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− | ►(Moreno, 1615), pg. 44, discriminando a resenha de índios guerreiros que participaram na Jornada do Maranhão: | + | ►[[(Moreno, 1615)]], pg. 44, discriminando a resenha de índios guerreiros que participaram na Jornada do Maranhão: |
"Logo aos 28 de agosto fizeram resenha da gente dos índios, para ver os que faltavam ao número de 500 frecheiros, quantidade que o de Albuquerque assegurava levar do Rio Grande, para que, com os de Ceará e Buapava, com quem tinha grandes *lianças, pudesse meter na Jornada até mil índios de guerra; e assim se tomou mostra, e pareceram os principais que se seguem: | "Logo aos 28 de agosto fizeram resenha da gente dos índios, para ver os que faltavam ao número de 500 frecheiros, quantidade que o de Albuquerque assegurava levar do Rio Grande, para que, com os de Ceará e Buapava, com quem tinha grandes *lianças, pudesse meter na Jornada até mil índios de guerra; e assim se tomou mostra, e pareceram os principais que se seguem: | ||
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De Maripitanguá, Minaçu, com 7". | De Maripitanguá, Minaçu, com 7". | ||
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"Uma légua acima do engenho, vem do sul um pequeno rio chamado Taipitina meter-se no Camaratuba, acima do qual e duas léguas afastadas do dito engenho existiu outrora a aldeia Maripitanga que se acha de presente inteiramente arruinada, e os índios espalhados por outras aldeias.". | "Uma légua acima do engenho, vem do sul um pequeno rio chamado Taipitina meter-se no Camaratuba, acima do qual e duas léguas afastadas do dito engenho existiu outrora a aldeia Maripitanga que se acha de presente inteiramente arruinada, e os índios espalhados por outras aldeias.". | ||
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− | - o engenho referido é o engenho Camaratuba | + | - o engenho referido é o engenho Camaratuba, o 'N S de Rosairo' no [[BQPPB]], o 'Camarituba' no mapa PB [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]], 'CamartԐuba.' no mapa RG [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]]; |
− | - o pequeno riacho Taipitina é o riacho 'Urubutinga' no [[BQPPB]], nome atual, no baixo curso, Riacho Caiçara, médio e alto cursos, riacho afluente m.d. do Riacho Caiçara. | + | - o pequeno riacho Taipitina é o riacho 'Urubutinga' no [[BQPPB]], nome atual, no baixo curso, Riacho Caiçara, médio e alto cursos, riacho afluente [[m.d.]] do Riacho Caiçara. |
− | ►(Margrave, 1648), História das Plantas, Livro III, Das àrvores, Capítulo XI, pg. 121: | + | ►[[(Margrave, 1648)]], História das Plantas, Livro III, Das àrvores, Capítulo XI, pg. 121: |
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Dá uma flor. Depois vem o fruto oval, do tamanho da pera maior, ... Este fruto fica maduro em março; cai espontâneamente e é colhido. Comido cru, é prejudicial ao ventre e provoca vômito; porisso costuma ser cozinhado e amassado com o núcleo; então é comido com carne ou peixe, em vez de pão ou farinha. A madeira da árvore é branca, aparentando a da betula. Esta árvore abunda nos campos gramíneos, junto ao rio Cunhao, Mipebi e Rio Grande.". | Dá uma flor. Depois vem o fruto oval, do tamanho da pera maior, ... Este fruto fica maduro em março; cai espontâneamente e é colhido. Comido cru, é prejudicial ao ventre e provoca vômito; porisso costuma ser cozinhado e amassado com o núcleo; então é comido com carne ou peixe, em vez de pão ou farinha. A madeira da árvore é branca, aparentando a da betula. Esta árvore abunda nos campos gramíneos, junto ao rio Cunhao, Mipebi e Rio Grande.". | ||
− | ►Sampaio, Alberto J. | + | ►Sampaio, Alberto J.: BOTÂNICA, COMENTÁRIOS, in [[(Margrave, 1648)]], pg. XLVII: |
"UMARI: Segundo CAMINHOÁ, esse nome é de Poraqueiba guianensis Aubi, olácea; segundo PIO CORREA, os nomes umari, mari ou angelim de espinho são de Andira spinulosa Mart., leguminosa.". | "UMARI: Segundo CAMINHOÁ, esse nome é de Poraqueiba guianensis Aubi, olácea; segundo PIO CORREA, os nomes umari, mari ou angelim de espinho são de Andira spinulosa Mart., leguminosa.". | ||
− | ►(Sampaio, 1904), pg 36: | + | ►[[(Sampaio, 1904)]], pg 36: |
− | "MARIPITANGA — é corrupção de Imirá-pitanga, alterado depois em mirá-pitanga e ainda em mari-pitanga, significando o pau vermelho, o pau brasil.". | + | "MARIPITANGA — é corrupção de ''Imirá-pitanga'', alterado depois em mirá-pitanga e ainda em mari-pitanga, significando o pau vermelho, o pau brasil.". |
+ | * Nota: pau brasil é a ubipitanga, ou ibipitanga, ou ibirapitanga, descrita em [[(Margrave, 1648)]], pg. 101-102. | ||
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− | + | [[Category: Coleção Levy Pereira]] |
Aldeia de índios (brasilianos) com sinal de abandonada, nas nascentes do 'Itâpèçirica' (Riacho Santa Cruz), 'Ipooca' (Riacho Luiz Dias), 'Vrupeuna' (Rio Grupiuna), 'Iuiĩaruguereguaba' (Riacho das Balanças) e 'Aĩĩ ou R. da peguiza' (Rio Tinto).
Natureza: aldeia de índios com sinal de abandonada.
Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.
Capitania: PARAIBA.
Nomes históricos: Vmaripĩtanga; Maripitanguá; Maripitanga.
Nome atual: povoado de Maripitanga, á margem da rodovia BR-101, no município de Mamanguape-PB.
Etimologia
umaripitanga, termo de origem tupi, umari-pitanga, umari, uma árvore descrita por Margrave, o umarizeiro ou o mari, e pitanga, a cor vermelha - umarizeiro vermelho.
Nota:
O BQPPB registra as nascentes desses seis rios arrodeando o local dessa aldeia, e assinala cinco deles com o símbolo de fonte - isso comprovadamente ocorre, e essas nascentes situam-se num círculo com raio de 2,2 Km, e, se se desconsiderar o 'Ipooca', o raio desse círculo cai para 1,7 Km, que, aliado à abundância de fontes e em região relativamente elevada, vegetação de campo alto, e matas nos vales, demonstra quão propícia era a situação dessa aldeia.
►(Moreno, 1615), pg. 44, discriminando a resenha de índios guerreiros que participaram na Jornada do Maranhão:
"Logo aos 28 de agosto fizeram resenha da gente dos índios, para ver os que faltavam ao número de 500 frecheiros, quantidade que o de Albuquerque assegurava levar do Rio Grande, para que, com os de Ceará e Buapava, com quem tinha grandes *lianças, pudesse meter na Jornada até mil índios de guerra; e assim se tomou mostra, e pareceram os principais que se seguem:
...
De Maripitanguá, Minaçu, com 7".
►(Herckmans, 1639), pg. 30-31:
"Uma légua acima do engenho, vem do sul um pequeno rio chamado Taipitina meter-se no Camaratuba, acima do qual e duas léguas afastadas do dito engenho existiu outrora a aldeia Maripitanga que se acha de presente inteiramente arruinada, e os índios espalhados por outras aldeias.".
NOTAS:
- o engenho referido é o engenho Camaratuba, o 'N S de Rosairo' no BQPPB, o 'Camarituba' no mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640), 'CamartԐuba.' no mapa RG (IAHGP-Vingboons, 1640);
- o pequeno riacho Taipitina é o riacho 'Urubutinga' no BQPPB, nome atual, no baixo curso, Riacho Caiçara, médio e alto cursos, riacho afluente m.d. do Riacho Caiçara.
►(Margrave, 1648), História das Plantas, Livro III, Das àrvores, Capítulo XI, pg. 121:
"UMARI (termo indígena). Árvore ...
Dá uma flor. Depois vem o fruto oval, do tamanho da pera maior, ... Este fruto fica maduro em março; cai espontâneamente e é colhido. Comido cru, é prejudicial ao ventre e provoca vômito; porisso costuma ser cozinhado e amassado com o núcleo; então é comido com carne ou peixe, em vez de pão ou farinha. A madeira da árvore é branca, aparentando a da betula. Esta árvore abunda nos campos gramíneos, junto ao rio Cunhao, Mipebi e Rio Grande.".
►Sampaio, Alberto J.: BOTÂNICA, COMENTÁRIOS, in (Margrave, 1648), pg. XLVII:
"UMARI: Segundo CAMINHOÁ, esse nome é de Poraqueiba guianensis Aubi, olácea; segundo PIO CORREA, os nomes umari, mari ou angelim de espinho são de Andira spinulosa Mart., leguminosa.".
►(Sampaio, 1904), pg 36:
"MARIPITANGA — é corrupção de Imirá-pitanga, alterado depois em mirá-pitanga e ainda em mari-pitanga, significando o pau vermelho, o pau brasil.".
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Vmaripĩtanga". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Vmarip%C4%A9tanga. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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