, Cumaru, Dari, Coari, Parauari, Caiçara, Taracoteua e Evirateua (lugares). Seus nomes também mudaram.
Os limites da capitania se davam ao norte e oeste com as possessões espanholas, porém ao sul e ao leste não estavam bem definidos. O governador do Estado, ainda Mendonça Furtado, delimitou então ao sul a fronteira com a capitania do Mato Grosso, na cachoeira de São João ou Araguari, hoje Santo Antônio, e à leste com a Capitania do Grão-Pará, até o rio Nhamundá e depois até sua foz no Amazonas em diante.
Vale ressaltar que há documentos desde 1687 que citam a região como Estado do Grão Pará, Maranhão e Rio Negro.[4] Isso demonstra não só o reconhecimento da importância da região do Rio Negro - que é bem extensa - como também do reconhecimento dela como uma parte diferente do estado, que merecia atenção específica.
Muitos foram os capitães do Rio Negro, mas pouco sucesso foi obtido e tiveram muitos problemas nas tentativas de se aplicar de forma rígida as ordens da coroa e do governo do Estado. Mesmo conseguindo-se consolidar as fronteiras e aldear os índios, agregando-os à vida das vilas e cidades portuguesas, aconteceram muitas revoltas e o desenvolvimento econômico da região não foi grande como era necessário e esperado.
Em 1791 a capital da capitania passou de Barcelos para o lugar da Barra do Rio Negro, atual Manaus. Voltou para Barcelos em 1799 e novamente à Barra do Rio negro em 1806, elevada ao estatuto de vila.[5]
Bibliografia selecionada da Capitania de Rio Negro
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Luiza Moretti |
Como citar: MORETTI, Luiza. "Capitania do Rio Negro". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Capitania_do_Rio_Negro. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025.
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