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+ | A cidade de Belém foi fundada no ano de 1616<ref>CIDADES do Pará: origem e significado de seus nomes. Belém: Buriti, 2003. p.36</ref>, mais precisamente a 12 de janeiro de 1616. A fundação do forte que, guardaria a até então chamada [[Feliz Lusitânia]], ocorreu no contexto da conquista do Amazonas e real estabelecimento da capitânia do Grão-Pará. Essa capitânia não era hereditária, pelo contrário, era região administrativa cujos capitães-mores eram nomeados pelo Estado do Brasil.<ref> LOUREIRO, Antônio José. Síntese da história do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial, 1978. p. 31-32.</ref> | ||
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==Conquista e Fundação== | ==Conquista e Fundação== | ||
− | + | Segundo Ramalho e Rendeiro, é possível distinguir dois momentos da presença portuguesa no norte do Brasil, ou melhor, no território do "Maranhão" que, atualmente corresponde ao Ceará, Maranhão, Pará e Piauí. O primeiro momento foi efêmero e ineficaz, realizado ainda no século XVI. Já o segundo momento teve como objetivo a definitiva conquista do território e ocupação do espaço. Para executar esse plano, a "Conquista do Maranhão", foi necessária a expulsão do franceses, chefiados por Daniel De La Touche, em 1616. | |
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+ | <ref>RAMALHO, J. P. G; RENDEIRO NETO, M. D. F. . Belém 399 anos: embrião da colonização lusa na Amazônia. JORNAL HERÓDOTO, Brasília, ano 1, número 2, 26 de janeiro de 2015. <https://www.dropbox.com/s/fi2ge4ldvrhks7x/herodoto.janeiro.2015.pdf?dl=0> Data de acesso: 18/05/2015.</ref> | ||
+ | Após a conquista do forte de São Luís, de imediato, foi formada outra armada. Francisco Caldeira Castelo Branco era o Capitão-mor da [[Conquista do Pará]], uma frota destinada ao domínio da região da Capitania do Grão-Pará. Dita frota aporta na barra do Seperará e nomeia o local de Feliz Lusitânia, onde fundou - se a povoação de Nossa Senhora de Belém e o Forte do Presépio.<ref>LOUREIRO, Antônio José. Síntese da história do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial, 1978. p. 32.</ref> | ||
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+ | Ainda no contexto do desenvolvimento dessa urbe à sombra da fortificação, muitas reclamações foram feitas. Primeiro, devido ao local em que o forte foi estabelecido, como as do governador Gomes Freire de Andrade, em 1687, de que a área escolhida era muito alagada e doentia, além de indefensável<ref>Carta de Gomes Freire de Andrade para dom Pedro II’’. Belém, 19 de julho de 1687. AHU-Pará, caixa 1, doc. 72.</ref>. Tais críticas corroboram com o que foi dito pelo ouvidor Francisco Barradas de Mendonça que, ao escrever uma carta ao rei de Portugal, chama o sítio de enfermo e alagadiço, chegando a propor uma mudança daquela estrutura para outro lugar, nesse caso a região da Campina<ref>’Carta de Francisco de Barradas de Mendonça para dom João IV’’. Belém, 4 de março de 1648. AHU-Pará, caixa 1, doc. 72.</ref>. Na mesma carta o ouvidor régio além das críticas já citadas, demonstra seu descontentamento pelo ordenamento urbano, que estava bastante ligado a fortificação, haja visto que as casas eram construídas bem próximas do forte e o traçado das ruas demonstrava que estas tinham suas origens naquele. | ||
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por João Pedro Galvão Ramalho |
A cidade de Belém foi fundada no ano de 1616[1], mais precisamente a 12 de janeiro de 1616. A fundação do forte que, guardaria a até então chamada Feliz Lusitânia, ocorreu no contexto da conquista do Amazonas e real estabelecimento da capitânia do Grão-Pará. Essa capitânia não era hereditária, pelo contrário, era região administrativa cujos capitães-mores eram nomeados pelo Estado do Brasil.[2]
Segundo Ramalho e Rendeiro, é possível distinguir dois momentos da presença portuguesa no norte do Brasil, ou melhor, no território do "Maranhão" que, atualmente corresponde ao Ceará, Maranhão, Pará e Piauí. O primeiro momento foi efêmero e ineficaz, realizado ainda no século XVI. Já o segundo momento teve como objetivo a definitiva conquista do território e ocupação do espaço. Para executar esse plano, a "Conquista do Maranhão", foi necessária a expulsão do franceses, chefiados por Daniel De La Touche, em 1616.
[3]
Após a conquista do forte de São Luís, de imediato, foi formada outra armada. Francisco Caldeira Castelo Branco era o Capitão-mor da Conquista do Pará, uma frota destinada ao domínio da região da Capitania do Grão-Pará. Dita frota aporta na barra do Seperará e nomeia o local de Feliz Lusitânia, onde fundou - se a povoação de Nossa Senhora de Belém e o Forte do Presépio.[4]
Ainda no contexto do desenvolvimento dessa urbe à sombra da fortificação, muitas reclamações foram feitas. Primeiro, devido ao local em que o forte foi estabelecido, como as do governador Gomes Freire de Andrade, em 1687, de que a área escolhida era muito alagada e doentia, além de indefensável[5]. Tais críticas corroboram com o que foi dito pelo ouvidor Francisco Barradas de Mendonça que, ao escrever uma carta ao rei de Portugal, chama o sítio de enfermo e alagadiço, chegando a propor uma mudança daquela estrutura para outro lugar, nesse caso a região da Campina[6]. Na mesma carta o ouvidor régio além das críticas já citadas, demonstra seu descontentamento pelo ordenamento urbano, que estava bastante ligado a fortificação, haja visto que as casas eram construídas bem próximas do forte e o traçado das ruas demonstrava que estas tinham suas origens naquele.
Citação deste verbete |
Autor do verbete: João Pedro Galvão Ramalho |
Como citar: GALVÃO RAMALHO, João Pedro. "Cidade de Belém". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Cidade_de_Bel%C3%A9m. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025.
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