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− | - Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio | + | - Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio '[[Camaratĩba]]' (Rio Camaratuba). |
− | 4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio | + | 4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio '[[Aràçàjĩ]]' no mapa de Margrave), à bacia do Rio Camaratuba (rio '[[Camaratĩba]]') sem passar pela bacia do Riacho Bananeiras-Riacho Tananduba ('[[R. de Canafistola]]'), o que eventualmente seria notado. |
− | 5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras | + | 5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras 'Iuruparibacaĩ' e 'Magasynsberg', com georreferenciamento com boa probabilidade de acerto neste trabalho, segue rumo NE (nordeste) e alcança um ponto a não mais do que 13 Km a 14 Km da nascente do Rio Camaratuba e, conforme se pode observar neste mapa, com toda certeza cruzaria o trecho do caminho rumo O (oeste) entre as serras mencionadas e o '[[Steenen Keerberg]]'. |
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− | ►(Barléu, 1647), pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba: | + | ►[[(Barléu, 1647)]], pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba: |
"Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.". | "Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.". | ||
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"(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.". | "(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.". | ||
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"Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.". | "Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.". | ||
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+ | [[Category: Coleção Levy Pereira]] |
Alto curso do 'Camaratĩba' (possivel erro no BQPPB).
Natureza: rio.
Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.
Capitania: PARAIBA.
Nome histórico: Tambáarĩrĩỹ (Tambuarirí, Tambahujam), Rio de Almíscar.
Nome atual: Riacho Cacimba.
Vide mapa IBGE Geocódigo 2511806 Pirpirituba-PB.
NOTA EXPLICATIVA:
Neste trabalho admite-se haver um engano no mapa BQPPB no alto curso do rio 'Camaratĩba' (Rio Camaratuba), onde estão desenhados riachos que pertencem efetivamente à bacia do rio 'R. de Canafistola' (Riacho Bananeiras no alto curso e Riacho Tananduba no baixo curso).
Argumenta-se para justificar essa hipótese:
1) no BQPPB o Rio Camaratuba recebe três nomes: Tambáarĩrĩỹ, Tuĩnandĩba, Camaratĩba, caso único;
2) o levantamento dessa área da Paraíba tem alta probabilidade de estar baseado na entrada de Elias Herckmans - não deve ter sido feito pelo Margrave em pessoa.
3) o levantamento usou bússola, portanto, bastante calcado em rumos. Como se pode observar neste mapa, há uma coincidência muito particular nos rumos e alinhamentos, praticamente uma só linha reta (notem o destaque no georreferenciamento), dos
- Riacho Cacimba, aqui associado ao 'Tuĩnandĩba' e 'Tambáarĩrĩỹ', este no trecho a montante do afluente margem esquerda sem nome no mapa de Margrave;
- Riacho do Padre, aqui associado ao 'Tambáarĩrĩỹ' a jusante do afluente sem nome no mapa de Margrave;
- Riacho Muquém, afluente margem esquerda do Riacho Bananeiras, associado neste estudo a um trecho não mapeado do 'R. de Canafistola';
- Rio Guabiraba, afluente da margem direita do rio 'Camaratĩba' (Rio Camaratuba).
4) não há a possibilidade, dentro das circunstâncias, de se caminhar da bacia do Rio Arassagi (rio 'Aràçàjĩ' no mapa de Margrave), à bacia do Rio Camaratuba (rio 'Camaratĩba') sem passar pela bacia do Riacho Bananeiras-Riacho Tananduba ('R. de Canafistola'), o que eventualmente seria notado.
5) o caminho percorrido pela entrada de Elias Herckmans para efetivamente alcançar o vale do Camaratuba partindo das proximidades das serras 'Iuruparibacaĩ' e 'Magasynsberg', com georreferenciamento com boa probabilidade de acerto neste trabalho, segue rumo NE (nordeste) e alcança um ponto a não mais do que 13 Km a 14 Km da nascente do Rio Camaratuba e, conforme se pode observar neste mapa, com toda certeza cruzaria o trecho do caminho rumo O (oeste) entre as serras mencionadas e o 'Steenen Keerberg'.
►(Barléu, 1647), pg. 226, relatando a entrada de Elias Herckmann pelos desertos da Copaoba:
"Avançando até o rio Tambuarirí ( 298 ), deram-lhe nova denominação ¬Rio de Almíscar -, por causa do cheiro forte dos crocodilos e cobras, semelhante ao aroma do almíscar. Notou-se ali a mudança de aspecto do solo e da' paisagem: o que até então aparecera areento, escuro, negro, mostrava-se agora amarelo, gleboso, feraz, e por tôda a parte vicejavam ervas bravas por falta de cultura.".
Nota de Ferri, Mário G., pg. 392, comentando o BQPPB, nele reconhecendo o trajeto da entrada de Elias Herckmans:
"(298) No texto: "ad fluvium progressi Tambahujam (p. 218). Na carta: Tambaariy.".
►(Câmara Cascudo, 1956), pg. 224, comentando o BQPPB, e o trajeto da entrada de Elias Herckmans:
"Desse Jurupari-bacai, Herckmann vai calcando as alturas da Borborema, de serra em serra, com sua escolta de índios bronzeados e de alemães maciços e rubros como os modelos de Franz Hals. Passa o aldeiamento do Guiraobira, pouso em que a estiagem afugentara os moradores de Guiraubi (pássaro verde); adiante o Guirarembuca, em condições idênticas, deixando à esquerda montões de pedras soltas (steenen) e vendo o rio Tambáaririy, logo após a serrania do Itacoarobi, indo em reta transpor três rios sem nome, olhando uma montanha por cujos cimos de forma triangular mereceu nome de "Pyramideberg", a montanha da pirâmide.".
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Tambáarĩrĩỹ". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Tamb%C3%A1ar%C4%A9r%C4%A9%E1%BB%B9. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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