m (Substituindo texto 'Coleção Levy Pereira' por 'Coleção Levy Pereira == ==') |
Levypereira (disc | contribs) |
||
(2 edições intermediárias de um usuário não apresentadas) | |||
Linha 3: | Linha 3: | ||
− | Maçia | + | ====Maçia==== |
+ | [[Engenho de roda d'água]] com igreja, na foz do riacho [http://lhs.unb.br/atlas/Ma%C3%A7ia_(riacho_afluente_do_%27Cap%C4%A9ibar%C4%A9%27) 'Maçia'] (Riacho Rodízio), afluente [[m.e.]] do '[[Capiíbarĩ]]' (Rio Capibaribe). | ||
− | '''Natureza:''' [[Engenho de roda d'água]] | + | '''Natureza:''' [[Engenho de roda d'água]] com igreja. |
− | |||
+ | '''Mapa:''' [[PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ]]. | ||
− | ''' | + | '''Capitania:''' PARANAMBVCA. |
+ | '''Jurisdição:''' Cidade de Olinda, Freguesia de São Lourenço. | ||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
+ | '''Nome histórico:''' Engenho Maçia (Maciape; Massiape; Machioppe; Macia; MasiappԐ; Masiapp). | ||
'''Nome atual:''' o engenho está destruído. | '''Nome atual:''' o engenho está destruído. | ||
− | A região tem o nome de MASSIAPE e nela há a Fazenda Massiape - vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2610608 - PAUDALHO - PE. - vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2610608 - Paudalho - PE. | + | *A região tem o nome de MASSIAPE e nela há a Fazenda Massiape - vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2610608 - PAUDALHO - PE. - vide mapa [[IBGE]] Geocódigo 2610608 - Paudalho - PE. |
− | |||
− | + | ====Citações:==== | |
− | ►Mapa | + | ►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ Masiapp', na [[m.e.]] e próximo à foz do riacho sem nome, tributário [[m.e.]] do 'Rº. Capauiriuÿ'. |
+ | ►Mapa IT [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ: MasiappԐ', na [[m.e.]] e próximo à foz do riacho sem nome, tributário [[m.e.]] do 'Rº. Capauiriuÿ'. | ||
− | + | * Nota: Nos mapas [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 e [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #43 está detalhado o conjunto de levadas e reservatórios (açudes) no riacho para impulsionar a roda d'água do engenho 'Maçia'. | |
− | |||
− | ►Mapa PE | + | ►Mapa PE [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI PERNAMBVCO, sem símbolo, topônimo 'Maçia' escrito na [[m.e.]] do 'Capiibari'. |
− | |||
− | + | ►[[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]], pg. 87-88: | |
+ | |||
+ | "Cidade de Olinda | ||
Freguesia de São Lourenço | Freguesia de São Lourenço | ||
Linha 55: | Linha 51: | ||
64. Engenho Maciape, sob a invocação das Chagas de Cristo. Pertenceu a Francisco do Rego Barros. Confiscado e vendido a Elbert Chrispynsen; é d'água e mói.". | 64. Engenho Maciape, sob a invocação das Chagas de Cristo. Pertenceu a Francisco do Rego Barros. Confiscado e vendido a Elbert Chrispynsen; é d'água e mói.". | ||
− | ►(Dussen, 1640), pg. 154-155: | + | |
+ | ►[[(Dussen, 1640)]], pg. 154-155: | ||
"ENGENHOS DE PERNAMBUCO | "ENGENHOS DE PERNAMBUCO | ||
Linha 65: | Linha 62: | ||
75) Engenho Maciape, pertencente a Paulus Vermeulen cum socio, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica). ". | 75) Engenho Maciape, pertencente a Paulus Vermeulen cum socio, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica). ". | ||
− | ►(Gonsalves de Mello, 1993), pg. 32: | + | |
+ | ►[[(Gonsalves de Mello, 1993)]], pg. 32: | ||
"8. Engenho de Luis do Rego Barros, da invocação das Chagas, no termo de [[Olinda]], com meia liberdade. É o Engenho Maciape, da freguesia de São Lourenço. ". | "8. Engenho de Luis do Rego Barros, da invocação das Chagas, no termo de [[Olinda]], com meia liberdade. É o Engenho Maciape, da freguesia de São Lourenço. ". | ||
− | ►(Relação dos Engenhos, 1655): | + | |
+ | ►[[(Relação dos Engenhos, 1655)]]: | ||
@ pg.236, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco: | @ pg.236, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco: | ||
Linha 83: | Linha 82: | ||
"As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...". | "As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...". | ||
+ | |||
+ | ►[[(Cabral de Mello, 2012)]]: | ||
+ | |||
+ | @ pg. 82-83, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, São Lourenço: | ||
+ | |||
+ | «5) MACIAPE. Invocação Chagas de Cristo. Sito à margem esquerda do Capibaribe. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Fundado depois de 1588 por Arnal de Holanda. Em 1593, eram seus proprietários Luís do Rego Barros e Cristóvão de Holanda, genro e filho do fundador. De 1588 a 1591, o quinhão de Luís esteve arrendado a Cristóvão, mas a partir de então os cunhados passaram a explorar a meias o engenho. Posteriormente, Luís comprou a parte de Cristóvão, pois entre 1596 e 1605 surge como único proprietário. Em 1596, foi vereador de Olinda. Vindo a falecer antes de 1609, o Maciape passou à viúva, Inês de Góis de Vasconcelos. Em 1617, pertencia ao filho do casal, Francisco do Rego Barros. Em 1623, Maciape produzia 7720 arrobas. Em 1633, o dono abandonou-o, refugiando-se no Arraial do Bom Jesus, "trazendo todos os mantimentos que puderam carregar seis carros e quarenta pretos seus e mais de trinta homens armados que pôde juntar". Atacado pela tropa holandesa em 1635. Nesse mesmo ano, Francisco do Rego Barros e família retiraram-se para a Bahia, onde ele viria a falecer. Havendo perdido o engenho, que "importava muitos mil cruzados", sua viúva, Arcângela da Silveira, e seu filho, João do Rego Barros, viveram de empréstimos, "cujo pagamento ficou reservado para quando se restaurasse a dita capitania" de Pernambuco. Confiscado, Maciape foi em 1636 provisoriamente explorado por Elbert Chrispynsen, que denunciou o sogro de Francisco, Duarte Gomes da Silveira, senhor de engenho na Paraíba, por haver subtraído, com a cumplicidade de terceiros, onze bois de trabalho do engenho, os quais pertenciam legalmente à [[WIC]] em virtude do confisco de Maciape. O governo do Brasil holandês condenou Duarte a pagar soma equivalente ao valor dos animais. Os cúmplices foram condenados a devolver o duplo do número de animais que haviam escondido. Em 1637, Maciape foi vendido a Chrispynsen (28.V.1637) por 70 mil florins em seis prestações, juntamente com uma casa incendiada, que Francisco do Rego Barros possuíra em Olinda. Em 1638, Chrispynsen revendeu Maciape a Paulus Vermeulen e sócio. O engenho devia safrejar em 1639, altura em que foi desenhado por Zacarias Wagener. Incendiado em 1640 por campanhistas luso-brasileiros. Em 1649, Vermeulen era escabino na Paraíba. Após a expulsão dos holandeses, o engenho moía, tendo sido reconstruído por João do Rego Barros, que para este fim contraíra novas dívidas. Em 1656, Arcângela da Silveira requereu ao Conselho Ultramarino a mora de três anos para o pagamento das dívidas em que incorrera desde 1635. O pedido foi atendido com a condição de que satisfizesse em cada ano a quinta parte do total. Em 1663, os herdeiros de Vermeulen apresentavam suas pretensões de ressarcimento à Coroa portuguesa. Em 1645, Chrispynsen devia 51060 florins à [[WIC]]; e em 1663, 48,8 mil florins.(36)». | ||
+ | |||
+ | @ pg. 178, Notas: | ||
+ | |||
+ | «(36) DP, p. 518; IL, 12754; LSUR, p. 32; RPFB, p. 204; LPGB, p. 181; "Livro do tombo", p. 234; FHBH, I, pp. 29, 88, 155, 236; RCCB, pp. 50, 158; VWIC, IV, p. 138; MDGB, p. 116; DN, 11.II.1636, 28.V.1637, 19.1 e 3.X.1640, 21.XII.1649; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 53; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Wasch, "Brasiliaansche pretensien", pp. 75-7; Co.Uo. 6.X.1656, AHU, PA, Pco., CVX.4; Zacharias Wagener, ''Zoobiblion: livro de animais do Brasil'' [ed. Edgard de Cerqueira Falcão], São Paulo, 1964.». | ||
{{Citar|nome=Levy|sobrenome=Pereira}} | {{Citar|nome=Levy|sobrenome=Pereira}} |
Engenho de roda d'água com igreja, na foz do riacho 'Maçia' (Riacho Rodízio), afluente m.e. do 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de São Lourenço.
Nome histórico: Engenho Maçia (Maciape; Massiape; Machioppe; Macia; MasiappԐ; Masiapp).
Nome atual: o engenho está destruído.
►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ Masiapp', na m.e. e próximo à foz do riacho sem nome, tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.
►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ: MasiappԐ', na m.e. e próximo à foz do riacho sem nome, tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.
►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, sem símbolo, topônimo 'Maçia' escrito na m.e. do 'Capiibari'.
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87-88:
"Cidade de Olinda
Freguesia de São Lourenço
...
64. Engenho Maciape, sob a invocação das Chagas de Cristo. Pertenceu a Francisco do Rego Barros. Confiscado e vendido a Elbert Chrispynsen; é d'água e mói.".
►(Dussen, 1640), pg. 154-155:
"ENGENHOS DE PERNAMBUCO
Na freguesia São Lourenço
...
75) Engenho Maciape, pertencente a Paulus Vermeulen cum socio, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica). ".
►(Gonsalves de Mello, 1993), pg. 32:
"8. Engenho de Luis do Rego Barros, da invocação das Chagas, no termo de Olinda, com meia liberdade. É o Engenho Maciape, da freguesia de São Lourenço. ".
►(Relação dos Engenhos, 1655):
@ pg.236, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:
"Engenhos da freguesia de São Lourenço
...
Que o de Francisco do Rego Barros pagava três por cento.".
@ pg. 242:
"As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...".
@ pg. 82-83, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, São Lourenço:
«5) MACIAPE. Invocação Chagas de Cristo. Sito à margem esquerda do Capibaribe. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Fundado depois de 1588 por Arnal de Holanda. Em 1593, eram seus proprietários Luís do Rego Barros e Cristóvão de Holanda, genro e filho do fundador. De 1588 a 1591, o quinhão de Luís esteve arrendado a Cristóvão, mas a partir de então os cunhados passaram a explorar a meias o engenho. Posteriormente, Luís comprou a parte de Cristóvão, pois entre 1596 e 1605 surge como único proprietário. Em 1596, foi vereador de Olinda. Vindo a falecer antes de 1609, o Maciape passou à viúva, Inês de Góis de Vasconcelos. Em 1617, pertencia ao filho do casal, Francisco do Rego Barros. Em 1623, Maciape produzia 7720 arrobas. Em 1633, o dono abandonou-o, refugiando-se no Arraial do Bom Jesus, "trazendo todos os mantimentos que puderam carregar seis carros e quarenta pretos seus e mais de trinta homens armados que pôde juntar". Atacado pela tropa holandesa em 1635. Nesse mesmo ano, Francisco do Rego Barros e família retiraram-se para a Bahia, onde ele viria a falecer. Havendo perdido o engenho, que "importava muitos mil cruzados", sua viúva, Arcângela da Silveira, e seu filho, João do Rego Barros, viveram de empréstimos, "cujo pagamento ficou reservado para quando se restaurasse a dita capitania" de Pernambuco. Confiscado, Maciape foi em 1636 provisoriamente explorado por Elbert Chrispynsen, que denunciou o sogro de Francisco, Duarte Gomes da Silveira, senhor de engenho na Paraíba, por haver subtraído, com a cumplicidade de terceiros, onze bois de trabalho do engenho, os quais pertenciam legalmente à WIC em virtude do confisco de Maciape. O governo do Brasil holandês condenou Duarte a pagar soma equivalente ao valor dos animais. Os cúmplices foram condenados a devolver o duplo do número de animais que haviam escondido. Em 1637, Maciape foi vendido a Chrispynsen (28.V.1637) por 70 mil florins em seis prestações, juntamente com uma casa incendiada, que Francisco do Rego Barros possuíra em Olinda. Em 1638, Chrispynsen revendeu Maciape a Paulus Vermeulen e sócio. O engenho devia safrejar em 1639, altura em que foi desenhado por Zacarias Wagener. Incendiado em 1640 por campanhistas luso-brasileiros. Em 1649, Vermeulen era escabino na Paraíba. Após a expulsão dos holandeses, o engenho moía, tendo sido reconstruído por João do Rego Barros, que para este fim contraíra novas dívidas. Em 1656, Arcângela da Silveira requereu ao Conselho Ultramarino a mora de três anos para o pagamento das dívidas em que incorrera desde 1635. O pedido foi atendido com a condição de que satisfizesse em cada ano a quinta parte do total. Em 1663, os herdeiros de Vermeulen apresentavam suas pretensões de ressarcimento à Coroa portuguesa. Em 1645, Chrispynsen devia 51060 florins à WIC; e em 1663, 48,8 mil florins.(36)».
@ pg. 178, Notas:
«(36) DP, p. 518; IL, 12754; LSUR, p. 32; RPFB, p. 204; LPGB, p. 181; "Livro do tombo", p. 234; FHBH, I, pp. 29, 88, 155, 236; RCCB, pp. 50, 158; VWIC, IV, p. 138; MDGB, p. 116; DN, 11.II.1636, 28.V.1637, 19.1 e 3.X.1640, 21.XII.1649; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 53; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Wasch, "Brasiliaansche pretensien", pp. 75-7; Co.Uo. 6.X.1656, AHU, PA, Pco., CVX.4; Zacharias Wagener, Zoobiblion: livro de animais do Brasil [ed. Edgard de Cerqueira Falcão], São Paulo, 1964.».
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Maçia (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Ma%C3%A7ia_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando
Informar erro nesta página |