por Manoel Rendeiro |
A Vila de Barcelos foi inicialmente uma aldeamento indígena sob administração espiritual e temporal dos carmelitas com o nome de Aldeia de Mariuá. Se tornando missão de Nossa Senhora da Conceição de Mariuá em 1728 pelo Frei Matias de Boaventura.[1]
A elevação do missão a categoria de Vila ocorreu em 06 de maio de 1758, passando a ser chamar de Barcelos. O Governador Geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, o Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado permitiu no dia 07 de maio de 1758 que a sede da capitania de São José do Rio Negro mudasse para a nova vila de Barcelos.[2]
As motivações mudança da sede da capitania de São José do Rio Negro ainda são obscuros devido a ausência de documentos sobre o assunto, entretanto o acontecimento proporcionou a Vila de Borba a acumulação de duas funções política; a primeira de sede da recém criada capitania, e a segunda de ponto de encontro oficial dos comissários espanhóis e portugueses para demarcações de terra.[3]
O Bispo do Pará, D. Frei Miguel de Bulhões exala sua opinião sobre a criação da capitania de São José do Rio Negro, de maneira positiva e sugere a mudança da sede da capitania para Barcelos:
![]() A quarta, por que o rio Javari, pela imensa praga que tem, é indigno de ser perpetua habitação de um governador,... A quinta, porque estabelecidos os governadores nesse rio (rio Negro) poderão com mais facilidade acudir e socorrer... a povoação do rio Branco como as Vilas de São José e Borba, a nova de Trocano, o que facilmente não poderão fazer vivendo na distância do Javari. A sexta, porque nesse rio poderão embaraçar melhor o contrabando dos índios... A sétima, finalmente porque atendendo a comodidade do sítio achará, Sua Majestade, vassalos que o sirvam nesse novo governo com gosto, honra e préstimo, o que não conseguirá talvez ficando ele estabelecido no Javari,...".[4] |
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Alexandre Rodrigues Ferreira, escreveu em sua Participação Primeira do Diário da Viagem Philosophica, em depoimento de 31 de outubro de 1786, afirma que as razões e motivos como força de influência na escolha da sede da capitania não passaram de uma conjectura popular, e assim diz:
![]() "A necessidade, e o desejo que tiveram os primeiros governadores de aproveitar as acomodações que aqui se fizeram, durante a primeira demarcação, influíram em que tacitamente se erigisse em Capital, sem atenção alguma as desvantagens da situação..." .[5] |
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Citação deste verbete |
Autor do verbete: Manoel Rendeiro |
Como citar: RENDEIRO, Manoel. "Barcelos". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Barcelos. Data de acesso: 23 de fevereiro de 2025.
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