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+ | * Sua localização possivelmente está nas cercanias do povoado TATUPEBA, na [[m.d.]] do riacho Peba, no município de Rio Tinto-PB. | ||
− | + | * Vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2512903 Rio Tinto-PB. | |
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− | ''' | + | ►Mapa PB [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado com o símbolo de aldeia, 'A Pontall', na [[m.e.]] do rio 'R. MirԐrÿ' (Rio Miriri). |
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− | + | ►Mapa RG [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #51 CAPITANIA DE RIO GRANDE - plotado com o símbolo de aldeia, 'A Pontall', na [[m.e.]] do rio 'Rº. MirԐrÿ' (Rio Miriri). | |
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− | ►Mapa PB ( | + | ►Mapa PB [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI PARAIBA, plotada com o símbolo de aldeia, 'A Pontal', na m.e. do 'R. Mireri' (Rio Miriri). |
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− | + | ►[[(Herckmans, 1639)]], pg. 26: | |
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"No rio Miriri e em distância de três léguas da costa havia uma aldeia com o mesmo nome, mas está em ruínas, e os índios moram agora junto às de Jacuípe e Pontal. ... Entre esta aldeia arruinada e a praia este distrito se chama Tapabara.". | "No rio Miriri e em distância de três léguas da costa havia uma aldeia com o mesmo nome, mas está em ruínas, e os índios moram agora junto às de Jacuípe e Pontal. ... Entre esta aldeia arruinada e a praia este distrito se chama Tapabara.". | ||
− | Notas: | + | '''Notas:''' |
1) A aldeia Miriri citada, abandonada e em ruínas, possivelmente localizava-se onde hoje está o povoado de Pacaré, município de Rio Tinto-PB (vide mapa [[IBGE]] acima citado). | 1) A aldeia Miriri citada, abandonada e em ruínas, possivelmente localizava-se onde hoje está o povoado de Pacaré, município de Rio Tinto-PB (vide mapa [[IBGE]] acima citado). | ||
− | + | Nessa emigração, sua população estava repartida em dois grupos, um dos quais imigrou para a aldeia 'Ibĩapuá' e o outro para Jacuípe ('Nhĩajereba'). | |
− | 2) (Verdonck, 1630), pg. 44, esclarece porque isso ocorria: | + | 2)[[(Verdonck, 1630)]], pg. 44, esclarece porque isso ocorria: |
"§ 18.º - BAÍA DA TRAIÇÃO - CAMARATUBA - ALDEIAS DE BRASILIENSES - | "§ 18.º - BAÍA DA TRAIÇÃO - CAMARATUBA - ALDEIAS DE BRASILIENSES - | ||
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(*) Engenho Camaratuba. | (*) Engenho Camaratuba. | ||
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− | + | ►[[(Dussen, 1640)]], indicando o nome do seu capitão holandês e sua população masculina: | |
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+ | @ pg. 183, definindo a função do capitão holandês: | ||
"Além do capitão brasiliano, foi posto em cada aldeia um capitão holandês que os regem a eles e aos seus principais; a sua maior atribuição é animá-los para o trabalho e dirigi-los na melhoria das plantações e conceder-lhes permissão para trabalhar para senhores de engenho, verificando que não sejam vítimas de enganos e que o seu trabalho lhes seja pago. ". | "Além do capitão brasiliano, foi posto em cada aldeia um capitão holandês que os regem a eles e aos seus principais; a sua maior atribuição é animá-los para o trabalho e dirigi-los na melhoria das plantações e conceder-lhes permissão para trabalhar para senhores de engenho, verificando que não sejam vítimas de enganos e que o seu trabalho lhes seja pago. ". | ||
− | + | @ pg. 184, quanto à população masculina, esclarece: | |
"... homens, tanto velhos quanto jovens, aptos para a guerra ou inaptos, excluídas as mulheres e crianças, as quais estão em proporção, com relação aos homens, de, no mínimo, 3 para 1. ". | "... homens, tanto velhos quanto jovens, aptos para a guerra ou inaptos, excluídas as mulheres e crianças, as quais estão em proporção, com relação aos homens, de, no mínimo, 3 para 1. ". | ||
− | + | @ pg.185: | |
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Aldeia Pontal, Capitão Francisco Palety ... 68 homens". | Aldeia Pontal, Capitão Francisco Palety ... 68 homens". | ||
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►Citada como Aldeia Iapuã ou Iguapuã pelo Pe. Manoel de Moraes, em 1635, na sua relação de aldeias de brasilianos na Paraíba informada aos neerlandeses, conforme: | ►Citada como Aldeia Iapuã ou Iguapuã pelo Pe. Manoel de Moraes, em 1635, na sua relação de aldeias de brasilianos na Paraíba informada aos neerlandeses, conforme: | ||
− | + | * Notas de C. Fernandes Pinheiro, Brasil Bandecchi e Leonardo Arroyo, in [[(Southey, 1810)]], Notas do capítulo IV, pg. 207: | |
"43 ...; Yapoão, Igapuão ou Pontal, a cinco milhas do forte do norte da Paraíba; ...". | "43 ...; Yapoão, Igapuão ou Pontal, a cinco milhas do forte do norte da Paraíba; ...". | ||
− | + | * [[(Vainfas, 2008)]], pg. 72: | |
"Na Paraíba, nomeou ... a aldeia de Iapuã ou Iguapuã, no Pontal, a cinco léguas (trinta quilômetros) do forte de Santo Antônio, chefiada por Francisco Cavaraia; ...". | "Na Paraíba, nomeou ... a aldeia de Iapuã ou Iguapuã, no Pontal, a cinco léguas (trinta quilômetros) do forte de Santo Antônio, chefiada por Francisco Cavaraia; ...". | ||
+ | '''Nota''': As duas citações acima tem fonte primária no livro de Joannes de Laet, História ou Anais dos Feitos da Companhia das Índias Ocidentais, desde o começo até o fim do ano de 1636 - ([[(Laet, 1644)]]). | ||
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− | as | + | ►Nótulo, com a Ata e as propostas da Assembléia Indígena, datadas de 30/03/1645, realizadas na Aldeia Tapisserica, com as resoluções do Supremo Conselho, apostiladas em 11/04/1645, apud [[(Souto Maior, 1912)]]: |
− | + | Essa aldeia, nessa Assembléia, é: | |
− | + | * Citada com a grafia Pontado; | |
− | + | * Representada por um grupo e elege representação de dois escabinos (uma dupla por grupo) para a Câmara de brasilianos da capitania da Paraíba, com sede na Aldeia Maurícia, e que que congrega as Aldeias Maurícia, Miageriba, Pontado, Goaragoasu e Tapua; | |
− | + | * Capitaneada por Symão Garapepotinga. | |
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− | ►(Dagelijkse Notulen der Horge Regeering in Brazilie 1635-1654 - Nótulas Diárias do Alto Governo Neerlandês no Brasil - fonte: UFPE - LIBER | + | ►(Dagelijkse Notulen der Horge Regeering in Brazilie 1635-1654 - Nótulas Diárias do Alto Governo Neerlandês no Brasil - fonte: [http://www.liber.ufpe.br/hyginia/index.jsp MONUMMENTA HYGINIA - UFPE - LIBER]): |
@ Dagelijkse Notule in Volume 7, Período de 4 de janeiro a 29 de julho de 1641: | @ Dagelijkse Notule in Volume 7, Período de 4 de janeiro a 29 de julho de 1641: | ||
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"6 de fevereiro O próximo requerimento foi feito pelo Escolteto da Capitania de Rio Grande e que ficou decidido pelo Conselho de se apostilar da seguinte forma. | "6 de fevereiro O próximo requerimento foi feito pelo Escolteto da Capitania de Rio Grande e que ficou decidido pelo Conselho de se apostilar da seguinte forma. | ||
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6 Eu encontrei ha pouco tempo algum pau-brasil o qual de acordo com o que eu sei ninguém nunca ouviu falar, e vendo que fui eu primeiro a encontrá-lo, peço a sua Excelência e os Nobres Senhores se os senhores podem me dar a preferência para fazer o corte acima de outra pessoa. Seguinte eu peço à sua Excelência e aos Nobres que me dêem neste caso uma ordem, para que eu possa utilizar para fazer o corte da madeira 25 brasileiros oriundos da aldeia Pontael, que estão sob o comando do Capitão Pieter Poty, de modo que eles possam se reservar assim que eles tenham trabalhado dois meses outro grupo venha em seu lugar e assegurando que eles por mim mesmo serão pagos devidamente.". | 6 Eu encontrei ha pouco tempo algum pau-brasil o qual de acordo com o que eu sei ninguém nunca ouviu falar, e vendo que fui eu primeiro a encontrá-lo, peço a sua Excelência e os Nobres Senhores se os senhores podem me dar a preferência para fazer o corte acima de outra pessoa. Seguinte eu peço à sua Excelência e aos Nobres que me dêem neste caso uma ordem, para que eu possa utilizar para fazer o corte da madeira 25 brasileiros oriundos da aldeia Pontael, que estão sob o comando do Capitão Pieter Poty, de modo que eles possam se reservar assim que eles tenham trabalhado dois meses outro grupo venha em seu lugar e assegurando que eles por mim mesmo serão pagos devidamente.". | ||
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+ | ►[[(Câmara Cascudo, 1956)]], pg. 222: | ||
"Até o desaguadoro do Nambiririy (59) casinhas pelo areal, zona de pesca e roçaria. À esquerda, um tributário que se bifurca em Ibiapuã e Tatupeba. No Ibiapuã, aldeia indígena. A direita, engenho d'água.". | "Até o desaguadoro do Nambiririy (59) casinhas pelo areal, zona de pesca e roçaria. À esquerda, um tributário que se bifurca em Ibiapuã e Tatupeba. No Ibiapuã, aldeia indígena. A direita, engenho d'água.". |
Aldeia de índios (brasilianos), na m.d. do riacho 'Tatupeba', afluente m.e. do 'Nambirĩrĩy' (Rio Miriri).
Natureza: aldeia de índios.
Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.
Capitania: PARAIBA.
Nomes históricos: Aldeia do Pontal (Pontado; Pontael), Ibiapoá [Ibĩapuá, Iapuã ou Iguapuã (Yapoão ou Igapuão)].
Nome atual: a aldeia está extinta.
►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado com o símbolo de aldeia, 'A Pontall', na m.e. do rio 'R. MirԐrÿ' (Rio Miriri).
►Mapa RG (IAHGP-Vingboons, 1640) #51 CAPITANIA DE RIO GRANDE - plotado com o símbolo de aldeia, 'A Pontall', na m.e. do rio 'Rº. MirԐrÿ' (Rio Miriri).
►Mapa PB (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotada com o símbolo de aldeia, 'A Pontal', na m.e. do 'R. Mireri' (Rio Miriri).
►(Herckmans, 1639), pg. 26:
"No rio Miriri e em distância de três léguas da costa havia uma aldeia com o mesmo nome, mas está em ruínas, e os índios moram agora junto às de Jacuípe e Pontal. ... Entre esta aldeia arruinada e a praia este distrito se chama Tapabara.".
Notas:
1) A aldeia Miriri citada, abandonada e em ruínas, possivelmente localizava-se onde hoje está o povoado de Pacaré, município de Rio Tinto-PB (vide mapa IBGE acima citado).
Nessa emigração, sua população estava repartida em dois grupos, um dos quais imigrou para a aldeia 'Ibĩapuá' e o outro para Jacuípe ('Nhĩajereba').
2)(Verdonck, 1630), pg. 44, esclarece porque isso ocorria:
"§ 18.º - BAÍA DA TRAIÇÃO - CAMARATUBA - ALDEIAS DE BRASILIENSES -
... ; antes de chegar-se a esse lugar (*), e nas vizinhanças da Baía da Traição, encontram-se algumas aldeias de brasilienses, a maioria das quais têm sido queimadas pelos portugueses e mortos ou escravizados os brasilienses, porque há mais de 5 anos auxiliaram os holandeses na mesma Baía da Traição e foram por estes enganados, donde provém estarem ainda hoje, segundo dizem os portugueses, muito irritados contra a nação holandesa.".
(*) Engenho Camaratuba.
►(Dussen, 1640), indicando o nome do seu capitão holandês e sua população masculina:
@ pg. 183, definindo a função do capitão holandês:
"Além do capitão brasiliano, foi posto em cada aldeia um capitão holandês que os regem a eles e aos seus principais; a sua maior atribuição é animá-los para o trabalho e dirigi-los na melhoria das plantações e conceder-lhes permissão para trabalhar para senhores de engenho, verificando que não sejam vítimas de enganos e que o seu trabalho lhes seja pago. ".
@ pg. 184, quanto à população masculina, esclarece:
"... homens, tanto velhos quanto jovens, aptos para a guerra ou inaptos, excluídas as mulheres e crianças, as quais estão em proporção, com relação aos homens, de, no mínimo, 3 para 1. ".
@ pg.185:
"ALDEIAS NA PARAÍBA
...
Aldeia Pontal, Capitão Francisco Palety ... 68 homens".
►Citada como Aldeia Iapuã ou Iguapuã pelo Pe. Manoel de Moraes, em 1635, na sua relação de aldeias de brasilianos na Paraíba informada aos neerlandeses, conforme:
"43 ...; Yapoão, Igapuão ou Pontal, a cinco milhas do forte do norte da Paraíba; ...".
"Na Paraíba, nomeou ... a aldeia de Iapuã ou Iguapuã, no Pontal, a cinco léguas (trinta quilômetros) do forte de Santo Antônio, chefiada por Francisco Cavaraia; ...".
Nota: As duas citações acima tem fonte primária no livro de Joannes de Laet, História ou Anais dos Feitos da Companhia das Índias Ocidentais, desde o começo até o fim do ano de 1636 - ((Laet, 1644)).
►Nótulo, com a Ata e as propostas da Assembléia Indígena, datadas de 30/03/1645, realizadas na Aldeia Tapisserica, com as resoluções do Supremo Conselho, apostiladas em 11/04/1645, apud (Souto Maior, 1912):
Essa aldeia, nessa Assembléia, é:
►(Dagelijkse Notulen der Horge Regeering in Brazilie 1635-1654 - Nótulas Diárias do Alto Governo Neerlandês no Brasil - fonte: MONUMMENTA HYGINIA - UFPE - LIBER):
@ Dagelijkse Notule in Volume 7, Período de 4 de janeiro a 29 de julho de 1641:
"6 de fevereiro O próximo requerimento foi feito pelo Escolteto da Capitania de Rio Grande e que ficou decidido pelo Conselho de se apostilar da seguinte forma.
...
6 Eu encontrei ha pouco tempo algum pau-brasil o qual de acordo com o que eu sei ninguém nunca ouviu falar, e vendo que fui eu primeiro a encontrá-lo, peço a sua Excelência e os Nobres Senhores se os senhores podem me dar a preferência para fazer o corte acima de outra pessoa. Seguinte eu peço à sua Excelência e aos Nobres que me dêem neste caso uma ordem, para que eu possa utilizar para fazer o corte da madeira 25 brasileiros oriundos da aldeia Pontael, que estão sob o comando do Capitão Pieter Poty, de modo que eles possam se reservar assim que eles tenham trabalhado dois meses outro grupo venha em seu lugar e assegurando que eles por mim mesmo serão pagos devidamente.".
►(Câmara Cascudo, 1956), pg. 222:
"Até o desaguadoro do Nambiririy (59) casinhas pelo areal, zona de pesca e roçaria. À esquerda, um tributário que se bifurca em Ibiapuã e Tatupeba. No Ibiapuã, aldeia indígena. A direita, engenho d'água.".
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Ibĩapuâ". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Ib%C4%A9apu%C3%A2. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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