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+ | *Pode indicar o núcleo do que viria a se tornar o povoado sede da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, a Freguesia da Várzea, capital portuguesa da Capitania durante a Guerra da Liberdade - "guerra da liberdade divina" - por estar Olinda ocupada pelos holandeses nesse período. | ||
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+ | ►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotada como igreja, 'matriz', na [[m.d.]] do 'Rº. Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe). | ||
− | ''' | + | ►Mapa IT [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como igreja, 'Matriz', na [[m.d.]] do 'Rº. Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe). |
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"Foi na Várzea que Fernandes Vieira restaurou a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, e levantou um hospital para o curativo dos soldado feridos na campanha; e ali funcionou o Senado da Câmara da mesma cidade durante todo o tempo da luta, como consta de vários documentos que ainda existem, lavrados na Várzea do Capibaribe. Ali funcionou, enfim, toda a governança e mecanismo oficial da capitania de Pernambuco, e a povoação da Várzea, foi por assim dizer, a sua capital durante o período da guerra holandesa, que se estende de 1645 a 1654. | "Foi na Várzea que Fernandes Vieira restaurou a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, e levantou um hospital para o curativo dos soldado feridos na campanha; e ali funcionou o Senado da Câmara da mesma cidade durante todo o tempo da luta, como consta de vários documentos que ainda existem, lavrados na Várzea do Capibaribe. Ali funcionou, enfim, toda a governança e mecanismo oficial da capitania de Pernambuco, e a povoação da Várzea, foi por assim dizer, a sua capital durante o período da guerra holandesa, que se estende de 1645 a 1654. | ||
− | Durante esse período de guerra o culto religioso não sofreu alteração alguma. Festas, procissões e outros atos eram celebrados com todo o esplendor na igreja matriz, a todos os quais o exército assistia e prestava as devidas honras militares; e em 1645, como refere frei Manuel Calado, celebraram-se os atos da Semana Santa — "com tanta devoção, aparato e música, como jamais se celebrou no Estado, notando-se um sunsuoso sepulcro, aonde esteve o Senhor exposto em custódia". — Era então vigário da freguesia o padre Francisco da Costa Falcão e coadjutor o padre Manuel Alvares, que assinaram o termo de aclamação de Fernandes Vieira como chefe da guerra da restauração, firmado na Várzea em 7 de outubro de 1645. | + | Durante esse período de guerra o culto religioso não sofreu alteração alguma. Festas, procissões e outros atos eram celebrados com todo o esplendor na igreja matriz, a todos os quais o exército assistia e prestava as devidas honras militares; e em 1645, como refere frei Manuel Calado, celebraram-se os atos da Semana Santa — "com tanta devoção, aparato e música, como jamais se celebrou no Estado, notando-se um sunsuoso (sic) sepulcro, aonde esteve o Senhor exposto em custódia". — Era então vigário da freguesia o padre Francisco da Costa Falcão e coadjutor o padre Manuel Alvares, que assinaram o termo de aclamação de Fernandes Vieira como chefe da guerra da restauração, firmado na Várzea em 7 de outubro de 1645. |
Enfim, foi na Várzea, no acampamento do Arraial do Bom Jesus, que faleceu o lendário chefe índio pernambucano D. Antônio Filipe Camarão, após a primeira batalha dos montes Guararapes em 1648, o seu último feito de armas, em que pelejou como um herói. A igreja matriz paroquial da Várzea, na qual foi sepultado o valente guerreiro, guarda os seus despojos mortais.". | Enfim, foi na Várzea, no acampamento do Arraial do Bom Jesus, que faleceu o lendário chefe índio pernambucano D. Antônio Filipe Camarão, após a primeira batalha dos montes Guararapes em 1648, o seu último feito de armas, em que pelejou como um herói. A igreja matriz paroquial da Várzea, na qual foi sepultado o valente guerreiro, guarda os seus despojos mortais.". | ||
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− | ►Leonardo Dantas da Silva, "SÃO JOÃO DA VÁRZEA" enriquece alguns aspectos, tal como | + | ►Leonardo Dantas da Silva, "ARRUANDO PELA VÁRZEA", dá uma excelente perspectiva e ricas informações sobre a Várzea. |
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+ | Artigo disponível em [http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=752&Itemid=201 Fundação Joaquim Nabuco / L. D. Silva / Arruando pela Várzea], acesso em 17/10/2014. | ||
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+ | ►Leonardo Dantas da Silva, "SÃO JOÃO DA VÁRZEA", enriquece alguns aspectos, tal como ter sido transitoriamente esta Freguesia a Capital de Pernambuco. | ||
+ | Artigo disponível em [http://www.luizberto.com/esquina-leonardo-dantas-silva/atraves-de-sao-joao-da-varzea ATRAVÉS DE SÃO JOÃO DA VÁRZEA], acesso em 17/10/2014. | ||
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Casa na várzea entre o rio 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe) e o rio 'Iequea' (Rio Jequiá).
Natureza: casa.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Nota: adota-se a hipótese de que este topônimo deveria ser representado com o símbolo de igreja.
Nomes históricos: Igreja de Nossa Senhora do Rosário (N S. đ Ro∫airo; N S. đ Rosario); Igreja da Várzea.
Nome atual: Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Igreja da Várzea).
►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotada como igreja, 'matriz', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe).
►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como igreja, 'Matriz', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ' (Rio Capibaribe).
►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como igreja, 'N S. đ Rosario', na m.e. do 'Capiibari'.
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.83:
"A esta jurisdição de Sirinhaém segue-se ao Norte a da cidade de Olinda, de que fazem parte as seguintes freguesias, a começar do sul: Pojuca, Cabo Santo Agostinho, Santo Amaro do Jaboatão, Muribeca, Várzea, São Lourenço, Olinda; ao todo sete, onde existem estes engenhos: ...".
►(Dussen, 1640), pg. 141:
"FREGUESIAS
A jurisdição de Olinda está dividida em 8 freguesias, a máis ao sul das quais é a de Ipojuca. Seguem-se a de Santo Antônio do Cabo, a da Muribeca, a de Santo Amaro, a de São Lourenço, a da Várzea, a de Olinda e a de Paratibe. ".
►(Pereira da Costa, 1951), Volume 10, Ano 1846:
@ pg. 346:
"Aumentando e desenvolvendo-se consideravelmente a localidade, foi-se formando um núcleo de povoação na parte mais central, à margem direita do rio Capibaribe, a qual, pela sua crescente importância foi depois criada em freguesia, sob a invocação de N.S. do Rosário, padroeira da capela do povoado, construída pelos seus habitantes, e cuja instituição vem dos primeiros anos do século XVII, uma vez que assim já a menciona o livro Rezão do Estado do Brasil em 1612.
Em 1630, o marquês de Basto e donatário de Pernambuco, nas suas Memórias diárias, faz constantes referências à igreja paroquial da Várzea, e tratando Borges da Fonseca de João Alves de Carvalho, na sua Nobiliarquia Pernambucana, diz que foi ele capitão de ordenanças da freguesia da Várzea, onde viveu e faleceu no ano de 1633.".
@ pg. 356-357:
"Foi na Várzea que Fernandes Vieira restaurou a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, e levantou um hospital para o curativo dos soldado feridos na campanha; e ali funcionou o Senado da Câmara da mesma cidade durante todo o tempo da luta, como consta de vários documentos que ainda existem, lavrados na Várzea do Capibaribe. Ali funcionou, enfim, toda a governança e mecanismo oficial da capitania de Pernambuco, e a povoação da Várzea, foi por assim dizer, a sua capital durante o período da guerra holandesa, que se estende de 1645 a 1654.
Durante esse período de guerra o culto religioso não sofreu alteração alguma. Festas, procissões e outros atos eram celebrados com todo o esplendor na igreja matriz, a todos os quais o exército assistia e prestava as devidas honras militares; e em 1645, como refere frei Manuel Calado, celebraram-se os atos da Semana Santa — "com tanta devoção, aparato e música, como jamais se celebrou no Estado, notando-se um sunsuoso (sic) sepulcro, aonde esteve o Senhor exposto em custódia". — Era então vigário da freguesia o padre Francisco da Costa Falcão e coadjutor o padre Manuel Alvares, que assinaram o termo de aclamação de Fernandes Vieira como chefe da guerra da restauração, firmado na Várzea em 7 de outubro de 1645.
Enfim, foi na Várzea, no acampamento do Arraial do Bom Jesus, que faleceu o lendário chefe índio pernambucano D. Antônio Filipe Camarão, após a primeira batalha dos montes Guararapes em 1648, o seu último feito de armas, em que pelejou como um herói. A igreja matriz paroquial da Várzea, na qual foi sepultado o valente guerreiro, guarda os seus despojos mortais.".
►Leonardo Dantas da Silva, "ARRUANDO PELA VÁRZEA", dá uma excelente perspectiva e ricas informações sobre a Várzea.
Artigo disponível em Fundação Joaquim Nabuco / L. D. Silva / Arruando pela Várzea, acesso em 17/10/2014.
►Leonardo Dantas da Silva, "SÃO JOÃO DA VÁRZEA", enriquece alguns aspectos, tal como ter sido transitoriamente esta Freguesia a Capital de Pernambuco.
Artigo disponível em ATRAVÉS DE SÃO JOÃO DA VÁRZEA, acesso em 17/10/2014.
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "N S. đ Ro∫airo (casa)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=N_S._%C4%91_Ro%E2%88%ABairo_(casa). Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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