Guaiana
Natureza: aldeia de índios
com sinal de abandonada
Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE
Capitania: RIO GRANDE
Aldeia de índios com sinal de abandonada, entre o 'Vrumoa' (Rio Limonal) e o 'Nhambitiji' (Rio Baldum).
Nomes históricos: Guaiana, Goacana, Goacano, Goiana, Guajana; Viajana.
Nome atual: a aldeia está extinta.
Sua posição, nas cercanias da cidade de Arez-RN, ainda não foi localizada por arqueólogos.
■ ====Citações====
►Denominada como Aldeia Viajana ou Goacana pelo Pe. Manoel de Moraes, em 1635, na sua relação de aldeias de brasilianos no Rio Grande informada aos neerlandeses:
@ Nota 43 de C. Fernandes Pinheiro, Brasil Bandecchi e Leonardo Arroyo, in (Southey, 1810), Notas do capítulo IV, pg. 207:
"44 ...; Vajana ou Goacano, a sete milhas de Cunhau para o lado do Rio Grande; ...".
@ (Vainfas, 2008), pg. 72-73:
"No Rio Grande, Manoel nomeou as aldeias de ... ; a de Viajana ou Goacana, a sete léguas (42 quilômetros) de Cunhaú, para o lado do Rio Grande, liderada por Francisco Jakuina; ...".
Nota: as duas citações acima tem fonte primária no livro de Joannes de Laet, História ou Anais dos Feitos da Companhia das Índias Ocidentais, desde o começo até o fim do ano de 1636 (original de 1644).
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 94:
"RIO GRANDE
A quarta capitania é a do Rio Grande; ao Sul fica-lhe a da Paraíba, como já dissemos, e ao noroeste a do Ceará. ...
Está ela dividida em quatro freguesias, a saber: a de Cunhaú, a de Guajana, a de Potigi e ... [em branco].".
►(Dussen, 1640):
@ pg. 175, com denominação de freguesia:
"RIO GRANDE
À Capitania da Paraíba dissemos que se segue a do Rio Grande, a qual está dividida em 4 freguesias, a saber:
Cunhaú, Goiana, Mopebu e Potigi. ...".
@ pg. 183, definindo a função do capitão holandes:
"Além do capitão brasiliano, foi posto em cada aldeia um capitão holandês que os regem a eles e aos seus principais; a sua maior atribuição é animá-los para o trabalho e dirigi-los na melhoria das plantações e conceder-lhes permissão para trabalhar para senhores de engenho, verificando que não sejam vítimas de enganos e que o seu trabalho lhes seja pago. ".
@ pg. 184, quanto á pópulação masculina, esclarece:
"... homens, tanto velhos quanto jovens, aptos para a guerra ou inaptos, excluídas as mulheres e crianças, as quais estão em proporção, com relação aos homens, de, no mínimo, 3 para 1. ".
@ pg.185:
"ALDEIAS NO RIO GRANDE
Aldeia Goiana, Capitão Jacob Pietersz ... 68 homens".
►(Câmara Cascudo, 1956), pg. 241:
"... com a aldeia deserta de Guaiana, à direita. Aí nasceria a cidade de Goianinha.".
Nota:
Baseados na locação do BQPPB, que a localiza ao norte da Lagoa de Guaraíras, concluímos que essa aldeia não poderia dar origem, do ponto de vista geográfico, à cidade de Goianinha-RN.
►(Medeiros, 1997), "ALDEIA DE ANTONIA OU ALDEIA DE GOIANA ORIGEM DA CIDADE DE GOIANINHA", pg. 079-080, levanta boas referências à essa aldeia, mas a situa na cidade de Goianinha-RN.
A nossa locação probabilística é diferente, pois (Câmara Cascudo, 1955), pg. 42, coloca a Aldeia de Antônia no local da cidade de Arez-RN:
"Em 1749 tínhamos as seguintes aldeias indígenas: ... GUARAÍRAS (Arês) (*) invocação de S. João Batista, caboclos da língua geral sob a direção dos Jesuítas. ...
...
(*): — Fora a ALDEIA DE ANTONIA, marcada no mapa de João Teixeira, no LIVRO QUE DA REZAO DO ESTADO DO BRASIL.".
O prof. Olavo Medeiros associa a Aldeia de Antônia com a Aldeia de Goiana e a coloca como núcleo histórico da cidade de Goianinha, assim, numa posição diferente da Aldeia de Antônia de Câmara Cascudo - isso reforça nossas conclusões de que a Aldeia de Antônia:
- é a Aldeia de Goiana, e a 'Guaiana' do BQPPB;
- não é o núcleo histórico da cidade de Goianinha-RN;
- tem locação probabilística próxima da cidade de Arez-RN.
■ Comentários:
1) Essa aldeia foi abandonada após 1640, pois:
- em 1642-1643, época do levantamento em campo para o desenho do BQPPB, a aldeia foi constatada abandonada;
- não mais é citada nos documentos posteriores e forte indício disso está no Nótulo, com a Ata e as propostas da Assembléia Indígena, datadas de 30/03/1645, realizadas na Aldeia Tapisserica, com as resoluções do Supremo Conselho, apostiladas em 11/04/1645, in (Souto Maior, 1912), onde ela está absolutamente ausente.
2) Possivelmente sua população migrou para a Aldeia Araunu, denominada Aldeia Orange na Ata acima citada.
3) Quanto à associação da Aldeia Guaiana do BQPPB com a ALDEIA DE ANTÔNIA, isso nos parece possível, ainda que o Mapa RG (Albernaz, 1612) a desenhe no lado sul da lagoa 'Gvraira' - esse mapa tem escala muito grande e imprecisões. (Câmara Cascudo, 1955), acima citado, também chegou a essa mesma conclusão.
4) Quanto à Aldeia Guaiana do BQPPB ser a origem da cidade de Arez-RN, isso ainda não é nossa conclusão face:
- à forma dos caminhos desenhados no BQPPB;
- ao fato de que a cidade de Arez-RN está praticamente às margens da 'Guiraraíra' (dista menos de 1,5 Km), diferente da posição de 'Guaiana' no BQPPB;
- haver água abundante na nascente de um riacho afluente do 'Nhambitiji', local propício, na área às suas margens, cerca de 2 Km a nor-noroeste da praça central de Arez, entre os atuais povoados de Areias e Sapé.
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Guaiana". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Guaiana. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025. |
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